quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Hora de agradecer

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A última quinta feira do mês de Novembro em muitos países é dedicada à celebração do Dia Nacional de Ações de graças, uma data importante para expressar gratidão a Deus.

Gratidão é importante. Ela é um bom substituto para o mau humor, antidoto contra a reclamação, e o caminho para se superar o negativismo, aliás, já viram uma pessoa lamurienta e pessimista se dar bem? Vitoriosos são pessoas agradecidas e que sabem reconhecer a benção, a graça e a beleza da vida, como afirmou Norman Vincent Peale: “Ser agradecido faz todas as coisas melhores”.

Um provérbio francês afirma que “gratidão é a memória do coração”, aliás, “Gratidão é o amor contemplando o passado” (Moacir Bastos). Para ser grato, é necessário desafiar a mente a focar em oportunidades, e é por isto que ela está sempre ao lado de pessoas de sucesso.

A Bíblia muitas vezes encoraja o povo de Israel a recordar os feitos de Deus na história. Lembranças de boas experiências induzem o coração à gratidão. Jesus censurou seus discípulos por não se lembrarem de fatos miraculosos que haviam presenciado. Certa vez ele exortou seus discípulos a se lembrar de um evento acontecido 5 horas antes. “Porventura, não vos lembrais? Estais endurecidos de coração, não compreendeis?”. Não é impressionante pensar que eles se esqueceram disto num prazo tão curto de tempo? Jesus os censura porque recordações nos ajudam a obter vitória no presente.

Quando Davi foi lutar contra o gigante Golias, ele se lembrou de que Deus lhe dera vitória em duas situações memoráveis: quando lutou com um leão com o urso. Agora, ele estava seguro de que o mesmo Deus que lhe capacitara no passado poderia livrá-lo no presente. A vitória de ontem era seu ponto de referência.

Hoje em dia é fácil observar uma grave distorção concernente à gratidão. Pessoas agradecem o que recebem, mas não sabem agradecer quem lhes deu. Dizem: “muito obrigado pelo presente...”, sem saber a quem agradecer. Agradecem a doação, mas não ao doador. Mas é fundamental lembrar que gratidão, intrinsecamente, pressupõe não apenas apreciação pelo que se recebe, mas acima de tudo, por aquele que foi responsável por conceder o presente. Não faz sentido agradecer a dádiva, sem lembrar de quem veio a generosidade.

Infelizmente esquecemos de dizer a quem estamos gratos, embora sejamos capazes de dizer porque estamos gratos. Quando agradecemos, precisamos saber não apenas o que, mas, a quem agradecer.

Por isto oramos assim: “Obrigado, Senhor!” Esta é a forma correta de expressar gratidão. Temos em mente não apenas o objeto recebido, mas o autor da benção. Se não considerarmos isto, a gratidão torna-se genérica e vaga. Deus deve ser sempre a razão da gratidão!

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Sempre foi assim...


