quinta-feira, 19 de julho de 2018

Autodestruição



Segundo pesquisas recentes, a taxa de suicídio de jovens Brasil, com idade entre 10 e 14 anos aumentou 40% nos últimos 10 anos, entre os jovens com idade entre 15 e 19 anos, o crescimento foi de 33%. A  cidade que ocupa a primeira posição do ranking é São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, com taxa dez vezes acima da média nacional, porque os indígenas entraram numa espécie de processo de extinção voluntária e nos últimos 10 anos, houve um aumento de 134%, no Estado do Amazonas e a situação é parecida em Acre e Rondônia, que viram dobrar suas taxas. A tendência não é registrada apenas no Brasil. Segundo a Organização Mundial de Saúde o suicídio ocupa a 16ª posição no ranking das doenças que mais matam no mundo.

Apesar da discussão sobre o suicídio ser tão relevante, o problema tem uma raiz mais complexa e profunda. Trata-se do processo de autodestruição, que não necessariamente desemboca na perda intencional da vida, nem no ato da morte, mas que revela traços destrutivos da alma.

Considere, por exemplo, a auto-sabotagem. Muitas pessoas conspiram contra si mesmas, tomando decisões sabendo de antemão que o resultado será danoso, ou deixando de assumir atitudes positivas que poderiam num contínuo processo de procrastinação até que o tempo e a oportunidade passem, ou mentem para si mesmos. Muitos chegam a afirmar: “Eu sabia que não deveria ter feito isto”, ou, “eu fiz todas as coisas que não deveria fazer”.

Considere a voracidade nos alimentos, quando a pessoa vai lentamente se auto destruindo com excesso de comidas gordurosas, vida sedentária, consumo de álcool e drogas, excesso de refrigerantes, falta de disciplina, descontrole das emoções, relacionamentos tóxicos, estilo de vida violento e agressivo, ou o ato de dirigir sem atenção. Nestes casos, todos os sinais de “cuidado”, “devagar”, ou “pare”, são ignorados. É um desejo inconsciente de morte, desprezo pela vida.

No impulso da autodestruição, a pessoa se machuca física ou emocionalmente, de forma passiva ou agressiva, porque tem a sensação de que não é importante preservar a vida. Provavelmente nunca colocarão uma corda no pescoço, mas morrerão lentamente, como afirmava a frase de uma camiseta: “bebida mata devagar... e daí, não estou mesmo com pressa...”

Quando o instinto positivo para a vida se torna fraco somos patologicamente atraídos para a morte social, perda da auto-estima, isolamento, solidão auto-infligida e auto-mutilação.

Todas as pessoas eventualmente podem pensar na morte como uma saída razoável, mas logo voltam atrás e rejeitam tais ideias, mas quando tal obsessão, estranhamente nos faz enveredar por processos negativos, este é um sinal de que precisamos buscar apoio, ajuda de amigos, família, comunidade, terapia, ou mesmo da medicina e de remédios. O instinto mais forte que temos é a vida, e quando este instinto enfraquece, algo não está bem resolvido em nossa mente.

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