Cada um
interpreta e usa o tempo que lhe é dado da maneira como deseja e consegue. Tudo
depende de valores, objetivos e prioridades. Um gosta do silêncio, outro do
barulho; um da solitude, outro da multidão; um da montanha, outro do vale; um
do mar, outro do interior. Cada um usa o tempo como lhe agrada.
Eu já
decidi. Exceto uma pequena palestra para 250 jovens reunidos em retiro neste
carnaval, devo ficar em casa, acordar mais tarde, fazer leituras atrasadas,
cuidar do jardim, uma caminhada mais longa e, se possível, um churrasquinho com
amigos. É assim que estou pensando, e você?
A Bíblia
diz que “para todo propósito há tempo e modo”. Tempo se refere à agenda que
temos, como gastamos as horas do dia, os compromissos assumidos. Modo tem a ver
com a forma como utilizamos, que métodos adotamos, como fazemos o que fazemos.
O texto sagrado afirma que, se houver propósito, surge espaço na agenda e
descobrimos os meios para cumpri-los. Sem alvos, tudo se torna mais complicado.
Tempo é uma questão de prioridade e motivação, por isto não faz sentido dizer
“não tenho tempo”.
O tempo é
o mesmo para cada um de nós, e o gastamos como queremos. Certo rapaz
trabalhando na grande cidade, nunca encontrava tempo para visitar sua
família no interior, mas um dia, em uma de suas viagens, conheceu uma
moça muito atraente por quem se apaixonou. Agora, este rapaz, “super-ocupado”,
viajava quase 500 kms todos os finais de semana, para a casa de seus pais. O
que mudou? Propósito. Por isto a agenda, valores, prioridades mudam.
Este
elemento discricionário determina como usaremos o tempo e o dinheiro que temos.
Carnaval, a festa dos foliões (países nórdicos da Europa), ou o Mardi Gras, a
festa carnavalesca de Nova Orleans, são celebrações típicas em culturas
diferentes com uma mesma filosofia: inverter a ordem através da sátira,
dos bufões, paetês, fantasias, músicas e máscaras.
O problema
é que máscaras são feitas para a brincadeira ou o ocultamento, com o objetivo
de estabelecer o lúdico ou ocultar a identidade, mas não o tornam diferente
daquilo que somos. Por mais que o ator se torne “colombina” ou Napoleão, e se
disfarce em de “Mickey” ou de outros personagens, ele não deixará de ser o que
é. Detrás da ficção, existe o personagem concreto; o avatar não substitui o
real. O problema é que, muitas vezes a fantasia decide ser o real, e desta
forma “a rosa púrpura de Cairo” de Woody Allen torna-se a crise entre o
imaginário e o histórico.
O carnaval
não é capaz de resolver problemas, nem a bebida pode curar a dor, ou drogas
apagarem doloridas memórias. Portanto, pense bem no que vai fazer no carnaval,
para que não assine uma promissória que você levará boa parte do ano, ou da
vida, para quitar; nem dê um cheque em branco com sua assinatura, sem saber
quem é o mascarado que se fantasia ao seu lado. Não tome decisões sob o efeito
da purpurina para que não venha a ser consumido de remorso e tristeza.
Existem
coisas que, mesmo com preço caro, podem ser restauradas. Outras, podem ser
irremediavelmente perdidas, como a honra, a reputação ou a própria vida.
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