Introdução:
Homossexualismo tem sido um tema palpitante, não somente
pela abrangência do assunto em si mesmo, mas pelo fato da realidade homossexual
ter saído da clandestinidade para os holofotes. Poucos assuntos atualmente são
tão midiáticos quanto este. Pouco tempo atrás, quando se descobria que alguém
era um homossexual em pequenas cidades do interior, ela se tornava excluída da
sociedade, estigmatizada. Hoje a história é diferente. Em alguns casos tem sido
até sinônimo de vanguarda, de mente aberta e de status. As reportagens sobre
tais assuntos tornam-se quase sempre propaganda. Entrevistadores dão lugar de
destaques aos gays, artistas com relativa frequência tem assumido seu lado
"feminino". De repente, ser gay assume aquela dimensão do super-homem
do Gilberto Gil que se perdeu, e que pode ser reencontrada nesta faceta do homem-feminino de Pepeu Gomes.
Atribui-se a Arnaldo Jabor a seguinte frase: “Antigamente, no Brasil, ser
homossexual era proibido; posteriormente tornou-se tolerado; agora é
recomendado. Foi me mandar do Brasil antes que seja obrigatório”.
Homossexualismo ocorria fora da Igreja, agora vemos
pastores defendendo esta prática e buscando textos bíblicos para justificar
sua posição. Peter Gomes, líder dos capelães da Harvard University, no seu
livro “The Good Book”, um New York best-seller, afirma que o pecado de Sodoma e
Gomorra não era o homossexualismo nem a sodomia, mas a falta de hospitalidade.
Existem igrejas hoje admitindo abertamente casais homossexuais (igrejas
inclusivistas), denominações inteiras aceitando pastores assumidamente
homossexuais, como recentemente fez a Presbyterian Church nos Estados Unidos
(PC-USA). Não confundir com outras linhas presbiterianas como a PCA, OPC, EPC,
e Reformed Church, que são outras igrejas presbiterianas que não defendem este
ponto de vista.
Homossexualismo tambem era uma realidade na casa "dos
outros", mas agora, surge em nossos lares. Ficamos tentando entender qual
posição tomar. Pais sentem-se confusos em relação a este assunto. Qual é o
nível de tolerância, o que fazer se o filho assume o homossexualismo: Devo
tolerar, aceitar, incluir ou rejeitar? As opções se radicalizam de um leque
para o outro. Qual deve ser nossa atitude pessoal e a da igreja?
Este texto busca dar uma visão rápida sobre a questão. Não
analisa as coisas mais profundas do homossexualismo, mas tenta levantar
aspectos práticos da questão, e descobrir causas, tratamento e prevenção. Muito
comumente ouço pessoas perguntando:
è"O que a Bíblia diz sobre
o assunto ?"
è "Como evitar que meu
filho seja um homossexual?"
è"Como ajudar amigos que
lutam com esta tensão?"
è “Qual deve ser a atitude da
igreja?”
è “Como lidar com meus impulsos
homossexuais?”
è “Tenho um amigo homossexual, o
que devo fazer?”
Espero que este texto possa ser um manual, que reoriente
pessoas à visão de Deus.
FATORES PREDISPONENTES DA HOMOSSEXUALIDADE.
Antes de mais nada, precisamos considerar alguns fatores
que antecedem a homossexualidade, que chamamos de fatores predisponentes. Estes
fatores sempre encontram-se presentes em ambientes e situações nas quais
floresce o homossexualismo. Um problema tão instigante não tem respostas
simples. Não podemos sequer falar de causas, preferimos falar de fatores que
são os componentes para se desenvolver uma pré-disposição homossexual. Estamos
lidando com um conjunto de fatores que geram tais comportamentos. Enumeramos
alguns destes mas queremos enfatizar que cada um possui uma quantidade imensa
de variações que devem nos tentar livrar da tentação do fácil diagnóstico e dos
estereótipos com que facilmente criamos. Mesmo quando todos estes fatores
encontram-se presentes isto não significa que fatalisticamente a criança
desenvolverá uma atitude homossexual.
- Inadequado relacionamento
com os pais – Este
é o primeiro componente na formação da identidade sexual. É necessário
fazer aqui uma diferenciação entre sexo e identidade sexual: Homens e
mulheres já macho ou fêmea. Nenhum médico tem dúvida quanto à sexualidade
de uma criança, por isto facilmente se diz logo: “It´s a boy!” ou “It´s a
girl”. Curiosamente a Bíblia descreve a criação da raça humana de uma
forma ainda mais direta. “Deus os fez, macho
e fêmea”. O que dá uma ideia objetiva de um sexo definido. Ninguém
nasce obnubiloso quanto ao sexo, e não temos opção de, mais tarde, irmos a
um sex shopping e definirmos se
queremos ser homem ou mulher.
Contudo, é necessário entender a questão da identidade sexual. Se anteriormente
falamos que sexualidade é algo definida, agora precisamos entender que a
identidade sexual é formada, se constrói com as leituras que serão feitas no
desenvolvimento emocional da criança. Os pais exercem uma influência muito
forte sobre a psiquê da criança e poucos entendem quão importante é ter um lar
cheio de afirmações positivas sobre o caráter e a identidade sexual dos filhos
e encher de graça a vida da criança.
Um adolescente procurou o seu terapeuta na mocidade. Ele
tinha muita dificuldade sobre sua sexualidade, como centenas de garotos e
garotas. Uma história de horror estava por detrás. Aos quatro anos de idade,
foi apanhado pelo pai, envolvido com um coleguinha da mesma idade em uma cena
estranha (é bom entender que nesta idade uma criança não tem concepção de
sexualidade em si, o corpo ainda está sendo descoberto e tudo o que é feito é
por mera curiosidade). O pai, completamente desestruturado, brigou, esbravejou
e humilhou os dois. Mais tarde, na hora do futebol, um horário no qual ele
sempre ia com o pai para a pelada, seu pai não quis levá-lo, fazendo a seguinte
afirmação: “Lá não é lugar para meninas”.
Este comentário foi devastador para sua vida, até hoje ele sofre com sua identidade sexual, por causa deste
comentário destrutivo que ouviu do pai.
A família que mais contribui para que a homossexualidade
desabroche nos filhos tem um padrão facilmente perceptível: Mãe dominadora e
pai hostil. O Dr. Irving Bieben estudou 106 homossexuais masculinos.
Em 86
caso, as mães eram dominadoras;
Em
62, superprotetoras, que fizeram do homossexual seu filho predileto;
Em
82, gastavam muito pouco tempo com seus filhos – pais ausentes;
e 79,
mantinham uma atitude hostil contra eles.
Os pais são tão importantes quanto as mães, mesmo que
tomem o segundo lugar, uma vez que as mães normalmente gastam mais tempo com os
filhos e influenciam mais. Existem dois tipos de atitudes desaconselháveis nas
mães:
a. Mãe
superprotetora - Toda
criança precisa de afeto, mas poucas atitudes são tão nocivas quanto a
superproteção. Muitas não querem beneficiar o filho, mas a si mesmas com essa
atitude. Por serem carentes de afeto e atenção, transformam seu filho no objeto
primário de seu amor, ao invés do marido. Quando o filho torna-se o número 1 da
família isto desencadeia uma desestrutura nas relações. Pai e mãe devem
reservar entre si a primazia, caso contrário, o garoto pode identificar-se com
ela, interessando-se por coisas femininas, desenvolvendo o narcisismo feminino.