Aconteceu mais uma vez.
A intolerância religiosa novamente toma proporções absurdas. Assustado, incrédulo, indignado, foi assim que acompanhei as noticias vindas da França, depois dos atentados que ceifaram mais de uma centena de vidas, deixando outras dezenas de pessoas feridas, algumas com danos irreversíveis, com sequelas emocionais das quais jamais serão libertas, traumas, dramas, tramas, dores. Luto... vidas de jovens sendo ceifadas em nome de uma estúpida ala radical religiosa.
O primeiro pensamento meu foi o de resignar-me. Afinal, sempre foi assim... em nome de deuses, Alah, Yahweh, cruzadas, inquisições com ou sem fogueiras, mata-se, mutila-se, nega-se aquilo que se prega, desarticula-se o Sagrado, impregnando de ódio o que é amor, transformando em transgressão o que é Santo, fere-se, macula-se.  Transforma-se a divindade em aliado das trevas.
Sempre foi assim, mas eu não quero resignar-me. Eu quero protestar com toda veemência. Recuso-me a veicular ódio tão vil e covarde à Deus. Mesmo porque esta definição não cabe em Deus. Deuses assim são meus demônios, e não dá para confundir Deus com o inominável pé-de-cabra. Demônios não se transformam em divindades porque os nomeamos assim. Árvores são conhecidas pelos frutos.
Sempre foi assim, mas não quero me conformar, porque nunca deveria ser assim. Não se pode confundir Moloque com Yahweh; nem Exu com Cristo. Deus não é aliado do ódio, pois neste caso deixaria de ser Deus e passaria a ser uma mesquinha imagem de Baal ou Astarote. A aceitação calada e silente faz mal. “Deus vai julgar não apenas o ódio dos maus, mas o silêncio dos bons” (Martin Luther King Jr.
Quero aliar o conceito de Deus a shalom, não à privação; a fartura, não à carência; a fraternidade, não a conflitos; a unidade, não às desavenças; ao respeito, não à intolerância; ao amor, não ao ódio. Por isto, apesar de sempre ter sido assim, não é assim que sempre deveria ser.
Motivos mesquinhos se opõem à própria natureza do ser de Deus, definido como justo, santo, misericordioso, bondoso, amoroso, perdoador, tardio em irar-se. Não cabe a Deus, e sim aos homens que dele se afastam, o suposto direito de matar, roubar e destruir, de machucar e ferir. Tais atos, procedem sim, de corações que se desviaram tanto de Deus, e já perderam tanto a sensibilidade, que ainda são capazes de atribuir algum motivo positivo ao ódio indiscriminado e covarde.
Sei que histórias como estas lamentavelmente ainda continuarão a existir. Sempre foi assim, sempre será assim. Mas eu não quero resignar-me. Deixo aqui o meu protesto. 

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Fidelidade é o melhor antídoto contra o DST



A Folha de São Paulo publicou no dia 31.10.2015, artigo do Dr. Jairo Bouer afirmando que casais monogâmicos e indivíduos com múltiplos parceiros tem a mesma probabilidade de contrair Doenças Sexualmente Transmitíveis (DST). A afirmação parece estranha, já que há um pressuposto intrínseco de que o primeiro grupo possua uma natural defesa contra tais enfermidades, pois DST são resultantes de promiscuidade, mas o artigo foi publicado com base numa pesquisa feita pelo Journal of Sexual Health.

Como é possível? A resposta é direta!

A pesquisa revelou que isto se dá porque muitos indivíduos em relacionamentos monogâmicos admitem trair o parceiro ou a parceira, e por serem tais encontros mais furtivos e esporádicos, muitos não possuem o mesmo cuidado que os que são propensos a relacionamentos abertos, e por isto se protegem mais e realizam mais testes preventivos.

Isto demonstra que a causa de tais doenças continua sendo a mesma: Infidelidade e promiscuidade.

Para enfrentar este problema, que é uma questão de saúde pública, entidades sociais, ativistas e governo preferem tratar de tais questões perifericamente. Quando acontecem grandes eventos nos quais há uma tendência de aumento significativo de promiscuidade, ao invés de orientar e encorajar as pessoas à fidelidade e castidade (dois termos antipopulares) distribui-se camisinhas, pílulas do dia seguinte e coquetéis anti AIDS. Isto é o mesmo que tratar com aspirina o câncer terminal ou distribuir placebos para infartos. São paliativos para graves doenças, que tem a ver com a estabilidade da família e a ética, com consciência e conflitos psicológicos.

Num artigo de Reinaldo Azevedo, articulista da Veja, de 16.07.2013, ele fala da Truvada, um remédio que ajuda a prevenir a contaminação do vírus da AIDS, com fortes efeitos colaterais como vômitos, diarreias, intoxicação do fígado, perda óssea e alteração da função renal. Apesar da efetividade da droga, organizações que tratam da doença, declaram que as pessoas precisam lembrar que AIDS não é gripe, ela ainda mata, contudo o remédio induz as pessoas a uma falsa sensação de segurança.  Azevedo afirma, que por isto, a taxa de contaminação em alguns grupos, como homossexuais masculinos, subiu. A droga passou a ser usada como garantia e proteção. “Uganda é o país africano mais bem-sucedido no combate a AIDS, a ênfase no uso da camisinha é apenas a terceira prioridade: as duas primeiras são a defesa da fidelidade no casamento, e, vejam que coisa! O incentivo à virgindade! (...)  até que não se tenha uma vacina contra a doença, o sexo seguro (...) ainda é o melhor remédio. E, meus caros, a ‘camisinha’ da escolha certa é a única 100% segura”.


