Não
é muito difícil sermos irritados e provocados por pessoas e situações ao nosso
redor, felizmente a maioria desta raiva ou ira se dissolve rapidamente. É um
comentário feito pela esposa (o), a grosseria do chefe, a intransigência do pai,
uma ultrapassagem forçada no trânsito, a demora no atendimento de uma
instituição pública ou financeira, o telefone que não funciona quando você
precisa... e a lista é quase interminável.
A
nossa irritação eventualmente é razoável, mas não raramente é desproporcional
ao que nos aconteceu. Nossa reação depende muitas vezes, não exatamente do que
nos fizeram, mas do grau de humor e irritabilidade que estamos enfrentando.
Muitas vezes estamos serenos e eventuais provocações não nos tiram do sério;
outras vezes estamos com o nervo à flor da pele, e coisas pequenas tornam-se
grandes, gerando desavenças, discussões e até mesmo ofensas em casa e no
trabalho.
No
entanto, existe ainda uma ira pior do que esta: É a ira não resolvida. Não
apenas do tipo que nos desestrutura e irrita profundamente, ou aquela que remói
no estomago à noite, mas a ira que aparentemente desapareceu e que na verdade
foi enterrada... viva... dentro de nós.
Muitos
sequer estão conscientes de sua presença, mas como uma ferrugem no carro ou a
traça no escuro, ela continua destruindo relacionamentos e impedindo a alegria.
Alguns
incidentes afetam pessoas durante anos, trazendo dramáticas conseqüências
emocionais e espirituais. Uma ofensa ou um abuso sexual na infância pode ter um
efeito devastador na fase adulta. Por causa da culpa e da dor, pessoas se
punem, alimentam ressentimentos, tornam-se reativas e anti sociais, usando
escudos de defesas. Viver com pessoas raivosas é como viver num campo minado.
Quem se aproxima corre sério risco de ser ferido. Isto inclui esposas, filhos e
colegas de trabalho. Pessoas raivosas tendem a pulverizar sua raiva sobre os
outros, e mantê-los à distância.
Liberar
o ofendido, por maior que tenha sido a ofensa, é o caminho da cura, mas este
processo não é fácil. No entanto, se você considera difícil perdoar, considere
o custo de não perdoar. Um amigo fiel, um terapeuta ou um conselheiro, e a
confissão sincera diante de Deus podem nos ajudar no processo de enfrentamento
e cura.
Admitir
a dor da ferida, permitir-se chorar e dizer que está doendo, liberar o ofensor
é o caminho árduo da cura, mas assim como fazemos no doloroso processo
cirúrgico de extrair um tumor que pode nos matar, esta é a única forma de lidar
e resolver esta dor. A ira sepultada viva é um fantasma, que pode ressurgir a
qualquer momento, em forma de doenças, sintomas e transtornos
psiquiátricos.
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