Homossexuais são normalmente filhinhos da mamãe. Isto não
é uma atitude de amor da mãe, sendo antes uma expressão de egoísmo. Filhos
criados sem a presença paterna, seja ela fisica ou emocional, podem enfrentar problemas
se as mães vivem apenas para "amar" seus filhos, transformando o seu
mundo interior numa relação unidirecional e fechada, podendo bloquear a
criatividade e a espontaneidade de ambos.
O caso extremo se deu com um homem que chamaremos de
Pedro.
Quando ele nasceu, sua mãe já tinha definido que,
independentemente do sexo, aquela criança seria mulher. Ela não lhe deu opção.
Nasceu um garoto que foi tratado como menina. Seu quarto era todo cor de rosa,
e as roupas definitivamente femininas. Apesar das censuras veladas da família e
amigos, ele foi tratado assim. Seus brinquedos eram femininos e a mãe lhe dava
orientações como se ele fosse uma garota. Definitivamente, sua mãe formou sua
identidade. Tímido e confuso na sua infância até a adolescência, posteriormente
assumiu sua opção preferencial, tornando-se um homossexual. Obviamente é um
caso extremo, mas a doença era da mãe que projetou nele toda sua frustração e
desencanto de ter um garoto, quando ela queria uma menina para lhe fazer
companhia.
b. Mãe dominadora - A dominância da
mulher na maioria das vezes ocorre por causa da irresponsabilidade do pai, mas
nada arruina tanto o ajustamento sexual que uma mãe opressiva. Tal criança
constrói uma hostilidade para o sexo oposto que pode dificultar o amor dele no
casamento e o predispor ao homossexualismo.
A Biblia fala sobre a submissão da mulher no casamento, e
nenhum conceito está tão perdido em nossa sociedade quanto este. Mulheres
arrepiam quanto este tema é tratado, e homens não tem qualquer ideia da
seriedade e dos princípios que se encontram por detrás desta questão. O texto
bíblico é claro. A submissão está relacionada, não ao sexo, mas à função, por
isto não afirma que a mulher deve ser submissa ao homem, e sim a esposa ao
marido. Trata-se de função e não de gênero. Em segundo lugar, submissão não
pressupõe autoritarismo do marido. Embora Deus exija submissão da mulher, não
recomenda que o homem exerça sua superioridade diante da esposa. O amor proíbe
o homem de explorar sua esposa em prol de sua função, narcisismo ou egoísmo. É
interessante notar que a bíblia exorta os homens a amarem suas esposas esposas
e não tratá-las com amargura. Palavra
muito sugestiva. A liderança deve ser exercida em amor de tal forma que nunca
cause mal estar por estar sendo executado. Em terceiro lugar, autoridade não
pressupõe tirania. Se alguém abusar da
autoridade que Deus lhe deu, por exemplo, ordenando o que Deus proíbe, ou
proibindo o que Deus ordena, estará desfazendo-se do princípio de autoridade
existente, já que nenhuma autoridade é autônoma (ou seja, possuidora dela por
si mesma), toda autoridade é delegada (alguém a concede). Neste contexto é que
se torna significativa a afirmação final de Cl 3:18 que afirma que a mulher
deve ser submissa ao marido,“como convém
ao Senhor”. John Stott sugere alguns
pontos para demonstrar porque a submissão é importante:
ü
Antes
de convir ao homem, convém a Deus - Deus se agrada disto. Quando Deus fala, temos a certeza
de que ele sabe o que é melhor para a nossa vida;
ü
A
mulher não se sente realizada em assumir a liderança de sua família, embora muitas vezes a assuma,
na ausência física ou emocional do homem. A esposa que lidera, sente-se
extenuada e o homem liderado, sente-se fraco e não plenificado. A mulher sente
um peso enorme ao assumir tal condição. O marido liderado se torna irritadiço e
não plenificado, refugiando-se na indiferença, apatia ou eventualmente no
alcoolismo;
ü
Filhos
encontram difilculdade na correta identificação dos papéis e identidade sexual, como temos demonstrado,
homossexualismo está ligado à realidade de um pai fraco ou de uma mão
dominante, ou ambos;
ü
Sociologicamente, em toda sociedade existente,
encontramos o patriarcado e o domínio dos homens nos encontros e
relacionamentos entre macho e fêmea, conforme estudos demonstrados em
antropologia pelo professor Steven Goldemberg, no livro, “The inevitable of patryarchy”.
ü
A
submissão encontra suporte fisiológico e não apenas psicológico. O hormônio
masculino, testoterona é, por sua
própria genética, mais agressivo que o
da mulher e consequentemente mais dominador;
ü
Teologicamente, Paulo apresenta a idéia de
que a submissão é deduzida da criação: “A
mulher foi feita depois do homem e para o homem”portanto não e casuísmo, é
criacionismo”. A submissão dá a dimensão exata dos papéis. O marido é o capitão
do time. Ele não joga sozinho e não obtém vitória sozinho, mas orienta a
caminhada da equipe. Cumpre frisar que este texto não se inicia em Efésios
5.22, falando da submissão da mulher ao marido, mas em Ef 5.18, falando da “mútua sujeição”, isto é, marido e
esposa, devem aprender a viver em atitude de serviço e cuidado, um para o
outro. A submissão se dá num contexto de amor, e só pode acontecer
verdadeiramente quando o lar está cheio da ação do Espírito Santo, quando somos
capazes de entender, inclusive, a sujeição mútua que deve existir nas relações.
c. Pai passivo ou ausente - Nem todo
homossexual possui pais hostis, alguns podem ser
até bondosos. Tim Lahaye, que desenvolveu ministério entre este grupo, afirma: "Em muitos casos analisados, não vi
nenhum homossexual que tivesse uma relação positiva
com seu pai".
A mais preciosa dádiva do pai não é alimento, abrigo e
educação, mas amor - e isto se demonstra ao gastar tempo com o filho. Amor e
aprovação do filho é muito importante para o garoto, particularmente para
aqueles que possuem predisposição. A presença da figura masculina, dá dimensão
do modelo familiar, tanto para os filhos, que identificam-se com a figura do
pai, no complexo de Édipo, tão estudado na psicanálise, quanto no de Elektra.
Filhas também precisam de modelos masculinos. Muitas igrejas e escolas estão
preocupadas em ter no seu quadro de professores, figuras masculinas. Quando
existe alienação parental, a figura do avô, do tio, do amigo, do pastor e do
professor pode preencher esta lacuna, mas precisamos de presença masculina, não
autoritária, mas amorosa e firme, para desenvolver modelos. Ouvi certo líder
cristão dizendo que nas igrejas esta necessidade também precisa ser considerada.
