sexta-feira, 21 de junho de 2013

O sentido da genealogia



Muitos leitores e estudiosos da Bíblia eventualmente se frustram ou desanimam quando lêem as genealogias bíblicas. A leitura se torna enfadonha, cansativa e chata. Qual a razão e valor destas narrativas nas Escrituras?

Primeiro, elas são importantes porque nos fazem perceber que as ambigüidades e tensões antigas não são muito diferentes das que hoje enfrentamos e demonstram a complexidade dos relacionamentos. Tome, por exemplo, o livro de Crônicas:
ü       Calebe se casou com a viúva de seu pai (1 Cr 1.24). Isto é um enorme escândalo! Imagine as fofocas, críticas e comentários que surgiram por causa desta controversa atitude;
ü       O 2º filho de Davi, sucessor imediato na ausência de Amnon, o primogênito, foi Daniel (1 Cr 3.1). Você, por acaso, já ouviu falar deste jovem disputando o trono do Pai depois da morte de seu irmão? Apesar do silêncio bíblico, podemos imaginar quantas indagações surgiram, mas parece que Daniel era pacífico, não entrou na autofagia e luta pelo poder demonstrada pelos demais irmãos.
ü       Acar trouxe desgraça sobre seu povo, por se envolver com ocultismo (1 Cr 2.16). A atração das pessoas pelas coisas demoníacas sempre existiu na história e também estavam presentes naqueles dias.

Segundo, a história sagrada não é construída a partir de forças impessoais ou de idéias abstratas, mas a partir de nomes – Esta afirmação foi feita por Eugene Peterson. “Não há verdadeiro relato histórico sem menção de nomes. Isto chama a atenção para o indivíduo, o peculiar, o pessoal, o que é inerente em toda espiritualidade”. O Deus da Bíblia se identifica como o Deus de Abraão, Isaque e Jacó. A história sagrada nos fala de um Deus relacional, que se articula a partir de nome de pessoas com suas individualidades.


3. Todos os personagens são transitórios – A insistência dos textos em afirmar que eles morreram é repetitiva e enfática. Certa pessoa se converteu ao ler estes textos e pensar sobre si mesmo: “Eu também tenho uma existência passageira. Não posso me esquecer disto!”

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