Todos
reconhecemos a necessidade de mais médicos em nosso país, embora saibamos que
os problemas da área de saúde vão muito além da escassez de profissionais.
Falta um olhar atento e sensibilidade real dos dirigentes da nação em relação
ao quadro completo. Não adianta termos mais médicos se não tivermos dipirona,
gases, leitos, soro e ambulatórios minimamente equipados para atender as
demandas.
Existem,
porém, vários dilemas desafiadores neste processo de contratação:
- A rapidez com que
as coisas foram feitas. A sensação que se tem é que tudo isto já estava
pronto para uma migração de tantos profissionais. Não é fácil retirar uma
quantidade tão grande de gente qualificada de uma ilha, e muito menos de
acolher tais pessoas com dignidade. Morei fora do Brasil por alguns anos e
sei como são complexas as papeladas e a burocracia para fixar residência
noutro país.
- A necessidade de
mais médicos já é percebida há muito tempo. Por que o Brasil não permitiu
e encorajou jovens ávidos para serem aprovados nos concorridos
vestibulares do nosso país para estudarem fora? Por que não agilizou a
criação de novos cursos de medicina? Perdemos a oportunidade de qualificar
bons estudantes que poderiam entrar no mercado de trabalho, com um
controle muito maior sobre a qualidade de seu ensino.
- Por que esta
importação de médicos “cubanos”? Conhecendo o dolorido histórico de
perseguição de nossa presidente na época militar do Brasil, de sua
ideologia marxista/leninista, não paira a suspeita de se tratar de uma
questão ideológica? O materialismo dialético não estaria enviando
“missionários” com recursos públicos para doutrinação de bolsões de
pobreza em nosso país?
- Por que um
“contrato de gaveta”, que beneficia diretamente o Estado ao invés de dar
plenos direitos de cidadania aos profissionais que exercerão suas
profissões no Brasil? Os médicos cubanos só receberão 35% do valor do
salário, o restante vai para manutenção do regime cubano – não seria este
um artifício legal para transferir dinheiro para um Estado totalitário?
- Mais preocupante
que todos os itens anteriores. Médicos e médicas virão para o Brasil sem trazer
seus familiares e caso peçam asilo político estes lhe serão negados. Por
que não trazer os filhos e esposas? A família estorva ou ajuda o exercício
da profissão? Será que a ideologia deve estar acima do bem estar pessoal e
da unidade da família?
Estas perguntas, honestamente, me inquietam...
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