segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

Da Liberdade de consciência



 

A censura sempre foi um instrumento dos poderosos e dos que tentam controlar o que os outros pensam e as divergências de opiniões. Governos ditatoriais sempre tentaram calar seus opositores, seja por meio do constrangimento ou da violência. Pensar diferente tem sido, historicamente, um crime inafiançável e custado a vida de muitos.

 

Tem sido assim nos tribunais de exceções, tem sido assim nas inquisições com fogueirae nas inquisições "sem fogueiras". Os cristãos foram acusados e condenados pelo Império Romano porque ao invés de afirmar “César é Senhor!”, eles insistiam em dizer: “Jesus é o Senhor!” Isto era uma ameaça à ordem política, e se constituía em subversão e crime. Foram sentenciados e condenados à morte de forma brutal por suas opiniões. 

 

Os homens têm sempre tentado controlar vozes discordantes. Pensar pode ser grave crime, discordar uma grande ameaça. Se você pensa diferente você tem preconceito, mas pensar diferente não pode ser porque temos conceitos? Discordar não significa preconceito, pode ser divergência de opinião. Não preciso aceitar tudo o que me dizem que é certo, e “posso discordar, e ainda assim, preciso defender o direito do você pensar diferente.” Nem todo conceito é preconceito.

 

A liberdade de consciência e a liberdade de expressão sempre foram a marca da verdadeira democracia. A nossa constituição afirma: “A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.” (Art. 220). A constituição divina diz: “Um faz diferença entre dia e dia; outro julga iguais todos os dias. Cada um tenha opinião bem-definida em sua própria mente.” (Romanos 14.5 ARA)

 

Abruptamente a restrição da expressão mudou de mãos. Antigamente quem fazia censura era a igreja e os reis. Pessoas morreram por discordarem da posição da igreja, e milhões já foram trucidados por pensarem de forma diferente. Pensar é crime! Agora, a censura está nas mãos do judiciário, da imprensa e da mídia social. Discordar é crime! Quando a ditadura está nas mãos daqueles que vestem togas, o quadro torna-se muito mais grave. Quando ela é do executivo, você pode ainda recorrer, mas e quando ela vai para o judiciário, a quem o cidadão poderá recorrer? 

 

Pense ainda na cultura de eliminação da imprensa. Qualquer artista ou atleta que se posicione contra a ideologia defendida pelos meios de comunicação, será execrado, já temos visto isto recentemente. E a censura do facebookyoutube e instagram? Quem são os censores e quem está se tornando o “superego” da sociedade? Não gosto da censura da igreja, nem da censura de reis e presidentes, mas e quando ela muda de mãos? Quando ela é controlada pela cultura de eliminação?

 

Eu coloco tudo que produzo de conteúdo no meu blog. Além de preservar o conteúdo, torno acessível a minha cosmovisão cristã, protestante, liberal para alguns e conservadora para outro. Recentemente percebi que ao tentar abrir meu blog (revsamuca.blogspot.com.br), vi a seguinte mensagem: “Este blog tem conteúdo sensível. Você quer ainda acessá-lo?” Não sei se achei a censura implícita boa ou ruim, as vezes não pensar linearmente pode ser a coisa mais importante da vida.

 

Uma sociedade livre, aprende a pensar, a discordar e questionar. Uma sociedade acorrentada, não pode divergir. Esta é a grande diferença entre uma consciência livre e um povo escravizado!

A história é escrita pelos poderosos



 

Quem descobriu o Brasil? Esta talvez seja a pergunta mais fácil de responder para todos os que frequentaram algum banco escolar: O português Pedro Álvares Cabral (1467-1520) com uma frota de 13 navios e mais de mil marujos, no dia 22 de abril de 1500, 44 dias depois da saída das embarcações de Lisboa, em Portugal.

 

Esta é a versão histórica oficialque transforma Cabral em um herói, mas na verdade, ele aportou no Brasil por um erro de navegação. Sua missão era chegar às ÍndiasCuriosamente Portugal era uma nação de 1.500 milhão, enquanto estimativas apontam para 6 milhões de brasileiros. Cabral não descobriu ninguém, ele se descobriu. Poderíamos, no máximo, afirmar que houve um encontro das civilizações. Esta talvez seja a mais grotesca narrativa histórica contada nos bancos escolares até hoje e que deveria, urgentemente, sofrer uma correção. 

