A solidão é considerada como um flagelo oculto da
vida moderna. O conhecido professor da Universidade Harvard, Robert Waldinger
afirma que “A solidão mata. É tão forte quanto o vício em cigarros ou álcool”,
outros estudos afirmam que o grande problema do ser humano não é o colesterol
aos 50, mas a ausência de relacionamentos significativos aos 50.
Para
Waldinger, o fator “relacionamento é o mais importante para a felicidade”. "O
que descobrimos é que, no caso das pessoas mais satisfeitas em seus
relacionamentos, mais conectadas ao outro, seu corpo e cérebro permanecem
saudáveis por mais tempo", afirma o acadêmico americano. Por isto
precisamos prestar mais atenção nos nossos próprios relacionamentos, não só em
casa, mas no trabalho e na sociedade. “"A tendência é nos isolarmos, ficar
em casa para ver televisão ou nas redes sociais. Mas, na minha própria vida, eu
percebi que sou mais feliz quando não estou fazendo isso".
Pesquisadores avaliaram que a força dos relacionamentos
reduz a necessidade de vícios e freiam a degeneração mental durante a velhice.
A chave para a velhice saudável são os relacionamentos.
O governo britânico foi além. Resolveu criar o
“ministério da solidão”, e não fez isto por sensibilidade emocional e boa
vontade política, mas porque, do ponto de vista financeiro, solidão custa caro!
Recentemente foi nomeada uma ministra para tratar destes assuntos, e nas feiras
livres do país é comum encontrar pessoas assalariadas pelo governo, cuja função
é servir de “conectores comunitários”. Estima-se que a metade das pessoas
de 75 anos ou mais – que são cerca de 2 milhões no Reino Unido – vivem
sozinhas, muitas delas sem se relacionar com outras pessoas durante dias,
inclusive semanas, e afeta mais de 9 milhões de britânicos. O objetivo é combater
a solidão no país, problema associado a demência, mortalidade prematura e
pressão sanguínea alta. Um relatório divulgado no ano passado indicou que o
impacto negativo da solidão sobre a saúde pode ser semelhante ao de fumar 15
cigarros por dia.
Entre muitos fatores dois cooperam tremendamente
para a solidão. Primeiro, a condição financeira. Pessoas ricas embora sejam
cortejadas e admiradas, vivem vida mais solitária, pois se relacionam
geralmente com as pessoas de forma burocrática e funcional. Michael Jackson
certa vez declarou que era “a pessoa mais solitária do mundo”.
Outro fator, é o distanciamento comunitário. A
Inglaterra sempre foi um país com forte experiência religiosa. Cultos, missas,
encontros de igreja e associações, tendem a unir pessoas e quebrar a solidão.
Centros comunitários, atividades em comum, solidariedade e envolvimento em
projetos sociais nos livram da armadilha de uma vida ensimesmada e solitária.
Scott Peck, conhecido psiquiatra americano, relata
em seu livro “The different drum”, sua própria solidão, e como seu envolvimento
em uma comunidade cristã em Connecticut o livrou do solitário desespero. Por
isto, sua primeira frase neste livro é: “Em comunidade encontra-se nossa
esperança”.
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