A primeira vez que ouvi sobre este assunto foi no interessante livro “A Idade decisiva”, de Meg Jay, psicoterapeuta americana, que analisa as dificuldades dos jovens na fase de vida entre 20-30 anos. Se você se encontra nesta época da vida, vale a pena considerar sua leitura. Desde então, tenho percebido como este princípio funciona.
Quem primeiramente falou
deste assunto foi o sociólogo Mark Granovetter, que numa pesquisa entre
trabalhadores que recentemente haviam conseguido um emprego, percebeu que as
oportunidades não surgiram através de amigos próximos e familiares,
presumivelmente os mais propensos a ajudar, mas ¾ deles encontraram vagas com
pessoas cujos relacionamentos eram ocasionais ou raros. Ele deu a este princípio,
o nome de “A força dos vínculos fracos”, isto é, o incomparável valor de pessoas
que não conhecemos bem.
A socióloga Rose Coser,
aprofundou este tema e chegou à conclusão que amigos próximos nos atrasam,
porque vínculos fortes parecem confiáveis, mas afora o apoio, tem pouco a
oferecer, além da empatia, mas os “vínculos fracos”, nos dão acesso a pessoas e
informações que desconhecemos, trazendo insights e oportunidades que se ampliam
exponencialmente.
“Vínculos frágeis” possuem
leituras e opiniões diferentes, e nos fazem pensar em aspectos e oportunidades
até então desconhecidos, menos elaborados ou consensuais, e através deles é possível
considerar caminhos que saem da esfera comum dos relacionamentos fortes, que
tendem a um discurso único e linear e nos limitam a enxergar a vida com lentes
diferentes. Vínculos fracos promovem e forçam crescimento e mudança.
Isto indica que “pessoas que
menos conhecemos podem se tornar as mais transformadoras. As novidades quase
sempre vem de fora do círculo de pessoas próximas” (Meg Jay). A sensação inicial
de pertencimento pode nos desligar do universo maior e de múltiplas oportunidades.
Portanto, ao encontrar
pessoas fora do seu círculo de amizade, valorize-as, dê atenção. Pode ser que
esta pessoa que você encontra hoje, de forma casual, incidental e despretensiosamente,
transforme sua história de maneira indelével, abrindo portas, dando dicas,
sinalizando caminhos que você nunca havia considerado.
Não despreze estes encontros
casuais, com gente desconhecida na porta da igreja, numa festa de aniversário,
ao redor de uma mesa ou numa festa de casamento. Você nunca sabe o potencial
que cada uma delas traz em si. Deste encontro fortuito, algo inteiramente novo
e revolucionário pode acontecer. Não despreze a força dos vínculos fracos.
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