A vida é
marcada por paradoxos.
A umidade
gera ferrugem no ferro, mas dá vida ao musgo. O vento apaga uma vela mas
alimenta o incêndio de uma floresta. O sol derrete a cera mas endurece o barro.
A mesma condição atuando sobre dois corpos quimicamente diferentes leva a
resultados opostos.
Milton Nascimento na sua música Encontros e Despedidas afirma: “Todos os dias é um vai-e-vem, A vida se repete na estação. Tem gente que chega pra ficar, tem gente que vai pra nunca mais; tem gente que vem e quer voltar, tem gente que vai e quer ficar; tem gente que veio só olhar, tem gente a sorrir e a chorar. E assim chegar e partir, são só dois lados da mesma viagem. O trem que chega é o mesmo trem da partida”.
Por esta
razão, as condições não são tão importantes quanto às respostas que damos.
Vitor Frankl ao se referir aos seus algozes nos dias que estava nos campos de
concentração diz que eles podiam fazer o que quisessem com os prisioneiros,
exceto determinar que resposta dariam às afrontas recebidas, porque cada um
reagia de forma diferente a agressão sofrida. Em outras palavras, “o que
acontece conosco não é tão importante quanto o que acontece com aquilo que nos
acontece”.
Por esta
razão é que lidamos de forma diferente com a vida. Uma provação, perda ou luto
para alguns pode se transformar numa experiência de revolta e amargura contra
Deus; a mesma experiência pode gerar fé, resistência e ousadia em outros.
Momentos de dor podem ser altamente produtivos para alguns, e para outros
traumático e incurável. Uma tragédia pode gerar profunda fé em alguns; em
outros ceticismo e ira. A velhice pode se transformar numa experiência de
resignação, desistência e falta de vontade de viver; para outros, abrir
oportunidades e descobertas profundas e maravilhosas.
Bob
Moorehead escreveu interessante artigo sobre o paradoxo do nosso tempo:
“Nós bebemos demais, fumamos demais, gastamos sem
critérios, dirigimos rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde,
acordamos muito cansados, lemos muito pouco, assistimos TV demais e
raramente oramos. Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores.
Falamos demais, amamos raramente, odiamos frequentemente. Aprendemos a
sobreviver, mas não a viver; adicionamos anos à nossa vida e não vida aos
nossos anos.”
O que estamos
fazendo com as experiências atuais? A longo prazo o que importa não é o que nos
acontece, mas sim o que fazemos com aquilo que nos acontece. Que respostas
temos dado às provocações e oportunidades recebidas? Como reagimos diante dos
eventos que nos sobrevém? Nossas respostas estão nos amadurecendo ou nos
“idiotizando”?
Lembre-se: Sua resposta ao que está acontecendo hoje,
determinará o que você será amanhã.