quarta-feira, 24 de julho de 2013

Pressão



Como somos constantemente pressionados! Um jovem empresário me disse o seguinte: “Sinto-me como uma panela de pressão, sem válvula de escape, prestes a explodir!”.
Naturalmente queremos fugir dos problemas e viver uma vida em paz e sossegada, mas isto é utopia. Seja qual for o seu business ou sua função sempre haverá pressão por eficiência, produtividade e sucesso. Quando contratados, seremos cobrados por performance e resultado, se optarmos por desenvolver uma empresa pessoal, veremos quão complexo é lidar com leis, tributos, contadores e funcionários. A verdade é: “não existe almoço grátis!”
Quando sai de um trabalho aceitando o convite para assumir uma nova função em outra cidade, um amigo me disse que eu estava deixando os pepinos para trás, então respondi-lhe que não havia ilusão em meu coração sobre trabalho sem pressão. Ele, de forma espirituosa argumentou que seriam pepinos de horta nova. Finalmente lhe perguntei: “Pepinos de horta nova tem gosto diferente?”
Ao ler o livro de Salmos, considerado como um texto de psicoterapia ou “teologia para a alma”, escrito há três mil anos atrás, vi como as pessoas daqueles dias também eram pressionadas e ameaçadas: perseguições, calúnias, traições estavam ali presentes. Uma sociedade com traços antropológicos distintos, mas igualmente sob pressão.
O Salmo 55, especialmente descreve o quadro psicossomático de um homem sob pressão, não de inimigos e opositores, mas de alguém de sua intimidade, amigo pessoal, que compartilhava os mesmos gostos, entretenimentos e hobbies, e até mesmo da mesma fé, participando da mesma comunidade e que o traiu.
O que fazer diante das pressões?
A primeira e imediata atitude é a de auto destruição. Desenvolver amargura e nutrir o ódio, reagindo assim de forma equivocada, ferindo-se ou ferindo outros. A atitude correta, porém, passa pela via de entender que pode ser que não consigamos corresponder as expectativas, ou que, para alcançar tal performance será necessário sacrificar saúde ou mesmo a paz interior; e nestes casos, é melhor jogar a toalha e sair do olho do furacão; outras vezes, ao avaliar a situação, chegamos à conclusão de que o custo compensa, e não devemos desistir, mas lutar crendo que o resultado final será positivo.
Ao ler o Salmo 55, vemos que o poeta pensou nestas duas possibilidades. Ele se propôs a fugir, ir para um lugar deserto; e noutro momento, decidiu confrontar, brigar e até mesmo usar a violência para resolver a parada. Mas no final, chegou à conclusão de que havia uma terceira via: Fazer um movimento em direção a Deus e buscar sua orientação para a atitude mais correta.

Veja o conselho que ele dá no final da narrativa de sua experiência: “Entregue seus problemas ao Senhor, e ele o ajudará”. Muitas vezes, nem a fuga nem o enfrentamento darão trégua às fortes pressões que enfrentamos, mas sempre podemos contar com a ajuda de Deus, em situações nas quais não sabemos o que fazer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário