Seria
possível imaginar que algumas pessoas nascem predispostas geneticamente para a
felicidade, enquanto outros possuem cromossomas que orientam ao mau humor e à
rabugice? Dá para imaginar que existe algo que poderíamos chamar de DNA da
alegria? Que no nosso “software biológico” estariam enzimas determinantes da
felicidade e que uma dose adequada delas seria suficiente para nos tornar
realizados e plenos?
Parece
estranho pensar isto, mas o Dr. David Lykken, geneticista comportamental,
acredita que metade de nossa sensação de bem estar é determinada pelo que está
acontecendo ao redor e a forma como interpretamos tais eventos e a outra metade
traria o “ponto fixo” da felicidade a partir dos genes. Para ele, muito de
nossa alegria depende do bom senso e treinamento, mas outra quantidade está
relacionada à nossa herança, não social, cultural ou ambiental, mas genética,
que responderia por 44 a
55%% da diferença em níveis de felicidade.
Realmente
é complicado relacionar bom humor, ou senso de bem estar a um agrupamento de
moléculas, embora seja notório o fato de que, determinados hormônios como a serotonina
(um neuro transmissor que atua no cérebro regulando o humor, sono, apetite,
sensibilidade a dor...), e oxitocina (um hormônio intimamente ligado à sensação
de prazer e bem estar físico e emocional, também conhecido como “hormônio do
amor”), por esta razão, drogas ou remédios controlados podem trazer equilíbrio
emocional e paz. No entanto, felicidade tem a ver mais com atitudes e
disposição do coração que variações hormonais, na maioria das vezes. Não se
resolve a vida com um comprimido de prozac ou rivotril, embora tais drogas
possam ajudar bastante.
Salomão
afirma: “Eis o que tão somente achei.
Deus fez o homem reto, mas ele se meteu em muitas astúcias” (Ec 7.28). Muita
dor, infelicidade e tristeza têm relação com decisões e direções equivocadas
que tomamos pessoalmente ou que tomaram por nós, e que trazem muito sofrimento.
Um negócio escuso de hoje, uma parceria equivocada, um pacto assumido, podem se
tornar nossa constante fonte de dor de cabeça por décadas. Pais ou mães
imprudentes eventualmente deixam um legado de dor, vergonha e miséria para os
filhos e que podem atingir netos e bisnetos. Decisões pessoais geram
conseqüências que podem ser positivas ou negativas.
A
verdade é que, a vida é essencialmente simples, mas a complicamos com atitudes
tolas, ou por decisões que tomamos por pressão de grupo, emoção, medo ou culpa.
Somos livres para fazermos o que quisermos, mas não somos livres para
interferir sobre os efeitos de nossas decisões. Quem planta amor, colhe amor;
quem semeia ódio, colhe desavença.
Felicidade
então, me parece algo bem maior que uma questão meramente hormonal ou genética.
A felicidade não vem em comprimidos, mas tem a ver com a forma como
interpretamos a vida, com as decisões que tomamos, escolhas que fazemos, opções
assumidas e atitudes praticadas.
é verdade, Deus nos dá o livre arbítrio, se cairmos, perdoa nossos pecados, mas não nos livra das consequência dos mesmos.
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