O melhor antídoto contra DST, não são preservativos, nem caras drogas para tratar das doenças contraídas. A fidelidade é ainda o melhor antídoto!

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

A terapia da Palavra


O Salmo 119 é o maior capítulo da Bíblia, com 176 versículos. Em apenas dois deles não faz menção à palavra de Deus, e em todos os demais coloca a lei de Deus no centro, referindo-se a ela como “mandamento”, “palavra”, ”juízos”, “testemunhos”, “promessas”,  “prescrições” e “decretos”.
Um dos elementos presentes no coração do salmista é a alegria e contentamento que ele encontra ao entrar em contato com a Lei de Deus. “Admiráveis são os teus testemunhos” (Sl 119.129); “Eu amo os teus testemunhos ardentemente” (Sl 119,167)”, “Amo a tua lei”  (Sl 119.113).  Ele se refere maravilhado à Lei de Deus (Sl 119.18) e afirma que nela encontra prazer (Sl 119.24).
Outro aspecto marcante neste capitulo é sua ênfase e oração para que Deus o vivifique.
O termo vivificar, tem na sua raiz, a ideia de vida. Vida é o oposto, não da morte, como afirma Molttmann, mas da apatia. A vida possui sinais característicos, e quando ocorre um acidente, os paramédicos ao socorrer as pessoas, buscam imediatamente os sinais de vida: pulsação, respiração, batimentos cardíacos, e ainda, o brilho nos olhos. Os olhos de uma pessoa morta  tornam-se opacos.  A ausência de sinais vitais revela que a vida se esvaiu. Não é a morte que emite sinais, é a vida. Sabemos que alguém morreu quando os sinais vitais não mais existem.
Por isto é curioso e interessante a insistência do salmista pedindo a Deus que o vivifique. Esta oração é feita pelo menos 11 vezes (Sl 119.25, 37, 40, 50, 88, 93, 107, 149, 154, 156, 159). Ele anseia por vitalidade, deseja que a vida volte a pulsar. Sente como se estivesse andando, porém sem vida. Já se sentiu assim? Cadáver ambulante? Walking dead? Pois era exatamente este o sentimento do salmista. Por isto clama insistentemente para que Deus o vivifique.
O curioso, porem, é que toda a esperança de sua restauração está relacionada à Palavra de Deus. Ele vê na lei de Deus, o meio de restauração do seu espirito abatido, do seu devorador desânimo e busca as verdades e testemunhos de Deus para encontrar vida.
O salmista ora para que Deus o vivifique. Assim como ele, também precisamos de vida, sonhos, sorrisos, amor, desejo, celebração.  Por isto afirma reiteradamente:
            ...”vivifica-me, segundo os teus juízos”...
...”vivifica-me, segundo a tua bondade”...
...”vivifica-me, segundo a tua promessa”...
...”vivifica-me, segundo a tua palavra”...
...”Os teus preceitos me tem dado vida”

Esta é uma proposta muito interessante. Reencontrar a vida, a alegria e o entusiasmo, na Lei de Deus. Uma proposta pouco considerada.

Opções contemporâneas de terapia
Hoje em dia, quando nos sentimos desnorteados e aflitos, e perdemos a referência da história, quais são as alternativas que mais comumente buscamos?

