A
pobreza custa caro para uma nação, por isto, cuidar dos pobres e diminuir os
bolsões de pobreza e geografias da miséria é um grande desafio, não apenas por
uma questão humanitária, teológica e cristã, mas também por uma questão social,
política e econômica.
A
pobreza fere a dignidade, oprime as pessoas, desonra, deprime, maltrata, despotencializa
o ser humano. Estudos demonstram ainda que o custo da pobreza é alto para a
nação, traz peso aos erários públicos porque a pobreza gera dependência de estruturas
sociais e idosos e crianças pobres, desprovidos de mínimas condições para
sustentar saúde e educação, e até mesmo para serem enterrados com dignidade,
carecem do Estado.
Um
povo pobre é caro: Depende muito, produz pouco; adoece mais facilmente porque a
profilaxia e a alimentação são escassas; não tem acesso à educação e tecnologia
e sofre um atraso no aprendizado, não gera impostos, enfraquece a alta estima,
causa dor e impotência, destitui a dignidade.
Na
utopia judaico-cristã, berço da cultura ocidental (e uso intencionalmente o
termo utopia não como idéia de fantasia, mas como um não (u)+ lugar (topos), realidade ainda não conhecida, mas
possível), havia sempre a concepção de numa sociedade de justiça seria possível uma comunidade sem pobreza. “Para que entre ti não haja haverá pobre; pois
o Senhor, teu Deus, te abençoará abundantemente na terra que te dá por herança
para a possuíres, se apenas ouvires, atentamente, a voz do Senhor teu Deus”.
As
palavras de Jesus, “Porque os pobres sempre
os tendes convosco”(Mc 14.7), foram citadas de um livro da Lei, e leitores
desatentos eventualmente distorcem a idéia original. Muitos acham que por causa
da afirmação de Cristo não devemos preocupar com a pobreza e miséria do mundo,
mas se observarmos o princípio desta declaração, veremos que a idéia era de que
numa sociedade organizada de acordo com os mandamentos, a pobreza tenderia a
desaparecer. A frase de Jesus conclui com os seguintes dizeres: “e, quando quiseres, podeis fazer-lhes bem” (Mc
14.7).
Pobreza
e injustiça são, em última instância, fruto de uma sociedade que perdeu a
capacidade de cuidar dos seus pobres. Cuidar dos pobres não significa apenas
dar comida ao que tem necessidade, casa ao sem teto, hospital para o doente,
roupa para o nu; mas acima de tudo, “empoderar” aquele que perdeu a capacidade
de sonhar e acreditar que é possível crer em melhores condições de vida. É de Luiz
Gonzaga a frase: “Uma esmola, para o homem que é são, ou lhe mata de vergonha
ou vicia o cidadão”.
Temos
que cuidar do pobre, não por oportunismo político, ou por ser “politicamente
correto”, mas porque pobreza retira do homem sua capacidade de ser pleno, de
sonhar e realizar aquilo que Deus planejou para sua história e vida.
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