A filosofia secular define a metanarrativa como uma grande narrativa, de nível superior, acima de todas as demais narrativas, capaz de explicar todo o conhecimento existente ou de representar uma verdade absoluta sobre o universo. A pós-modernidade tem procurado desconstruir o conceito da metanarrativa, afirmando que é necessário descrer de todas as teorias totalizantes, como afirmou Jean-François Lyotard (1984). Ele tenta substituir as narrativas mestras por narrativas menores, fragmentadas e múltiplas que não buscam (nem obtém) qualquer estabilização ou legitimação.
A rejeição à metanarrativa tem se tornado bastante popular. A mídia moderna e a cultura popular tentam rejeitar qualquer conceito de verdade, sentido da vida e moralidade. Karl Popper, um dos seus principais teóricos, rejeita a ideia de uma verdade absoluta e afirma que história não tem qualquer significado.
A visão cristã, pelo contrário, compreende a verdade como algo estabelecida por Deus e revelada nas Escrituras. A verdade é eterna, imutável e universal. A Bíblia traça a grandiosa metanarrativa da redenção. A história começa com a criação do Deus soberano e onipotente, esse é o começo de toda a história, e termina com a nova criação, o final da história cósmica. Ela descreve uma história abrangente do mundo, que dá sentido a tudo, que conecta tudo, e dá significado e propósito.
O centro da metanarartiva cristã é Cristo. Sua vida revela o significado maior da história, Cristo está no centro, e dá o sentido da vida humana. Por esta razão, o Natal ocupa este lugar central em toda compreensão da Bíblia. A vinda de Jesus, cujo nascimento se deu historicamente em Belém, foi o ponto central da relação de Deus com todo ser humano.
A Bíblia assim se refere a Cristo: “Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda criação; pois, nele, foram criadas todas as coisas, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele tudo subsiste” (Col 1.15-16
Jesus é o sentido maior que dá sentido a todos os outros sentidos. Sua história dá sentido a minha e a sua história. Por esta razão, o Natal é algo tão importante na cristandade. Não é apenas uma festa popular, com encontro de amigos e familiares, com comida e troca de presente, mas é algo muito mais profundo, transcendental. Natal nos fala de um Deus que invade a história humana, se torna gente, caminha entre nós, e nos ama. Natal é a central e maior narrativa de todo pensamento cristão.
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