Uma delas é o entretenimento. Tentamos encher a vida de atividades prazerosas, nos refugiamos nos vídeo games, viagens,  diversões, pescarias. Buscamos um shangrilá, uma Disneyworld para reparar o sentimento de vacuidade, nulidade e nonsense que tantas vezes nos consome. Não é isto que as pessoas dizem: “Vai descansar, vai viajar, vai pescar? Não que qualquer destas atividades sejam, em si mesmas, destrutivas ou perniciosas, pelo contrário, são até mesmo interessantes. Mas na maioria das vezes, pessoas fazem viagens cada vez mais exóticas, consomem doses cada vez maiores de adrenalina, que redundam em completo fracasso. Percorrem o mundo para descobrir que ainda continuam vazias e angustiadas.
Outra opção são os remédios largamente encontrados nas prateleiras dos supermercados e farmácias, oferecendo alivio rápido para problemas profundos. Procuramos médicos renomados, alívio psiquiátrico, consumimos doses fenomenais de frontal, Prozac, energéticos, multivitamínicos, Rivrotil (de tarja preta, é o segundo remédio mais consumido no Brasil). Imaginamos que a solução para a ausência de vida, alegria e entusiasmo encontra-se em fórmulas mágicas como sugere o provocante filme “Sem limites”.
Ainda buscamos alternativas e alivio para a vida de alegria e ausência de sinais de vitalidade em psicoterapia ou terapias alternativas. Precisamos e pagamos pessoas que nos entendam, e eventualmente se transformem numa espécie de amuleto (ou muleta). Ou buscamos fórmulas mágicas e místicas para socorro imediato. Pagamos alguém para nos energizar. A onda mais recente é o “coaching”, alguém que nos entenda, traga estabilidade, vitalidade e energia para o nosso interior caótico.
Certamente, nenhuma destas alternativas acima é ruim em si mesma, nem são pecaminosas e inadequadas, pelo contrário, podem trazer cura momentânea e eventualmente transformações efetivas e duradouras, mas o salmista propõe uma alternativa surpreendente.

A terapia da Palavra
O Salmista vê, na Palavra de Deus, o conforto, consolo e a solução para vitalizar sua alma. Por isto esta sempre afirmando: “vivifica-me, segundo... a tua Palavra”.
            è “A minha alma está apegada ao pó, vivifica-me segundo a tua palavra” (Sl 119.25);
            è”Desvia os meus olhos, para que não vejam a vaidade, e vivifica-me no teu caminho” (Sl 119.37);
            è”Eis que tenho suspirado pelos teus preceitos; vivifica-me por tua justiça” (Sl 119.40).
è “O que me consola na angustia é isto: que a tua palavra me vivifica” (Sl 119.50);
è “Vivifica-me, segundo a tua misericórdia e guardarei os testemunhos oriundos da tua boca” (Sl 119.88);
è “Nunca me esquecerei dos teus preceitos, visto que por eles, me tens dado vida” (Sl 119.93)
èEstou aflitíssimo. Vivifica-me Senhor, segundo a tua palavra” (Sl 119.107);
è “Vivifica-me, segundo os teus juízos” (Sl 119.140)
            èDefende a minha causa e liberta-me; vivifica-me segundo a tua promessa” (Sl 119.154);
            è “Muitas são as tuas misericórdias, vivifica-me segundos teus juízos” (Sl 119.156).
            èVivifica-me, ó Senhor, segundo a tua bondade” (Sl 119.159)

A característica comum nestes textos é que o autor encontra, na Palavra de Deus, o recurso para restaurar sua capacidade de viver. A Palavra se torna sua fonte terapêutica. Isto tem implicações relevantes e práticas.
Onde buscamos alternativas para o desânimo, frustração, cansaço, desencorajamento, falta de propósito, tristeza de alma que retiram de nós a vitalidade? Sejamos honestos: A palavra de Deus quase nunca tem sido considerada, mesmo para os cristãos, como fonte de vida e alegria.
Talvez seja exatamente isto que precisamos discernir, e certamente muita cura interior aconteceria, se, pelo menos, buscássemos na Palavra de Deus, o antidoto para nossa solidão e caos, através das palavras de esperança e promessas ali contidas.
Por esta razão o salmista ora: “vivifica-me, Senhor”, sempre associando sua restauração ao poder redentor da palavra.
Ele não pede cura por meio das alternativas de entretenimento, poderosos e eficientes remédios da indústria farmacêutica, ou terapias alternativas, mas nas verdades eternas contidas nas Sagradas Escrituras.  “Porque a palavra de Deus que é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espirito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração. E não há criatura que não seja manifesta em sua presença, pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas” (Hb 4.12,13).
Certa vez, tive oportunidade de ouvir uma palestra do Dr Carlos Bosma, missionário holandês que se radicou no Brasil, trabalhando em Santa Catarina. Grande biblista e Dr. em Antigo Testamento e hebraico, posteriormente tornou-se professor no Calvin Theological Seminary em Michigan. Sua palestra foi sobre o livro dos Salmos.
Depois de discorrer profundamente sobre este livro poético, ele contou que seu pai sofreu severas perseguições e opressão na época do nazismo, por defender os judeus. Sua dor e silêncio eram brutais, e viveu assim por alguns anos. Durante este período de dor, ele abria quieta e silenciosamente o livro de Salmos e ficava horas lendo e meditando. O livro de Salmos possui 64 cânticos de lamento. Muita dor, questionamento e desabafo surgem nestes salmos, quando os escritores discorrem sobre suas dores, perplexidades e questões teológicas. O Dr. Bosma concluiu este testemunho, visivelmente emocionado, dizendo que o livro de Salmos havia libertado o seu pai, da dor e tristeza que o consumia.

