Religião e o futebol estão entre as maiores paixões do povo brasileiro por isso vemos constantemente pessoas apegadas aos seus santinhos, terços, ou ajoelhadas, invocando a presença de Deus (ou dos deuses), para que seu time seja vitorioso numa partida decisiva.
A religião também está presente nos gramados, entre jogadores e técnicos. Recentemente, todo o time do Panamá, mesmo depois de ter sido derrotado pela Bélgica, se ajoelhou em círculo no centro do gramado e juntos oraram numa profunda manifestação de fé. A surpreendente vitória do México sobre a Alemanha, teve aguçados componentes religiosos, já que uma mística mexicana, teria “benzido” individualmente todos os jogadores antes da partida, e esta teria sido a causa de saírem vitoriosos.
As pessoas rogam a seus orixás e deuses, na esperança de terem mérito religioso suficiente para obterem a vitória. Mesmo aqueles que declaram não terem vínculos com religião alguma, nutrem certa dose de superstição, afinal, “muitos são ateus, graças a Deus”. O brasileiro é um povo de fé, que acredita no poder divino, reza e confia que terá seu pedido atendido, por isto se apega à religião na esperança de que seu time seja o vitorioso. Muitos jogadores atribuem suas vitórias a Deus e enfatizam o papel do divino em suas atuações.
Certamente Deus não pode ser ignorado em nenhuma área de nossas vidas, mas é importante notar que, ao contrário do que afirma o canal Sport TV, “somos todos campeões”, a verdade é que nem todos vencerão. Prefiro a assertiva bíblica: “Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis”.
Vale a pena lembrar a famosa frase atribuída a João Saldanha: “Se macumba ganhasse jogo, futebol na Bahia terminaria sempre empatado”.
O grande prêmio e a grande vitória não serão encontradas nos gramados da vida e nas conquistas temporais. Esta é a percepção de Paulo, o grande apóstolo da fé cristã, “Um atleta faz todo sacrifício só para obter uma coroa que não dura muito, porém, nós o fazemos para obter uma coroa que dura para sempre”.
Todos torcemos pela seleção e por mais uma conquista mundial, mas a grande conquista ultrapassa a euforia, a agitação e o sentido nacionalista superficial que aflora nestes dias de bandeiras nacionais e camisas verde-amarelas.
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