Recentemente, o Jornal Contexto de Anápolis-GO publicou uma lista
de preço de mercadorias básicas nos supermercados de Anápolis. Os preços variavam
em até 300%, deixando no ar uma pergunta: Qual é o preço real das coisas? Qual
é, realmente o valor justo?
Na área de prestação de serviços, o
descalabro pode ser ainda maior, já que pouco se sabe quanto é o serviço de um mecânico,
ou de instalações domésticas ou elétricas. Faça um levantamento de custo de uma
obra em sua casa, peça três orçamentos, a variação pode ser surpreendente. Um
serviço mecânico pode ser uma fortuna. A revisão de um carro novo numa
concessionária, pode ter um custo bizarro quando você observa que apenas houve
uma troca de óleo e verificação de itens simples.
O que é necessário para definir se um
valor é caro, barato ou justo?
É verdade que certas demandas são
produzidas de acordo com o contexto. Sabe-se que é relativo (esta palavra é
chave) o valor que damos ao dinheiro. No mercado de luxo existem realidades
surreais. Na Austrália, recentemente, uma empresa colocou a venda um rolo de
papel higiênico feito de ouro, estimado em 1.3 milhões de dólares. Existe uma
vodca no mercado, exclusiva para bilionários excêntricos, cuja garrafa está
avaliada em 3.7 milhões de dólares, suficiente para comprar duas Ferraris.
O mais preocupante, contudo, é a perda
de referência de valores, moral e vida. A incapacidade da sociedade em definir
o que é prioritário, necessário e supérfluo é preocupante. Numa época de valores
relativos, quanto vale a família? A vida com Deus? A fidelidade conjugal? A
saúde emocional dos filhos? Qual o valor intrínseco de um pai amoroso que cuida
de seu filho? De um homem que respeita sua casa? Qual o valor agregado para uma
criança da ausência, passividade, indiferença ou até mesmo a rejeição do pai?
Atribuir valor à vida, às pessoas, aos
relacionamentos, à espiritualidade, à família e amigos, pode variar mais que os
300% de uma mercadoria colocada na prateleira de uma loja. A incapacidade de estabelecer a diferença
entre o prioritário e o urgente, entre o bom e o ruim, entre as trevas e a luz,
é fatal em alguns casos. Todos estes elementos possuem valores agregados.
Estatísticas apontam que cerca de 80%
dos que se encontram na carceragem masculina, possuem um ponto em comum: Não
tiveram relacionamentos positivos ou significativos com seus pais (homens),
sofrendo abusos verbais, agressões e violência doméstica, ou silêncio e
indiferença resultantes de uma paternidade, passiva ou ausente.
É fundamental avaliar o preço de atos
e decisões. Qual é o valor real das coisas? Caso contrário, teremos a
esdrúxula ideia de que vale a pena pagar
3.7 milhões de dólares numa garrafa de vodca, mas não vale a pena investir na
vida dos filhos, na saúde emocional da família e nos valores espirituais. Não é
exatamente assim que facilmente valorizamos coisas supérfluas em detrimento
daquilo que é essencial? Desconsideramos o Sagrado em prol de caprichos e
desejos? Corremos o risco de viver na contradição de uma conhecida frase
popular: “Hoje em dia as pessoas sabem o preço de tudo, mas não sabem o valor
de nada”.
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