Por isso, quando enfrentar momentos de angústia e tédio, busque o alívio primeiramente na Palavra de Deus, pois ela sempre será uma inesgotável fonte de sabedoria, graça e vida:

Nunca me esquecerei dos teus preceitos,

visto que por eles me tens dado vida”

Quanto custa?



Recentemente, o Jornal Contexto de Anápolis-GO publicou uma lista de preço de mercadorias básicas nos supermercados de Anápolis. Os preços variavam em até 300%, deixando no ar uma pergunta: Qual é o preço real das coisas? Qual é, realmente o valor justo?
Na área de prestação de serviços, o descalabro pode ser ainda maior, já que pouco se sabe quanto é o serviço de um mecânico, ou de instalações domésticas ou elétricas. Faça um levantamento de custo de uma obra em sua casa, peça três orçamentos, a variação pode ser surpreendente. Um serviço mecânico pode ser uma fortuna. A revisão de um carro novo numa concessionária, pode ter um custo bizarro quando você observa que apenas houve uma troca de óleo e verificação de itens simples.
O que é necessário para definir se um valor é caro, barato ou justo?
É verdade que certas demandas são produzidas de acordo com o contexto. Sabe-se que é relativo (esta palavra é chave) o valor que damos ao dinheiro. No mercado de luxo existem realidades surreais. Na Austrália, recentemente, uma empresa colocou a venda um rolo de papel higiênico feito de ouro, estimado em 1.3 milhões de dólares. Existe uma vodca no mercado, exclusiva para bilionários excêntricos, cuja garrafa está avaliada em 3.7 milhões de dólares, suficiente para comprar duas Ferraris.
O mais preocupante, contudo, é a perda de referência de valores, moral e vida. A incapacidade da sociedade em definir o que é prioritário, necessário e supérfluo é preocupante. Numa época de valores relativos, quanto vale a família? A vida com Deus? A fidelidade conjugal? A saúde emocional dos filhos? Qual o valor intrínseco de um pai amoroso que cuida de seu filho? De um homem que respeita sua casa? Qual o valor agregado para uma criança da ausência, passividade, indiferença ou até mesmo a rejeição do pai?
Atribuir valor à vida, às pessoas, aos relacionamentos, à espiritualidade, à família e amigos, pode variar mais que os 300% de uma mercadoria colocada na prateleira de uma loja.  A incapacidade de estabelecer a diferença entre o prioritário e o urgente, entre o bom e o ruim, entre as trevas e a luz, é fatal em alguns casos. Todos estes elementos possuem valores agregados.
Estatísticas apontam que cerca de 80% dos que se encontram na carceragem masculina, possuem um ponto em comum: Não tiveram relacionamentos positivos ou significativos com seus pais (homens), sofrendo abusos verbais, agressões e violência doméstica, ou silêncio e indiferença resultantes de uma paternidade, passiva ou ausente.
É fundamental avaliar o preço de atos e decisões. Qual é o valor real das coisas? Caso contrário, teremos a esdrúxula  ideia de que vale a pena pagar 3.7 milhões de dólares numa garrafa de vodca, mas não vale a pena investir na vida dos filhos, na saúde emocional da família e nos valores espirituais. Não é exatamente assim que facilmente valorizamos coisas supérfluas em detrimento daquilo que é essencial? Desconsideramos o Sagrado em prol de caprichos e desejos? Corremos o risco de viver na contradição de uma conhecida frase popular: “Hoje em dia as pessoas sabem o preço de tudo, mas não sabem o valor de nada”.