Ele usava um jargão afirmando que “lugar de macho é no Departamento Infantil”.Li recentemente uma afirmação atribuída à Esly Rodrigues afirmando que homossexual é o homem que procura nos braços de outro homem, a abraço ausente de seu pai.
Normalmente o homossexual tem um pai ausente e uma mãe que
assume a lacuna da carência afetiva. O menino precisa se identificar com a
figura masculina, por isso, pai e filho devem gastar tempo juntos. Quando o pai
torna-se modelo, neste caso, dificilmente a criança torna-se predisponente para
a homossexualidade. O divórcio é outro aspecto que pode contribuir para a
desestruturação. Um psiquiatra afirmou: "A maioria dos homossexuais vem de
lares quebrados, ou com papéis confusos sobre o lugar do pai e da mãe".
Filhas também precisam de referências masculinas, pois buscam identificação com
suas mães, para conquistar o amor e atenção do pai. Pais que caminham ao lado
de suas filhas e dão modelos de segurança, estabilidade e equilíbrio, não
apenas ajudam suas filhas na identidade sexual, como impedem que façam escolhas
neuróticas quanto a relacionamentos neuróticos nos casamentos.
2. Educação permissiva - A frouxidão na disciplina tem
se tornado cada vez mais popular, talvez pelo aborrecimento que os pais sofrem ao disciplinar a criança, mas somente
a disciplina capacitará o jovem a crescer responsavelmente. Um estudo revela
que as crianças tratadas com
moderação, amor e disciplina são menos tendentes à criminalidade. A mesma
verdade se aplica na identidade sexual. Muitos homossexuais
vem de lares indulgentes e indisciplinados, de uma moral e ética relativos.
Filhos precisam de valores e princípios, que são aprendidos e vivenciados
dentro de casa.
3. Insegurança sobre a
identidade sexual - O
pai que deseja um filho e recebe a notícia que nasceu uma garota, pode se
frustrar e começar a tratar a criança inconscientemente como uma menina. Às
vezes, até o nome e o tratamento são dados como se fosse um garoto. Essa
rejeição é percebida pela criança e ela tende a buscar uma adequação para
satisfazer o pai, rejeitando sua própria sexualidade e fantasiando outra
realidade para atender aos seus desejos. Crianças devem ser estimuladas a
aceitar sua feminilidade/masculinidade e alegrar com sua própria sexualidade.
Neste caso, quando os pais desejam tratar o filho como
filha, ele passa 17 anos aguardando a chance de mudar seu sexo, convencido que
deveria ser uma garota e desejando psicologicamente agradar os pais. O teste
hormonal diz que não há nada anormal em suas glândulas, mas ele pensa em ser
mulher, e não homem.
As críticas são feitas já na infância: "Você é uma
mulherzinha, não pode jogar bola..." Se houver rejeição paterna, e ainda
uma mãe dominante, passará a pensar de forma confusa. Passa a ser o que dizem ser.
Aprender amar e a aceitar a si mesmos é fundamental para que se possa amar e
aceitar o outro, que é diferente. Insegurança na sexualidade é provocada pela
dificuldade de aceitar a si mesmos como são.
4. Trauma sexual na infância – Outro fator predisponente pode
surgir com abusos sexuais. Muitas crianças tem sido sodomizadas e estupradas
ainda muito tenras. O problema é que muitos destes casos jamais serão relatados.
Crianças são vítimas silenciosas de sofrimentos imensos, e ameaçadas se
tentarem falar. Ameaçadas de abandono, de morte e de perda de privilégios. Elas
não sabem como se defender desta tão grande agressão.
Com a fragmentaçãõ cada vez maior dos lares e o aumento do
número de divórcio, muitas crianças tem sofrido diferentes tipos de abusos
sexuais ou emocionais. São vítimas de padrastos, tios, avós, irmãos, e tudo
isto mexe profundamente com o emocional. Tenho percebido cada dia mais a grande
quantidade de depressão associada a abuso infantil. Felizmente este tema tem
sido mais abertamente tratado, e pessoas que nunca tiveram espaços para vomitar sua dor, tem tomado coragem de
relatar o horror sofrido. Os abusadores fazem a criança pensar que elas são as
culpadas e não vítimas.
Certo homem, cuja confusão sexual lhe trouxe grandes dores e conflitos, foi
abusado sexualmente dentro de sua casa, pelo melhor amigo de seu pai, por
vários anos. O homem lhe dava o que seu pai, ausente, não dava: atenção! A vida
desta criança se transformou num inferno e até hoje ele sofre os deletérios
efeitos sofridos na sua infância. Assim vivem milhões de vítimas inocentes,
feridas, machucadas e confusas. Precisamos olhar a questão homossexual com mais
amor, e menos julgamento.
Não é incomum lésbicas odiarem homens pois foram
molestadas pelo próprio pai, avô ou amigos. Garotos ainda sofrem mais pela
comparação que se faz do seu pênis e sobre a capacidade de ser homem. Alguns
casos de sedução sexual feita por "babysitters" são bem conhecidos, quando estas introduzem
crianças na masturbação e até no homossexualismo. Infância é época de curiosidade
no sexo, nesta fase pode surgir uma experiência com o outro, trazendo culpa,
hábitos e pensamentos que geram predisposições homossexuais.
Experiência sexual é um dos mais fascinantes mistérios da
vida, mas a experiência sexual prematura é perigosa. Sexo é basicamente uma
experiência adulta e as crianças ainda não possuem estrutura psicológica. A
experiência sexual na puberdade pode ainda ser perigosa e danosa na
identificação da sexualidade.
5. Interesse prematuro no sexo –
Crianças tem
se despertado para o sexo numa fase incrivelmente precoce, mais cedo que
podemos imaginar. Existe um bombardeio
da mídia, acesso a internet, crianças no mundo virtual são expostas
precocemente à sexualidade. Boa parte da infância da inocência infantil tem
sido destruída neste bombardeio midiático.
Recentemente ficamos chocados com cenas de uma garota de
11 anos de idade, simulando uma masturbação, gravada num celular e que caiu na
rede social em nossa cidade. Crianças tendem a chegar a puberdade precocemente
e a praticarem a masturbação numa fase na qual o sexo ainda não deveria ser
predominante. O estímulo para as crianças pode vir de diversas formas, através
do estímulo ao auto-erotismo, quando começam a estimular a área genital e a
manipular o órgão genital.
Acompanhei casos extremamentes doentios sobre este assunto.
Num deles, a mãe, percebendo a curiosidade sexual do filho
pré adolescente sobre sexo e pornografia, resolveu ir à banca de revistas e
comprar revistas pesadas e dar para seu filho. Ao invés de ajudar sua
sexualidade, ele teve problemas na identificação da mesma.