 

Outra narrativa que precisa ser considerada é a Abolição da escravatura no Brasilque oficialmente ocorreu por meio da Lei Áurea, assinada no dia 13 de maio de 1888Durante muito tempo a princesa Isabel foi tida como heroína, mas sabe-se muito bem que isto não se deu por causa de sua benevolência, mas por dois fatores: A pressão internacionalforte pressão popular e política e a resistência dos escravos, com destaque para a fuga dos escravos e a formação dos quilombos.

 

Internacionalmente, uma lei aprovada pelo Parlamento Inglês deu prazo que as nações ainda submetidas a este cruel regime abolissem a escravidão ou não negociariam mais com a Inglaterra. Em 1850, por pressão dos ingleses, foi aprovada, no Brasil, a Lei Eusébio de Queirós, que proibia o tráfico negreiro. Na década de 1860, a pressão foi enorme, porque a Rússia havia acabado com a servidão bem como os Estados Unidos. O cerco estava se fechando e o Brasil não tinha alternativa. A abolição não foi resultado da boa vontade do império. 

 

Como podemos ver, o que temos são narrativas. Delírios dos poderosos que contam a história como querem, mas a verdade eventualmente será descoberta. A grande mídia e a a notícia de um jornal, deveria ser uma narrativa de não ficção, relatando fatos da realidade, mas alguém, honestamente, acredita na versão imparcial da mídia, ou não nos parece na maioria das vezes, uma forma novelesca de distorcer os fatos?

 

O domínio da narrativa é uma estratégia para impor, à percepção da realidade social e política, uma narrativa dominante, independente da materialidade dos fatos. Quem domina a narrativa poderá impulsionar sentimentos de adesão e de repulsa a tudo e a todos.” Na vida social e política ocorre a disputa de narrativas. As descrições dos eventos, são feitas de acordo com a conveniência e a visão de mundo. Queremos acreditar na neutralidade jornalística, mas ela existe? Vivemos na pós-verdade, onde se constrói a narrativa que me interessa, ocultando a parte que não serve para que quero defender.

 

A história é escrita pelos poderosos. Mas Jesus disse: “Pois nada há de oculto que não venha a ser revelado, e nada em segredo que não seja trazido à luz do dia. Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça!” (Mc 4.22-23). A mentira será descoberta. 

 

Existirá, em todo porto tremularáA velha bandeira da vidaAcenderá, todo farol iluminaráUma ponta de esperança. (Lulu Santos)

 

 

Faça Algo Diferente



 

Há um ditado popular que diz: “Se você deseja algo que nunca teve, faça algo que você nunca fez antes.” O estudioso e escritor Hans Bürki fez comentário semelhante: “Mais da mesma coisa nos leva para o mesmo lugar.” Há também uma outra expressão atribuída, erroneamente, a Einstein: “Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes.” 

 

O novo surge apenas quando buscamos resultados diferentes. Nessa hora a criatividade se torna essencial, pois é possível fazer coisas melhores, de forma diferente, com mais eficiência e em todas as áreas da vida. Os grandes saltos na indústria 

 

e ciência ocorreram porque alguém começou a pensar fora do esquema preestabelecido.

 

Muitas vezes, as antigas fórmulas não são adequadas às novas demandas. Fazer do mesmo jeito, com as mesmas ferramentas e as mesmas pessoas pode se tornar um problema. Então, é importante parar e imaginar formas de superar a mesmice e o anacronismo. Quando os antigos métodos não são mais adequados, eles precisam ser repensados. Ora... pode ter dado certo em um determinado tempo e em determinada estrutura, mas pode ser que, no presente, o antigo arranjo não mais funcione!

 

Jesus advertiu que é impossível colocar vinho novo em odres velhos, pois o vinho novo, em seu processo de fermentação, acaba rompendo a velha estrutura. Vinho novo deve ser posto em odres novos. Ensinou ainda que não é sábio fazer 

 

remendo novo em pano velho porque, além do remendo novo não condizer com a roupa velha, poderá forçar o tecido velho tornando o rasgo ainda maior. Uma dupla parábola para dizer a mesma coisa (Mt 9.16,17). 

