Final
de Setembro é prenúncio de uma estação cheia de vida no Hemisfério Sul, pois
entramos na estação das flores – início da primavera! É exatamente sobre flores
e jardins, sobre begônias e margaridas, que gostaria de escrever.
Algumas
cidades são notórias pela quantidade de jardins e árvores. Tome-se, por
exemplo, a cidade de Curitiba que possui mais jardins e espaços verdes que o
recomendado pela OMS. Outras cidades também são conhecidas pela ausência de
verde: Atenas (Grécia) é o exemplo negativo.
No
Brasil enfrentamos um grave problema que está se tornando cada vez mais acentuado:
Construímos muros cada vez mais altos, para coibir a criminalidade, e
lamentavelmente nossa estratégia parece estar errada, porque os números da violência
só aumentam. Valorizamos muros cada vez mais altos que se parecem com presídios
mas não estamos protegidos.
Fico
tentando imaginar como seria se arrancássemos todos os muros de alguns bairros
da cidade e tivéssemos uma visão dos lindos jardins escondidos e não apreciados
mesmo pelos proprietários, já que possuem agendas carregadas e raramente tem
tempo para desfrutar as flores do seu quintal. Eu sei que esta idéia é utópica,
mas certamente andaríamos dentro de um jardim. Existem espaços lindos detrás de
muralhas protegidas por câmeras e alarmes.
Minha
proposta é que os proprietários ao reformarem suas casas ou edificarem novas
construções, encontrem alternativas criativas com os seus habilidosos
arquitetos, para mostrarem jardins, flores, begônias e margaridas aos
transeuntes. É bem melhor fazer uma caminhada pela manhã ou no fim da tarde
olhando para o verde, que ao lado de um muro alto. Gramados e jardins
descansam; muros e arames farpados estressam.
Estou
consciente de toda questão da criminalidade, já que este é um dos itens mais
citados quando se fala na melhoria de qualidade de vida de uma cidade, e talvez
seja insolúvel. Ao mesmo tempo, porém, devemos considerar o efeito benéfico que
gramados e áreas públicas geram nos cidadãos.
O
Parque Ipiranga se tornou um marco na vida de nossa cidade e certamente é o
melhor cartão postal que temos. A cidade resolveu fazer um jardim e valorizar o
verde. A partir de então, os preços dos imóveis inflacionaram e prédios não
param de ser erguidos na região. Podemos verificar que esta é uma tendência das
cidades. Considere Goiânia: Onde são atualmente edificados os melhores prédios
atualmente? Onde surgem elegantes restaurantes e lojas? Ao redor de parques e
áreas verdes.
Existe
muita área verde para ser explorado em nossa cidade com baixíssimo custo
operacional. Um bom exemplo vem do Parque da Cidade, no Anápolis City, que está
se tornando realidade por iniciativa dos vizinhos. Naturalmente a questão do
verde precisa de uma leitura sociológica. Precisamos valorizar tais espaços.
Muros altos não valorizam a cidade, o verde sim. Arames farpados não atraem,
jardins sim. A regra é simples: precisamos de mais flores e menos muros.
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