Noutro caso, o pai querendo se assegurar de que seu filho
seria um homem, resolveu levá-lo, aos 12 anos, para uma zona de prostituição, e
contratou uma mulher para fazer a iniciação sexual do garoto. Ao contrário do
que imaginava o pai, o garoto teve uma reação completamente oposta e fez uma
regressão. Quando ele foi buscar seu filho, o encontrou soluçando, no colo da
prostituta, chorando como se fosse um bebê. Posteriormente este adolescente me
procurou para conversar sobre o assunto. Ele estava muito inseguro quanto à sua
sexualidade, apesar de estar namorando uma das garotas mais bonitas da nossa
comunidade. Ele tinha medo de fracassar como homem, por causa de sua
experiência ocorrida cinco anos antes. Com muita dificuldade me pediu ajuda e
admitiu que estava com medo de “não ser homem”. Uma pergunta esdrúxula e direta
veio à minha mente: “Você alguma vez a beijou? Se sentiu bem?”. Diante da
afirmativa, lhe perguntei: “Quando você a beijou, seu pênis ficou ereto?” – E
ele, constrangido, mas sorrindo disfarçadamente, admitiu que sim. Então eu lhe
disse que estava tudo certo com seu metabolismo, falei que a experiência
anterior não poderia ser seu paradigma, pois era ainda muito novo, e que ele
deveria tomar cuidado, para usar seu corpo, da forma certa, e na hora certa de
Deus. Oramos, e ele saiu aliviado e seguro sobre si mesmo.
6. Masturbação juvenil e
fantasia sexual - Masturbação
certamente é, na maioria das vezes, o primeiro passo para a iniciação sexual. Jaime Kemp afirma que 95% dos
jovens crentes se masturbam, e 5% mentem. O problema da masturbação é que ela
está sempre associada à fantasia. Ninguém se masturba pensando num poste.
A masturbação é um auto-enamoramente, que pode levar a pessoa
querer ter um corpo igual, à nível de fantasia. Isto não quer dizer,
naturalmente, que toda masturbação possua este direcionamento, pelo contrário,
na maioria das vezes não o é. Numa idade mais pueril, é a descoberta do corpo e
pode ser um fenômeno instintivo do ser humano, não sendo portanto, por isso,
alguma coisa aterradora. Contudo, a criança pode ainda na infância se envolver
com grupos que incitam à masturbação, que tem experiências sodomitas, e ligam-se
a literaturas pornográficas, acelerando o processo da sexualidade e perdendo o
interesse pelas demais coisas.
Guarde em mente, que a homossexualidade não é feita por um
destes itens isolados, mas é a soma deles que pode predispor à
homossexualidade. Muitos possuem um ou dois itens aqui descritos e são
completamente heterossexuais. Mesmo com todos estes fatores somados, ainda é
possivel que a pessoa não seja homossexual. Homossexualismo não é predestinação
nem fatalismo, não é congênito nem genético, mas comportamental. A Bíblia nos
ensina que impulsos sexuais devem ser controlados. Isto se aplica tanto para
homossexuais quanto heterossexuais, não é minha predisposição, mas meu
comportamento, que me leva a distanciar de Deus. Observe alguns textos
bíblicos:
Þ “Se procederes bem, não é certo que serás
aceito? O teu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo” (Gn 4.7).
Este texto nos fala de desejos, necessidades psicológicas, emocionais ou
físicas que povoam a mente. Desejos carnais conspiram contra a santidade,
afinal “a carne milita contra o Espírito,
e o Espírito contra a carne”. Existem duas forças lutando em nós, uma nos
encoraja a seguir na direção das coisas de Deus, outra na direção oposta. É
necessário dominar o desejo, pois ele muitas vezes conspira contra nossa
integridade e espiritualidade. Com oração, desejo e busca de santidade, podemos
vencê-lo.
Þ “Foge, outrossim, das paixões da mocidade.
Segue a justiça, a fé, o amor e a paz com os que, de coração puro, invocam o
Senhor” (2 Tm 2.22). O texto nos encoraja a fugir, e não a resistir, às
paixões da mocidade. Curiosamente a bíblia nos diz que devemos resistir e não
fugir do diabo (1 Pe 5.7). Devemos resistir aos ataques do inimigo de nossa
alma, mas não dá para resistir aos impulsos interiores. José, ao ser provocado
pela esposa de Potifar, não a resistiu, mas saiu correndo. Muitos jovens tentam
resistir à carne e fugir do diabo, em ambas fracassam. Fujam de situações e
pessoas provocativas, que podem te atrair e levá-lo a um coração impuro, que te
impedem de invocar com santidade, o Deus que habita em seu coração.
Þ “Fugi da impureza (no original, porneia). Qualquer outro pecado que uma
pessoa cometer é fora do corpo; mas aquele que pratica a imoralidade peca
contra o próprio corpo. Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do
Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois
de vós mesmos? Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a
Deus no vosso corpo” (1 Co 6.18-20). Santidade do corpo é requerida para
aqueles que desejam se tornar discípulos de Cristo. Não se trata de uma opção, mas
de uma ordem; não é indicativo, mas imperativo. Deus não habita em templos
feitos por mãos humanas, mas decidiu habitar naqueles que, pela fé, receberam o
Filho de Deus em suas vidas. Deus habita em nós. O Espírito Santo é o Deus
que habita em nós e não nas catedrais e templos arquitetonicamente bem
desenhados. Por isto, devemos fugir de toda impureza e imoralidade. Isto se
aplica não apenas aos que tem impulsos homossexuais, mas àqueles que enfrentam
lutas como heterossexuais.
Inversão e
Perversão Sexual
Muitas pessoas tem uma "predisposição sumária",
fruto de todas estes fatores predisponentes enumerados acima. Tem tendência ao
homossexualismo, mas se casaram ou aprenderam a agir como heterossexuais. Alguns
eventualmente podem até sentir atração, mas não a cultivam por causa de sua
convicção moral ou espiritual. Quantos homens e mulheres hoje casados não se
sentiram eventualmente atraídos por pessoas do sexo oposto na sua juventude,
mas souberam, ainda que não sem certos conflitos, a agir com outra disposição?
Encontrei uma pessoa que se percebia homossexual. Ela me
procurou e admitiu ter desejos por pessoas do mesmo sexo e se sentia muito
confusa com isto. Um dia, resolveu se aventurar na homossexualidade e saiu com
um homem casado, que aproveitando a viagem da esposa, o levou para sua casa.
Ali, ele lhe perguntou o que iria rolar entre eles, e o rapaz respondeu sem
graça: “Nada!”. Aquele homem, surpreso, lhe disse: “Nada? Posso então me
masturbar perto de você?”. E quando aquele homem começou, ele se sentiu tão
enojado, teve náuseas, saiu correndo da casa, e foi vomitar no meio fio, na
calçada da rua. Apesar de toda confusão experimentada, ele não conseguia
praticar o homossexualismo.
O cristianismo não condena a "inversão" sexual,
que ocorre quando por alguma razão, a pessoa se sente como homossexual, mas
rejeita viver na prática homossexual (perversão), por temor a Deus e sua fé. O
cristianismo condena a "perversão sexual", isto é, a prática de atos condenados
por Deus. O pecado homossexual como qualquer outro, não tem diferença aos olhos
de Deus. Deus condena o sexo quando praticado fora de seus padrões, em muitas
circunstâncias.
