Existe
uma afirmação na Bíblia que parece simples demais e absolutamente correta, mas
que na vida cotidiana, quase nunca temos coragem de exercitá-la: “Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal
com o bem!”. Apesar de parecer óbvia esta afirmação é provocativa e
inquietante.
A
primeira pergunta honesta que nos vem ao coração é: “O bem pode vencer, de
fato, o mal?” Pense cuidadosamente antes de responder afirmativamente a esta
pergunta.
Considere
sua vida em casa ou no trabalho. Imagine que seu cônjuge ou colega de trabalho
sempre te maltrata, tratando com rudeza, indiferença ou grosseria. Você crê que
o bem vence o mal, então passa a responder com atitudes do bem, mas apesar
disto, o mal se intensifica. Quanto tempo você acha que será necessário para
retrucar no mesmo nível da agressão sofrida? Mas você disse que o bem vence o
mal, por que então desistiu tão rápido?
Se
você reage de forma igual e contrária, sua atitude certamente não estará
baseada no bem, mas no mal. Você fez isto porque se esqueceu, ou realmente não acredita,
que o bem tenha capacidade de vencer o mal. Uma senhora muito querida costuma
dizer: “Quando eu sou boa, eu sou mais ou menos; mas quando eu sou má, eu sou
ótima!” Na hora da provocação sua frase característica será “eu não tenho
sangue de barata”, ou “ela vai ver agora, com quem está falando!” O mal parece
ter uma concretude e ser bem mais diretivo que o bem. O bem parece frágil e pusilânime
demais diante da maldade.
O
segundo aspecto a ser considerado é a procedência desta ordem: “não te deixes vencer do mal, mas vence o mal
com o bem!”. Quem está dando esta voz de comando? Esta ordenança vem do
nosso General. Ele é o estrategista de guerra, ele sabe as armas que são mais
eficientes e que devemos usar. Como soldados rasos, porém, não raramente
ficamos questionando as ordens recebidas, quando deveríamos apenas obedecer o
que ele ordena.
Em
Lucas 10.4 vemos este princípio de uma forma chocante. Quando Jesus designa os
70 para o trabalho de evangelização, ele dá uma ordem absurda: “Eis que vos envio como ovelhas para o meio
de lobos”. Não lhe parece muito desigual? Uma frágil ovelha sendo conduzida
para uma alcateia? Que metáfora estranha. Preferiria que ele tivesse dito: “Eis
que vos envio como lobos para o meio de ovelhas”. Esta sim, é uma expressão mais
confortável.
O
que pode fazer uma ovelha no meio de lobos senão ser estraçalhada silenciosamente?
Ovelha não tem defesa, é impotente diante dos lobos. Só existe uma coisa neste
texto que é confortável: O pastor vai junto com suas ovelhas. Sem o pastor, a
ovelha é mera vítima.
“Não te deixes
vencer do mal”. O
Nosso General afirma que podemos vencer o mal com o bem, e é desta forma que
ele deseja que caminhemos para a batalha. Ele ensina que a luz vence as trevas,
por mais densas que sejam. Se não acreditarmos nas suas palavras, nunca
usaremos as frágeis armas do bem, que se tornam poderosas em Deus. Estaremos
sempre lutando com o inimigo com o mesmo calibre que ele usa, mas o nosso
Mestre nos diz que estas armas do mal, são inadequadas para nós. Por isto a exortação:
“Como filhos da luz, andai na luz!”
Tente
colocar em prática, na sua vida, esta simples arma que lhe foi dada por Deus. Diante
das afrontas, acusações, injustiças que você acha que tem recebido, tente usar
outras armas, não da injustiça e das trevas, mas da luz e do bem. Será que
estas armas são capazes de vencer o mal? Só há uma forma de saber: precisamos
agir com as armas do bem, confiando na capacidade do nosso general em nos dar
sua voz de comando.
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