Seres humanos possuem ritmos diferentes de vida. Aprendi
isto a duras penas observando determinadas coisas em casa.
Minha esposa tem pouca necessidade de sono. Eu sou mais ou
menos do tipo descrito numa tirinha do Charles Brown: “Eu gosto tanto de
dormir, que a primeira coisa que penso quando acordo é quando vou dormir
novamente”. Ou, como um amigo se referiu a si próprio: “Eu preciso de oito
horas de sono à noite, e outras oito horas durante o dia”. Então,
invariavelmente sou eu quem forço um pouco minha esposa a deitar, porque a
madrugada para ela é um convite. E tem mais: No outro dia, ela acorda mais
disposta que eu, porque ao acordar, ainda levo cerca de meia hora para estar
lúcido, ela já acorda turbinada para as atividades que tem a realizar.
Meu filho tem um sério problema de mau humor quando está com
fome. Ele descobriu que sua esposa também é assim. Resultado: Eles nunca
discutem um assunto antes do almoço. Eles sabem que não terão condições de
analisá-las da forma correta. O julgamento deles será prejudicado pela fome.
Temos ritmos diferentes. Um se irrita facilmente com o
calor, outro com o frio. Um suporta bem a fome, outros se irritam. A mesma
coisa se dá em diversas áreas da vida. A vida precisa de ritmo, e quando
aceleramos demais, corremos o risco de fundir o motor biológico, emocional ou
espiritual – ou ambos.
Um grupo de pessoas de uma igreja americana foi visitar um
missionário que trabalhava numa aldeia remota. Eles sabiam que a viagem não
seria fácil. Teriam que ir de avião até um determinado lugar, pegar um barco
para uma viagem de 6 horas, e depois andar um bom tempo na selva. No primeiro
dia da caminhada, se surpreenderam com o ritmo, e ficaram felizes ao observar
que andaram bem mais que haviam previsto no roteiro. No outro dia, porém,
tiveram uma surpresa. Os carregadores fizeram corpo mole e se recusavam a
levantar. O intérprete então explicou: “Eles afirmam que andaram muito depressa
ontem, e que precisam ir mais devagar para que a alma deles alcance o seu corpo”.
Quando andamos rápido demais, corremos o risco de esvaziar o
nosso tanque emocional. De atropelar processos, de substituir o prioritário
pelo urgente. Eventualmente o nosso corpo estressa e apresenta sinais de
esgotamento. Se não ficarmos atentos, vamos colocando cada vez mais atividades
nas nossas agendas, para atender as demandas de outras pessoas. Gordon MacDonald, no livro "Ponha em ordem seu
mundo interior" afirma que fazer e planejar a agenda com antecedência,
ajuda a orientar a ação, caso contrário, pessoas fortes do seu círculo de
relacionamento, tenderão a fazer agendas e programas para você.
Lee Yacocca, que conseguiu
reabilitar a falida Chrisler Corporation afirma que o homem bem sucedido que não
consegue tempo para si, para descansar e fazer as coisas
para seu prazer, na verdade é um homem fracassado. Ele mesmo, apesar de ser um
executivo, organizava sua agenda para encerrar seu expediente na sexta feira as
18 hs, ia para casa, e não fazia absolutamente nada no sábado e no domingo, nem
sequer ligava seu celular para atender telefonema de clientes. Ele afirmava que
o homem que não consegue tempo para si mesmo e para sua família, para lazer e
hobbies que ele aprecia, é na verdade um grande tolo.
Se quiser viver mais e melhor,
respeite o seu ritmo. Dê tempo para seu organismo repor o tanque emocional.
Existem pessoas correndo, mas que estão à beira da morte. A vida precisa de
ritmos, de rituais, de tarefas simples, de organização de agenda e do tempo.
Portanto, observe seu ritmo e viva melhor!
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