Richard Foster, no livro “Dinheiro, sexo e poder” analisa esta questão da
inversão/perversão de forma muito equilibrada. Uma pessoa pode ter sido
danificada na formação de sua identidade sexual, mas por causa da pureza moral,
assim como fazem homens e mulheres heterossexuais, e que buscam a santidade do
corpo e a pureza moral, decidem consagrar sua sexualidade a Deus.
Alguns sugerem que a afirmação de Jesus: “Porque há eunucos de nascenca; há outros a
quem os homens fizeram tais; e há outros que a si mesmos se fizeram eunucos,
por causa do reino dos céus. Quem é apto para admitir, admita” (Mt 19.12)
possa ser uma referência a este tipo de comportamento. Eunucos são pessoas que
optaram pela abstinência sexual, muitas deles foram feitos assim, sofrendo em
determinadas culturas, a castração. No Oriente Médio e na China, o eunuco era o
guarda encarregado de cuidar dos haréns, local da casa reservado às esposas e
odaliscas. Houve um período na história em que se fazia castrações nos meninos,
entre 8 e 10 anos de idade, para impedir a mudança de voz e que se tornassem
cantores com voz feminina. “Castrato” era como se designava este tipo de cantor
(“castrati”, no plural). Foi só em 1902 que o Papa Leão XIII proibiu esta
prática. Existem pessoas que decidem se fazer eunucos, sentem amor pelo
Evangelho e pela obra de Deus, e decidem consagrar sua sexualidade a Deus.
Muitos heterossexuais fazem o mesmo. São milhares de homens e mulheres, que
decidem não viver na prática do pecado, apesar dos seus desejos e impulsos.
Muitos destes, eventualmente nunca se casam, e lidam com seus impulsos em
oração e consagração de sua vida. Se fizeram assim, eunucos, por causa do reino
de Deus. Jesus fala sobre o tipo de eunuco que praticava o celibato para se
dedicar exclusivamente ao reino de Deus.
Tenho ouvido falar de sacerdotes e conceituados teólogos,
que se fizeram eunucos por causa do reino de Deus. Pessoas que enfrentaram dificuldades com sua identidade sexual e
amavam o Senhor, e decidiram considerar a possibilidade de viver desta forma,
por causa do reino de Deus. Jesus parece apoiar e encorajar tais condições no
texto citado. Pessoas assim possuem uma predisposição homossexual, mas
decidiram viver um estilo de vida de santidade para glorificar o Senhor. Só
mesmo a compreensão do chamado à pureza pode levar pessoas com estes impulsos,
assim como jovens heterossexuais, no vigor da sua sexualidade, casando-se
virgens e vivendo sem promiscuidade.
A Bíblia e o
homossexualismo
Muita discussão nos últimos anos tem sido feita sobre este
assunto. Peter Gomes, líder dos capelães da Harvard University por mais de uma
década, chegou a afirmar no seu livro, The
Good Book, que se tornou um New York best-seller, que a Bíblia nunca
condenou o homossexualismo, talvez sua leitura tenha sido feita numa
justificativa de auto-absolvição, uma vez que ele mesmo era assumidamente
homossexual. Será que seu ponto de vista tem consistência e fundamento sólido?
Basta uma leitura superficial da Bíblia, em qualquer versão, para perceber que
sua exegese é tendenciosa.
Antigo
Testamento
No Antigo Testamento, a cidade de
Sodoma foi destruída por causa de sua devassidão moral e a prática homossexual.
O texto afirma que quando os dois homens foram se encontrar e foram hospedados
com Ló, os jovens e os velhos da cidade foram até sua casa para que Ló os
entregasse a eles a fim de que fossem “abusados” (Gn 19.5). Deus estendeu a mão
sobre aquela cidade que vivia debaixo de grande devassidão moral e a destruiu.
Na Lei, o homossexualismo era
considerado uma ofensa a Deus e seus praticantes condenados à morte: “Como homem não te deitarás, como se fosse
mulher; é abominação” (Lv 18.22). “Se
também um homem se deitar com outro homem, como se fosse mulher, ambos
praticaram coisa abominável; serão mortos; o seu sangue cairá sobre eles” (Lv
20.13). No livro de Êxodo e Deuteronômio, existem vários outros textos falando
sobre o mesmo assunto com a mesma intensidade.
Novo
Testamento
No Novo Testamento a pena é a morte espiritual. Depois de fazer
uma lista de pessoas que estão sob juízo divino, incluindo efeminados e sodomitas (que praticam sexo anal), o texto bíblico
afirma: "Não herdarão o Reino dos céus, os que tais coisas praticam"(1
Co 6.9-10). Na carta a Timóteo, Paulo afirma: “impuros, sodomitas (arsenokoitai), raptores de homens, mentirosos,
perjuros e para tudo quanto se opõe à sã doutrina são práticas contrárias à
sã doutrina. ” (1 Tm 1.9).
O texto que mais claramente fala deste
assunto é Rm 1.24-28. Por ser um texto mais exaustivo, ele considera o
homossexualismo e outras práticas com resultado de um afastamento e rejeição a
Deus como Senhor. O problema da humanidade é o fato de se recusarem a perceber
Deus por meio das coisas que e Ele criou e a grave decisão de adorarem a
criatura em lugar do criador. Quando o homem perde a centralidade de Deus em
sua vida, ele se torna “nulo em seus próprios raciocínios”, e isto traz
implicações sérias para o campo psicológico. O coração se torna obscurecido e assim
desejos legítimos se degeneram. Os versículos 24, 26 e 28 afirmam que os homens
rejeitaram a Deus, e por isto foram “entregues a si mesmos”.
O que significa isto?
A palavra “entregar”, vem do grego paradidomai no grego, e significa,
“deixar que a pessoa siga o caminho que ela quer seguir”. Por terem os homens
rejeitado a Deus, seguiram seus próprios impulsos e desejos estragados, e por
se afastarem de Deus, este os deixou entregues a si mesmos. A ideia é a de um
filho que rejeita a direção paterna e resolve viver por si mesmo apesar dos
insistentes esforços do pai em dar direção e orientar. A rebeldia do filho pode
chegar a um ponto que o pai desiste de exercer sua paternidade e o deixa
seguir do jeito que ele quer seguir. O filho pródigo da parábola contada por
Jesus é um bom exemplo disto (Lc 15). Por mais que o pai o amasse, ele não
poderia mais mantê-lo em casa, e deixou que ele saísse. O filho era um
relativista moral que achava que a verdade se encontrava nele mesmo, e que ele
(e não o Pai), sabia melhor o que precisava fazer e assim, deseja a morte do
pai, pede sua herança adiantada (o que ele não tinha direito legal), e resolve
viver a sua v ida do seu jeito e no estilo que considera correto. Ele destrói a
relação que de filiação que tinha com o pai, e segue sua vida da forma como
acha que deve seguir.
Em Romanos observamos que Deus entregou tais homens a si
mesmos, permitindo que seus desejos sensuais sejam plenamente satisfeitos. Esta
é a pior manifestação da ira sobre a raça humana. O homem entregue a si mesmo,
sem nenhum controle de Deus sobre sua vida, entregue desenfreadamente às suas
paixões. Deus “desiste deles” (Rm 1.24). A expressão
conclusiva “portanto” (do grego “dio”), segue esta lógica.
