A
diferença entre a pessoa negativa e a positiva pode ser ilustrada da seguinte
maneira: O otimista vê o copo pela metade e diz: “Que bom, não beberam tudo!”.
O negativista diz: “desgraçados, beberam metade!” Dependendo da perspectiva,
tudo pode se tornar bem ou mal.
O homem
ordinário pode achar o bem no bom, esta deveria ser uma atitude espontânea e
natural, mas o homem extraordinário consegue
ir além e encontrar o bem no mal. Nem tudo é o que parece ser, já que a vida é
dinâmica. Isto nos leva a pensar que ainda que o processo seja doloroso, a soma
final pode ser pode trazer um resultado extraordinário. Mesmo quando o mal é
praticado de forma desumana, atitudes do bem podem quebrar ou dirimir tais
efeitos. Não é assim que acontece quando o perdão quebra o pavoroso ciclo do
mal? O mal foi praticado mas seu efeito neutralizado pela ação do bem.
José (do
Egito), conhecido personagem bíblico é um vívido exemplo de como as coisas
podem se processar. Ele foi traído pelos seus irmãos e vendido como escravo. Uma
caravana o leva ao Egito, e ele passa a conviver com um povo de língua e
cultura estranhas, e não tinha direito algum, tornando-se uma mercadoria de
Potifar. Um incidente na casa do seu senhor, injustamente o joga numa masmorra
onde mais uma vez enfrenta o desprezo e a desumanidade. No submundo ainda
consegue ser canal de benção, mas isto não o livra do esquecimento e abandono.
Finalmente,
sua realidade se transforma. O desprezado e anônimo presidiário torna-se agora
o governador e Ministro de finanças do Egito, a maior potência política
daqueles dias mas seu sucesso exterior era permeado com as sombras do passado.
Ele ainda precisava lidar com cicatrizes e memórias. Ele precisava transformar
o mal em bem.
Num dia
aparentemente comum, seus irmãos que lhe infringiram tanto sofrimento são
trazidos diante dele: esta era a hora propícia da vingança. Sua afirmação
diante dos irmãos, entretanto, mostra-se profundamente libertadora: “Vós intentastes o mal, mas Deus transformou
o mal em bem, como hoje vedes”. Na língua original, a ideia ainda é mais
enfática: “Vós intentastes o mal, mas Deus intentou o
bem”. A mesma força da crueldade usada pelos irmãos, encontrava uma reação
igual e contrária na bondade de Deus.
Não é
difícil encontrar o bem no bom, embora muitos murmurem até mesmo diante das
coisas boas, porque lamentavelmente só sabem reclamar. Contudo, encontrar bem
no mal é ainda mais difícil, requer uma dose extra de maturidade e sabedoria.
Nem todo ganho é perda, e nem toda perda, ganho.
Somente o
tempo dirá se o mal hoje praticado desembocará em perdas ou lucros. Os irmãos
de José agiram de forma cruel, mas Deus usou tudo aquilo para colocá-lo numa
posição de honra. É possível ver além quando somos capazes de entender que o
mal nem sempre tem a palavra final, e assim, situações de dores se transformam
em oportunidade de crescimento e vitória. Isto tudo se torna, muito mais fácil,
quando distinguimos Deus nos bastidores da história.
Nenhum comentário:
Postar um comentário