É
de Vinicius de Morais a conhecida frase: “As feias que me perdoem, mas beleza é
essencial”. Por ser um poeta, ele exaltava a estética, o charme e o glamour da
mulher brasileira, mas e quanto à felicidade,
ser bonito nos torna mais felizes? Seria verdadeira a frase de Giuseppe
Belli: “Que grande dom de Deus é a beleza. É preferível tê-la ao dinheiro: pois
a riqueza não dá beleza, mas com beleza se conquista a riqueza”?
Em
2004, Bob Holmes resolveu estudar as chaves da felicidade e levantou a questão
se a beleza era importante ou não. Eis sua resposta:
“Primeiro,
as más notícias: as pessoas bonitas são realmente mais felizes. De fato existe
um efeito positivo da beleza física sobre o bem estar subjetivo”. Sua conclusão
se aproxima da visão de Adélia Prado ao declarar que “Beleza não é luxo. É uma
necessidade!”. Para Holmes, a vida é mais generosa para os bonitos, já que os
rostos mais atraentes são simétricos, e há provas de que a simetria reflete
bons genes e um sistema imunológico saudável.
Apesar
das declarações de Holmes, gostaria de discutir este ponto de vista por outro
ângulo. As pessoas são mais felizes porque são bonitas, ou são mais bonitas
porque são felizes? Penso que o último ponto é mais relevante, afinal “Ser
bonita não interessa. Seja interessante!” (Nelson Rodrigues).
O
livro de Provérbios afirma que “o coração alegre aformoseia o rosto”. Isto é,
uma pessoa de bem com a vida, com um humor mais acentuado, tende a gostar e
cuidar mais e melhor de si mesma, e assim criar relacionamentos melhores,
porque sua disposição interior projeta-se no exterior. De repente, o importante
não é a beleza estética, mas o charme, que gera esta beleza e atração.
O
coração alegre faz o rosto ficar bonito, e não o contrário. Pessoas mau resolvidas
tendem a projetar seu desencanto e amargura. “Como jóias caras em focinho de
porco, assim é a mulher formosa sem discrição”, já afirmava Salomão.
A
beleza está no coração daquele que a contempla. Se esta afirmação é verdadeira,
beleza possui, além do seu componente estético, artístico, geométrico, cores e
formas, o elemento da sensibilidade e do “it”. Pessoas charmosas e elegantes,
não são necessariamente as mais belas, mas aquelas cuja imagem que vende atrai,
sensibiliza e projeta beleza.
A
jóia cara no porco continua rara e bela, mas está no lugar errado. Beleza e
pocilga são antagônicas, assim como beleza sem discrição e elegância se torna
frívola e vazia. Mulher barata perde seu charme e esvazia a beleza. É jóia rara
sem o espaço adequado.
Seja
como for, acho que Vinicius estava certo: “Beleza é essencial”, desde que seja
definida. O melhor conceito que já vi sobre beleza é “sentir-se confortável
dentro de sua pele”. Isto é beleza! Isto traz felicidade!
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