O vs. 24,
26 e 28 usa a mesma expressão: “Deus os
entregou”. (Primeiro aoristo ativo indicativo de paradidomai). Tais pessoas
já desertaram de Deus que agora os deixa seguir na própria auto determinação de
não se sujeitaram à amorável direção do pai, e o resultado é auto-destruição.
Deus não mais restringe o homem e ele segue a direção da sua escolha moral,
trazendo ruína sobre si mesmo. Por três vezes Paulo usa a expressão os entregou
(“paredomai”: vs 24,26,28), não aponta para três estágios da queda, mas para a
permissão que o homem vá fundo no seu próprio mal. Os conselhos de Deus e sua
sabedoria soam como cadeia e morte, e o homem segue sua ímpia vontade. Seus
corpos serão desonrados (tou atimazesqai
ta somata auton). Veja o resultado expresso por tou (genitivo) e o infinitivo passivo atimazesqai. Cristianismo tem um grande senso de dignidade com o
corpo (1Ts 4:4; 1Co 6:13) e o afastamento de Deus, deixa marca nos corpos dos
homens e das mulheres.
Deus os entrega, deixando-os à mercê de seus impulsos, e eles fazem uso irrestrito
do seu desejo, e isto os leva à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si
(Rm 1.24). A primeira consequência desta “liberdade” sem Deus atinge a
corporeidade, sensualidade e o sensório. Os homens desejam satisfazer suas
concupiscências, e Deus permite que eles possam ir onde desejam ir. Eles
aprofundam no seu desejo de sensualidade. O vs. 26-27 afirma que a perversidade
chega a um ponto tal, que “as mulheres mudaram o modo
natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza” (vs.26), e da
mesma forma, “semelhantemente, os homens
também, deixando o contacto natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua
sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si mesmos,
a merecida punição do seu erro”.(vs.27). O que o texto afirma não é que o
homossexualismo vai trazer qualquer juízo de Deus sobre os homens, pelo
contrário, já é o juízo de Deus em si mesmos. O que os homens acreditam ser
libertação, aos olhos de Deus já é punição e juízo, e por isto, recebem, em si mesmos, a merecida punição do
seu erro (Rm 1.27).
O Juízo
de Deus se revela na torpeza e na inversão “natural” de suas relações íntimas. O
texto bíblico afirma que “mudaram o modo
natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza”. Os
homens insistem em afirmar que isto é natural, mas a Bíblia afirma que é algo “ contrário à natureza”, isto é, parafisis (grego), alguma coisa que
agride a natureza em si mesma. O corpo não foi criado com este fim.
J.I.
Packer afirma: “Ira
é algo que os homens escolhem para si mesmos. E o julgamento é este, que a luz veio ao mundo e os homens amaram mais
as trevas que a luz, porque as suas obras eram más”(Jo 3.18-19). A essência
da ira de Deus é dar aos homens aquilo que escolheram”. É exatamente isto que o texto ensina. O
grande julgamento é dar aos homens aquilo que eles desejam.
A Bíblia orienta o ser humano em vários
aspectos sobre a sexualidade.
No Antigo Testamento, muitas destas
práticas tinham sentença de morte, porque traziam danos irreparáveis à raça
humana. Podemos observar que certas formas religiosas normalmente induzem o
homem a atitudes sexuais condenáveis, isto é, quando o homem se afasta de Deus,
normalmente deturpa seu propósito sexual. A Bíblia fala até das
"prostitutas cultuais", que mantinham relação sexual com os
adoradores dos deuses pagãos. A cidade de Éfeso, onde existia o maior templo da Ásia (Diana dos Éfesos), mantinha
um grupo destas prostitutas.
Normalmente as falsas religiões possuem
perversões sexuais (adultério, homossexualismo, poligamia, celibato e em casos
extremos, castrações). Idolatria precede à perversão sexual e isso é chamado na
Bíblia de prostituição. Em Dt 22.5 Deus condena até mesmo o uso de roupa do
sexo oposto, porque este ato tendia a eliminar a distinção entre homem e
mulher, conduzindo o homem ao feminismo e à mulher, a perda de sua
feminilidade.
A Bíblia estabelece princípios sobre a vida sexual.
Robinson Cavalcante trabalha muito bem estes princípios em seu livro Libertação
e Sexualidade.[4]
1. Deus destinou o ser humano a buscar realização sexual
com outros seres vivos. A necrofilia, ou atração sexual por cadáveres, fere este padrão;
2. Deus destinou o ser humano à realização com seres da
mesma espécie. A zoofilia, ou
atração sexual por seres irracionais, fere este padrão;
3. Deus destinou o ser humano à realização com o sexo
oposto. O Homossexualismo ou atração
pelo mesmo sexo, fere este padrão;
4. Destinou o ser humano a se realizar sexualmente por
livre manifestação de vontade. O estupro
ou relações sexuais à força, fere este
padrão.
5. Deus destinou o ser humano à realização sexual por
amor. A prostituição, ou relação
mediante remuneração ou compra, fere este padrão.
6. Deus destinou o ser humano a relacionamentos estáveis
que crescem e se aprofundam. A fornicação,
ou relacionamentos sexuais efêmeros,
fere este padrão;
7. Deus destinou o ser humanos a relacionamentos na
amplitude da espécie. O incesto, ou
relacionamento sexual com parentes próximos, fere esse padrão;
8. Deus concebeu a atividade sexual como um ato de
comunicação interpessoal. A masturbação,
ou auto-realização solitária, quando opção permanente de um egoísmo sexual,
fere este padrão;
9. Deus deixou ao ser humano a incubência e a capacidade
de reprodução da espécie. Ele é a fonte da vida e condena a morte. O Aborto, ou destruição do ser enquanto ainda no útero, fere esse padrão;
10. Deus destinou o ser humano a fazer do sexo, um ato
construtivo de afeto. O sadismo ou prazer em fazer sofrer, e o masoquismo, ou prazer no sofrer, com suas agressões e mutilações,
fere esse padrão;
11. Destinou Deus o ser humano à integração de sua
sexualidade com equilíbrio. A lascívia, sexocentrismo,
sexomania ou obsessão sexual, fere esse padrão.
Os limites morais tem seu lugar saudável em toda cultura.
Não devemos entender toda
repressão como danosa à homeostase humana
e à saúde mental. Rollo May trabalha muito
profundamente esta questão em Eros e
repressão, afirmando que o liberalismo míope com relação ao sexo lançou o indivíduo num ilimitado oceano de
livre escolha sem
proporcionar, por si mesmo, a liberdade. Nossa sociedade ganhou
liberdade sexual, mas perdeu a
capacidade do eros. "Nós nos atiramos à sensação sexual, a fim de evitar a
paixão erótica"
Sexo é apontado na Bíblia como meio de maturidade do ser
humano. No pensamento hebraico, o
homem não é completo sem este
encontro, mesmo porque o ser
humano é um ser de relação, caracterizado
pela abertura ao outro. Em Gn 2.18,
Deus percebe a necessidade de reciprocidade,
do encontro que gera
alteridade. A figura
da mulher vai complementar, não
no sentido da subordinação, mas da
plenificação: o homem vai experimentar outra vivência a partir
deste encontro. Esta necessidade é descrita no texto como
ser "percebida" por
Deus. Para se tornar realmente íntegro, falta a ação experimentar este
encontro/relação neste encontro/reciprocidade, homem e mulher.