 

Às vezes ficamos condicionados a soluções antigas que podem ter sido eficazes em outras situações, mas que agora não funcionam mais. Repetimos velhas fórmulas na solução de problemas novos e ficamos imersos em um círculo vicioso de ineficácia, longe de encontrar a solução, perpetuando problemas.

 

Não é assim em nossos relacionamentos? Quantas vezes discutimos sobre as mesmas coisas, propondo as soluções de sempre que nunca funcionaram? Não seria a hora de considerarmos uma nova maneira de agir? Será que não vemos nossa perda de tempo e o desgaste frequente? Nas dificuldades você 

 

age da mesma forma ou tenta chegar a um acordo ou negociação diferente? 

 

É bom parar e refletir sobre o que está acontecendo. É bom identificar se existe um novo caminho mais produtivo, ao invés de continuar usando as mesmas, ultrapassadas e retrógadas fórmulas. Sair do automático pode ser como uma lâmpada acesa sobre a cabeça. Muitas novas ideias podem brotar, apresentando-nos rotas inesperadas para a execução de um trabalho que até então não saía do lugar. 

 

Muitas ideias poder surgir, ajudando-nos a resolver situações complicadas ou mesmo corrigir relacionamentos desgastados. Quando estimulamos a mente a ser mais criativa, as alternativas que antes pareciam sem solução podem surgir inesperadamente com grandes resultados.

Mais Uma Vez, o Natal!

 


O Natal traz em si certo encanto e magia. As árvores enfeitadas, os presépios, as músicas tradicionais, as festividades, a expectativa do encontro com familiares e amigos... a troca de presentes, férias chegando. Para muitos, a melhor época do ano!

 

Mas o Natal também traz em si certo desencanto e frustração. Muitas lembranças amargas de encontros familiares, solidão, o estresse do fim do ano, contas a pagar, despesas, aumento significativo dos suicídios. Este é o lado obscuro e paradoxal do Natal. Encanto para alguns, tristeza para muitos.

 

Como você encara o Natal?

 

 

Nas minhas memórias, lembro nitidamente de como as crianças não tinham presentes no Natal. Hoje acho que presentes são tão comuns. Há uma variedade enorme e acessível de coisas simples e baratas que podem ser dadas à meninada trazendo alegria. Romanticamente me pego indagando: “Há alguma criança sem presente neste Natal? Acho que não!”

 

Certamente minha visão não é correta! Para muitos falta muita coisa e devemos ser sensíveis e atentos quanto à generosidade e cuidado. Um olhar amoroso e bondoso pode trazer alegria e socorro a muitas crianças e famílias desamparadas. Um gesto amoroso em direção ao outro pode ser a diferença entre o encantamento e a frustração do Natal. 

 

Mais uma vez é Natal! Isso deve encorajar 

 

nosso coração a olhar em direção ao outro e a socorrer aqueles que precisam. Deve estimular em nós o espírito voluntário e amoroso. Corações agradecidos são generosos, liberais com seus recursos. Quem ama, doa. Quem ama, doa-se! 

 

“Deus amou o mundo de tal maneira, que deu seu Filho unigênito.” O que moveu a doação divina foi o coração amoroso de Deus e vale lembrar que nós só amamos porque Ele nos amou primeiro. O amor é resposta. Generosidade é gratidão, reconhecimento, apreciação. 

 

O Natal, na verdade, é o grande presente de Deus para a humanidade já que Ele viu nossa condição de abandono e enviou seu único Filho. Os anjos anunciaram: “Eis que vos trago novas de grande alegria. É que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor!”

 

 

Por conta do nascimento de Jesus, os magos levaram presentes à visita que fizeram ao recém-nascido: ouro, incenso e mirra! Daí vemos que a tradição de dar presentes não é recente. Os magos estavam encantados com o grande presente que era o nascimento de Jesus. Prostrados eles o adoraram e entregaram suas dádivas. 

 

Mais uma vez é Natal, uma data que deve ser atualizada todos os dias em nós, pois apesar de ter nascido há dois mil anos, Jesus pode nascer exatamente hoje em nossos corações. O Natal é celebrado dia 25 de dezembro, mas deve ser comemorado todos os dias do ano com generosidade, perdão, amor e doação. 

 

“Se forem apenas um pouco mais gentis que o necessário, alguém, em algum lugar, em algum dia, poderá reconhecer em vocês, em cada um de vocês, a face de Deus!” (R. J. Palacio)