domingo, 2 de março de 2014

O triunfo do bem



Existe uma afirmação na Bíblia que parece simples demais e absolutamente correta, mas que na vida cotidiana, quase nunca temos coragem de exercitá-la: “Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem!”. Apesar de parecer óbvia esta afirmação é provocativa e inquietante.
A primeira pergunta honesta que nos vem ao coração é: “O bem pode vencer, de fato, o mal?” Pense cuidadosamente antes de responder afirmativamente a esta pergunta.
Considere sua vida em casa ou no trabalho. Imagine que seu cônjuge ou colega de trabalho sempre te maltrata, tratando com rudeza, indiferença ou grosseria. Você crê que o bem vence o mal, então passa a responder com atitudes do bem, mas apesar disto, o mal se intensifica. Quanto tempo você acha que será necessário para retrucar no mesmo nível da agressão sofrida? Mas você disse que o bem vence o mal, por que então desistiu tão rápido?
Se você reage de forma igual e contrária, sua atitude certamente não estará baseada no bem, mas no mal. Você fez isto porque se esqueceu, ou realmente não acredita, que o bem tenha capacidade de vencer o mal. Uma senhora muito querida costuma dizer: “Quando eu sou boa, eu sou mais ou menos; mas quando eu sou má, eu sou ótima!” Na hora da provocação sua frase característica será “eu não tenho sangue de barata”, ou “ela vai ver agora, com quem está falando!” O mal parece ter uma concretude e ser bem mais diretivo que o bem. O bem parece frágil e pusilânime demais diante da maldade.
O segundo aspecto a ser considerado é a procedência desta ordem: “não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem!”. Quem está dando esta voz de comando? Esta ordenança vem do nosso General. Ele é o estrategista de guerra, ele sabe as armas que são mais eficientes e que devemos usar. Como soldados rasos, porém, não raramente ficamos questionando as ordens recebidas, quando deveríamos apenas obedecer o que ele ordena.
Em Lucas 10.4 vemos este princípio de uma forma chocante. Quando Jesus designa os 70 para o trabalho de evangelização, ele dá uma ordem absurda: “Eis que vos envio como ovelhas para o meio de lobos”. Não lhe parece muito desigual? Uma frágil ovelha sendo conduzida para uma alcateia? Que metáfora estranha. Preferiria que ele tivesse dito: “Eis que vos envio como lobos para o meio de ovelhas”. Esta sim, é uma expressão mais confortável.
O que pode fazer uma ovelha no meio de lobos senão ser estraçalhada silenciosamente? Ovelha não tem defesa, é impotente diante dos lobos. Só existe uma coisa neste texto que é confortável: O pastor vai junto com suas ovelhas. Sem o pastor, a ovelha é mera vítima.
“Não te deixes vencer do mal”. O Nosso General afirma que podemos vencer o mal com o bem, e é desta forma que ele deseja que caminhemos para a batalha. Ele ensina que a luz vence as trevas, por mais densas que sejam. Se não acreditarmos nas suas palavras, nunca usaremos as frágeis armas do bem, que se tornam poderosas em Deus. Estaremos sempre lutando com o inimigo com o mesmo calibre que ele usa, mas o nosso Mestre nos diz que estas armas do mal, são inadequadas para nós. Por isto a exortação: “Como filhos da luz, andai na luz!”

Tente colocar em prática, na sua vida, esta simples arma que lhe foi dada por Deus. Diante das afrontas, acusações, injustiças que você acha que tem recebido, tente usar outras armas, não da injustiça e das trevas, mas da luz e do bem. Será que estas armas são capazes de vencer o mal? Só há uma forma de saber: precisamos agir com as armas do bem, confiando na capacidade do nosso general em nos dar sua voz de comando.

Nenhum comentário:

Postar um comentário