Para que a plenificação se dê, contudo, três compreensões
devem surgir :
A.
Sexualidade está ordenada à totalidade da pessoa – trata-se de um elemento da plenificação,
assim como, a sexualidade não integrada, independente da relação de entrega,
desumaniza o ser humano: desprezo
do parceiro, exploração,
manipulação, levando o outro a viver a dimensão de objeto/ exploração.
B. Sexualidade
nos convida a perceber o outro como
ser integral, ele
não é meramente genitália. O encontro só se torna possível
numa comunicação maior. Intimidade, e não o orgasmo, é o grande desafio no
encontro entre as pessoas.
C. Sexo
nos faz considerar o ser humano como ser de relação. Homem e mulher tem apelos
sexuais, atraidos pelos interesses comuns, linguagem compreensível e sedução.
Tenho impulsos
homossexuais, o que fazer?
Muitas pessoas enfrentam tentações em diferentes níveis e
áreas diferentes. O filme “O advogado do diabo” tem o seu desfecho numa frase
clássica: “Vaidade é meu pecado predileto”. A verdade é, que nem todos temos
conflitos e lutas nas mesmas áreas. O demônio da Zona Sul não é o mesmo da Zona
Norte, mas são, da sua forma, igualmente malignos.
- Entenda que homossexualismo não é predestinação nem fatalismo – Não se
trata de uma variante cromossômica, de uma disfunção genética ou
congênita, mas de um comportamento aprendido. Como vimos acima, nossa
identidade sexual sofre diante de uma sociedade abusiva e destrutiva. Crianças
indefesas sofrem condicionamentos e distorções de todas as formas. Mas
homossexualismo não é determinista nem fatalista. É uma condição moral. “O teu desejo será contra ti, mas a ti
cumpre dominá-lo” (Gn 4.7). Apesar de sermos muitas vezes vítimas de
pecados sistêmicos que nos atingem, temos da parte de Deus condições de
dizer não àquilo que conspira contra a santidade assim como não podemos
simplesmente justificar nossa violência se crescemos em uma sociedade
violenta.
- Impulsos
sexuais devem ser controlados – Vivemos numa sociedade vitimada pelo desejo
imediato. Queremos o máximo de prazer, não importando se valores serão sacrificados.
A máxima do existencialismo é que precisamos satisfazer nossos prazeres
aqui e agora, o que importa é a existência, e não a essência, já que, para
este princípio filosófico, a essência não tem consistência. “Eu tenho
direito de ser feliz” ou “faça o que pede o teu coração” ou “manda que
estas pedras se transformem em pães e sacie a tua necessidade”. Para uma
sociedade relativista e subjetivista, a única coisa que interessa é a
satisfação imediata dos desejos. Para aqueles que temem a Deus, o que
interessa é glorificar o Pai. “Está
escrito, não só de pão viverá o homem, mas de toda Palavra que procede da
boca de Deus”. Existem aqui dois comandos, duas sugestões. Uma nos
impulsionando à satisfação do instinto físico (desejos), outra, para
glorificar a Deus.
- O corpo é
servo da mente. Submeta seu corpo em santidade a Cristo – Santo
Agostinho afirmou que vivemos uma situação interessante como seres
humanos. Nossa mente ordena o que devemos fazer, mas nós mesmos não somos
capazes de ordenar à mente o que ela deve fazer. Por isto a Bíblia afirma
que devemos “apresentar nossos corpos, por sacrifício vivo, santo e
agradável a Deus, que é o nosso culto racional” (Rm 12.1). Nosso corpo
precisa estar subordinado ao Espírito Santo, que vive em nós. Nossos
impulsos devem estar debaixo da orientação divina. Se você deseja ser
realmente um discípulo de Cristo, submeta seu corpo em santidade a Ele.
- Entregue
sua sexualidade a Deus- Jesus
nos ensinar a “vigiar e orar para
não cair em tentação”. Estes são os dois elementos que nos protegem.
Oração e atenção. Muitas vezes ficamos desatentos e nos tornamos vulneráveis.
Relaxamos na nossa atitude de prudência e atenção. O elemento surpresa é
uma das maiores estratégias numa batalha. Fique alerta! “Aquele que está
em pé, veja que não caia!”. Numa das mensagens mais duras de Jesus, ele
afirma “Se tua mão te faz tropeçar;
corta-a”... “Se teu olho te faz
tropeçar, arranca-o”... “Se teu
pé te faz tropeçar, corta-o”... (Mt 18.8,9). O que Jesus ensina é que
existem áreas de nossa vida que são zonas de tensão e não podemos brincar
com elas. Certa pessoa facilmente exagerava na bebida, e em eventos
sociais e por isto tomou a decisão, por causa do reino de Deus, de não
colocar sequer uma gota de álcool na boca e retirou todos os vinhos de sua
casa. Outra percebeu que a internet estava causando um problema muito
sério no seu relacionamento com a esposa, ele era facilmente levado a
fantasiar. Então radicalizou: “Computador fica na sala de casa, e só uso
em horários definidos e curtos, para responder e-mails. Não surfo mais na
web”. “Se teu olho te faz tropeçar,
arranca-o”. Um casal de namorados, vendo que seu namoro estava
correndo perigo, decidiu não mais namorar sozinho em casa, só se
encontrariam quando a família estivesse presente. “Se tua mão te faz tropeçar; corta-a”... O que te faz tropeçar?
Suas mãos? O que ela faz? Seus pés? Por onde anda? Seus olhos? O que ele
anda vendo? Para uma vida de santidade, radicalize! Entregue sua santidade
a Jesus.
Igreja
e o homossexual
Outro ponto que precisa ser considerado é a atitude da
igreja. Como deve proceder? Que tipo de abordagem? Como lidar com as pressões
sociais e o relativismo moral? Como amar o pecador, e rejeitar o estilo de vida
pecaminoso. Rapidamente gostaria de considerar alguns aspectos:
- O pecado homossexual não é diferente de qualquer
outro pecado. Portanto, ame como Deus ama: Aceite o pecador e
rejeite o pecado! Temos a tendência de colocar o homossexualismo numa
lista de pecados mortais ou maiores que outros. Na verdade todo pecado é
mortal. Ele nos afasta do Deus santo. Na lista dos pecados descritos em 1
Co 6.9-10 surgem os efeminados e
sodomitas (arsenokoitai: que praticam o coito de forma contrária à
natureza). Mas estes são apenas
alguns dos pecados ali descritos e que trazem o juízo de Deus, mas
precisamos lembrar que a injustiça, a impureza (de qualquer espécie), os
adúlteros (independentemente das razões apresentadas), os avarentos (se
este princípio for levado a sério na igreja...) os maldizentes (isto
mesmo, gente murmuradora e mau humorada) e bêbados, todos estes pecados
atraem, da mesma forma, o juízo de
Deus e não apenas os efeminados e sodomitas.
