A grande batalha filosófica da raça humana não reside na falta de fé, mas na fé direcionada a deuses que não são deuses. Não é falta de fé, mas fé colocada em coisas erradas.
Nos registros da Bíblia vemos que Deus não desafia o povo a crer, nem a desenvolver qualquer sistema de fé e crer em alguma coisa, mas constantemente está exortando o povo a crer nele. A questão não era crer em qualquer Deus, para não ser ateu, mas colocar a confiança nele, como único Deus e Senhor. Portanto, a batalha não era contra o ateísmo, mas o politeísmo. Não é a ausência de Deus, mas o excesso de deuses.
Quando Abraão é desafiado a sair de Ur dos Caldeus, para a terra que Deus lhe mostraria, não faltavam deuses na Mesopotâmia, mas Deus pede exclusividade de Abraão, ele teria que abandonar os falsos deuses de seus pais e da sua cultura. No Egito, onde o povo ficou 430 anos, havia uma proliferação de deuses, mas Deus queria que Israel entendesse que Ele era o único Deus. No Livro da Lei, o povo recebeu a mensagem da exclusividade do Deus de Israel: “Ouve, oh Israel. O Senhor nosso Deus é o único Senhor; só a ele adorarás, só a ele darás culto”. Este é o Shemah hebraico, isto é, o ponto central da teologia judaica. Ao escrever os Dez Mandamentos na tábua da Lei, o primeiro mandamento era: “Não terás outros deuses diante de mim”. A ordem de Deus não era que o povo judeu cresse em um deus qualquer, mas que sequer permitissem que outro deus ocupasse o lugar do verdadeiro Deus, ou fosse trazido à sua presença. Quando o povo de Deus conquistou Canaã, Deus constantemente exorta o povo a abandonar os deuses da terra: Dentre eles Moloque, Astarote e os Baalins.
O grande desafio ainda hoje é discernir entre o Deus verdadeiro e os falsos deuses ou ídolos, que exigem nossa adoração. Pensamos em ídolos como objetos sagrados encontrados nos templos a quem os homens dirigem suas orações, mas na verdade, desenvolvemos deuses sofisticados, a quem construímos altares e estamos dispostos a fazer qualquer coisa e até mesmo morrer por eles, sem nos darmos conta de como a idolatria dominou o nosso coração.
Para avaliar se você tem outros deuses diante dos quais você se curva, pergunte a si mesmo: “O que eu amo, temo, confio e desejo mais que a Deus?” Estas quatro perguntas podem desmascarar falsos ídolos. Seja sincero. Você vai se surpreender ao perceber que quem tem sido o centro de sua vida não é Deus, mas coisas, são os substitutos de Deus. Sua confiança e desejo estão colocados neles e você busca sentido e significado neles.
Precisamos ridicularizar os falsos deuses da ciência, dos recursos, do dinheiro, da reputação, do poder, ou pessoas, que se tornam o centro de nossa vida e nelas confiamos e tememos, mais que a Deus. Falsos deuses são como água do mar. Se você estiver sedento, resista a tentação de bebê-la, porque ela trará ainda mais sede, o enlouquecerá e o matará rapidamente. Ídolos dão falsa sensação de alívio, mas ainda são ídolos.
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