- Não despreze, zombe, desampare ou hostilize a
pessoa por causa de sua opção preferencial. Esta é
uma das grandes tensões. Como conviver com homossexuais, revelando
simpatia e ao mesmo tempo, deixando claro os princípios e valores que
professamos como cristão? Alguns tendem a hostilizar, outros a apoiar a
conduta. A linha é tênue, mas tal distinção precisa ser estabelecida.
- Aceite-o como pessoa e não o seu estilo de vida. Muitos
acham muito difícil outros crêem ser impossível fazer isto. No entanto,
sempre fazemos isto com outros comportamentos. Podemos ser amigo de alguém
divorciado, mas deixar claro que não somos a favor da separação, podemos
ser amigo de alguém que está traindo o cônjuge, mas deixando claro que não
pactuamos com seu estilo de vida.
- Quem quer ser discípulo de Cristo pode
estabelecer alguma condição para o discipulado? Muitas
vezes a igreja foca na questão da ética como se este fosse o ponto mais
importante, mas o mais importante são os valores que conduzem à ética. Se
a função da igreja é fazer discípulos de todas as nações, em todo processo
de discipulado devemos deixar claro quem é o Mestre. Ele deseja ser Senhor
de nossa vida e não condiciona o discipulado, nem barateia o seu custo
para seus seguidores. Alguns discípulos quiseram estabelecer condições e
Jesus nunca aceitou... Ele afirma que se alguém quer segui-lo, deve
negar-se a si mesmo, tomar a sua cruz e segui-lo. A cruz que precisamos
tomar é da auto negação. O discipulado, porém, está condicionado a esta
decisão de subordinação. Não podemos estabelecer as condições do
discipulado, nem afirmar: “nós vamos te seguir se...”. Quem quiser seguir
a Cristo, tem que ser crucificado com ele.
Sou
homossexual, mas quero ser discípulo de Cristo
O que devo
fazer?
1. O primeiro passo para a vida cristã é a
entrega incondicional de sua vida a Cristo. Aceite a Jesus como
Salvador e Senhor de sua vida. “Eis que
estou à porta e bato, se alguém abrir a sua porta, entrarei, cearei com ele e
ele comigo” (Ap 3.20). Sem novo nascimento, sem que você destranque o seu
coração e o aceite de forma incondicional e irrestrita a pessoa de Cristo, não
ocorre conversão. Regeneração é obra do Espírito Santo, por isto entendemos que
quando tomamos uma decisão pessoal em direção a Cristo, é porque o Espírito
Santo já está operando em nossas vidas. Portanto, se hoje você sentir este
forte impulso em direção à Deus, e um desejo de ter uma vida transformada e
renovada, de forma profunda, de dentro para fora. Se você está cansado de seu
estilo de vida e deseja mudança interior profunda e definitiva, abra seu
coração. O Espírito Santo já está operando em sua vida.
2. Seja controlado pelo Espírito – “Digo, porém: andai em Espírito, e jamais
satisfarei à concupiscência da carne” (Gl 5.16) Queremos muitas vezes lutar
contra desejos da carne, usando as forças da carne e de nossa vontade
degradada. O resultado é um redundante fracasso. É necessário entender que o
Espírito milita contra a carne e a carne contra o Espírito (Gl 5.17). O
Espírito tem que estar no centro, governando nossa vida. Portanto, ande em
Espírito para não satisfazer aos seus desejos e impulsos estragados.
3. Leia e obedeça diariamente a Palavra de Deus
– A Bíblia nos foi dada como um manual de sobrevivência. O Salmista afirma: “Guardo no coração a tua palavra para não
pecar contra ti” (Sl 119.11) e faz uma pergunta interessante: “De que maneira poderá o jovem guardar puro o
seu caminho? Observando-o segundo a tua palavra” (Sl 119.9). Ou o pecado te
afasta da leitura da Bíblia, ou a leitura da Bíblia te afasta do pecado. A
palavra de Deus é lâmpada para nossos pés
e luz para nossos caminhos (Sl 119.105). Quando estiver lendo a Palavra,
peça ao Espírito para iluminar sua vida, vê se existe alguma atitude ou pecado
a ser abandonado, e busque a santidade de Deus.
4. Ame e aceite você mesmo – Por causa
do nosso estilo pecaminoso, passamos a destruir o corpo com pecados e
impurezas. Viver em santidade implica em aprender a entender que o corpo é o
local sagrado para o Espírito Santo. Quando recebemos a Jesus em nosso coração,
o Espírito Santo passa a viver dentro dele. Nós somos o templo, local de
moradia do Espírito Santo (1 Co 3.16). Aprenda a amar você, a experimentar o
perdão e a libertação mental, das fantasias e da promiscuidade, mas entenda que
“aquele que está em Cristo é nova
criatura, as coisas antigas passaram, e tudo se fez novo” (2 Co 5.17). Ame
seu corpo, cuide dele. Ame você!
5. Aprenda a controlar sua mente- Nossa
mente é campo de batalha da luta das trevas com a luz e o corpo é o bode
expiatório desta batalha. “Porque, embora
andando na carne, não militamos na carne” (1 Co 10.3 ). Sua mente é o local em Satanás deseja conquistar. Se você não se
convencer das verdades do Evangelho de uma forma clara e profunda, você nunca
será um bom cristão. A mente é este campo operacional importante. Por isto
devemos “levar cativo todo pensamento à
obediência de Cristo” (1 Co 10.5 ). Quando nos tornamos seus discípulos,
nossa mente precisa obedecer de forma irrestrita. É na mente que se travam as
batalhas sobre a dúvida, conceitos, princípios, valores, ética. Sua mente deve ser
submetida à Cristo.
6. Mude de ambiente e amizades –
Sugerimos esta atitude quando vivemos em ambientes que são propícios ao pecado.
Isto se aplica a todos aqueles que querem viver um estilo de vida transformado
por Cristo. Um alcoólatra não pode continuar freqüentando ambientes que o
incitam à queda; um homossexual convertido não pode continuar freqüentando
saunas gays, um jovem convertido não pode continuar um namoro impuro e uma vida
de promiscuidade. Portanto, aprenda a se defender de pessoas e situações que
estão sempre atraindo você á queda. “Não
vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes” (1 Co 15.33).
Conclusão:
Homossexualidade
não é predestinação nem fatalismo, é o resultado de escolha individual. Não há
ninguém que se tornou homossexual contra seu desejo. Pode ter sido até mesmo
sodomizado, mas isto não o tornou um homossexual. Não podemos deter o impulso,
mas podemos governá-lo e direcioná-lo na sua intensidade, expressão e direção.
O corpo é servo da mente e a mente precisa ser trabalhada. A cura só se dará
quando você recusar na sua mente a indução do homossexualismo. O homem que
continuar a fantasiar, cairá. Nós somos o que pensamos ser
[4]. Cavalcante., Robinson - Libertação
e sexualidade , São Paulo, SP, Temática publicações, , 1992, 2a
edição, pag. 29.