Por que você não
deveria namorar (ou casar ) um descrente?
Introdução:
Este é um assunto que pode parecer desnecessário,
afinal, podemos pensar que uma pessoa que ama a Deus não consideraria gastar
todas sua vida, dividindo sua vida familiar, com alguém que não tem a mesma
compreensão das coisas eternas. Infelizmente, esta não é a realidade.
Queremos considerar alguns relevantes princípios
que podem ser aplicados a qualquer cristão pensando em casar (ou namorar)
alguém que não ama Jesus com todo seu coração.
Na segunda carta de
Paulo aos Coríntios, a Palavra de Deus nos ensina: “Não vos ponhais em jugo desigual com
os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a
iniqüidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas? Que harmonia, entre Cristo e
o Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo? Que ligação há entre o
santuário de Deus e os ídolos? Porque nós somos santuário do Deus vivente, como
ele próprio disse: Habitarei e andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles
serão o meu povo. Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o
Senhor; não toqueis em coisas impuras; e eu vos receberei, serei vosso Pai, e
vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso” (2 Co 7.14-18)
A Bíblia nos recomenda
a não colocar nosso pescoço debaixo da mesma canga, fazendo nossos planos e
sonhos com alguém que não possui a mesma compreensão espiritual que temos.
O que é “Jugo desigual”?
- Primeiramente,
são pactos e associações com Instituições filosóficas/religiosas que não
conhecemos bem e que comprometem o Reino de Deus – Por exemplo, envolvimento
com seitas místicas. No Brasil é muito comum pessoas cristãs,
inadvertidamente, se tornarem membros da maçonaria. Para alguém ser
admitido na maçonaria, no seu rito de entrada (também chamado de batismo),
a pessoa deve declarar: “Estou nas
trevas em busca da luz”. Apesar de negarem este aspecto da religiosidade,
eles usam termos próximos de uma religião. Por exemplo, a loja deles é
chamada de Templo. Podemos encontrar estes títulos claramente apresentados
na Davis Square e Church St, em Massachussets, onde surge o termo “Masonic
Temple”. Já tive presbíteros que eram mais fiéis à reuniões maçônicas que
a reunião de oração.
Ao escrever este texto, o apóstolo estava muito
preocupado com a distinção que os cristãos tinham que fazer com os ídolos.
Vinham de uma sociedade pagã, onde conviviam sem nenhum problema como vários
deuses, e ele tenta demonstrar que o Deus que agora servem é um Deus exclusivo,
que não reparte sua glória com ninguém, por isto não deveriam participar de
sociedades com demônios ou de comidas sacrificadas a eles.
O texto nos adverte para não nos envolvermos
ou fazermos qualquer pacto que possa dividir nossa atenção. Nada que distraia
ou nos envolva em compromissos e pactos que nos distanciem de Deus.
2. Rituais místicos
que podem criar alguma ligação com obras demoníacas- É comum pessoas sem
muito conhecimento do que significa ser cristão e imaturas na fé, participarem
de brincadeiras e atividades aparentemente inocentes que estão relacionadas ao
demônio. Algumas destas incluem meditação e levitação, tabuas de Ouija, a
aparentemente inocente brincadeira do copo, a consultas a videntes, cartomantes
ou quiromantes. No Rock in Rio (2011), a direção do evento, convidou 50 pais de
santos para darem passes às pessoas que participavam do evento. Foram
construídas pequenas tendas, onde podiam receber passes. É curioso que nenhum
pastor ou padre tenha sido convidado...
Outro perigo que surge nesta área é a linha
tênue entre parapsicologia e demonismo. Muitos se envolvem com supostas
práticas parapsicológicas, e na verdade estão andando na linha do demônio, sem
o saber. Parapsicologia e demonismo possuem uma linha divisória muito pequena.
Um dos meus diáconos em Goiânia, Sr. Jabes de
Souza Santos, nos relatou ser comum em sua casa, antes de aceitarem a Jesus,
que num encontro da família chamassem as crianças entre 3-5 anos, e pedirem que
as mesmas colocassem seus dedos mindinhos ao redor de uma pesada mesa de madeira,
para a levitarem. Todos os adultos ficavam ao redor e aquela cerimônia
“despretensiosa” era praticada. Perguntei-lhe porque não fizeram mais depois de
sua conversão e ele me respondeu que eles, misteriosamente, não tinham mais
prazer nestas coisas.
“Jugo desigual” tem a ver, primariamente com
envolvimento com ídolos e outros deuses. A Bíblia conta que Salomão se envolveu
com muitas práticas terríveis. “Seguiu a Astarote, deusa dos sidônios, e a
Milcom, abominação dos moabitas; assim, fez Salomão o que era mau perante o
Senhor”. 1 Rs 11.5,6 O texto é claro ao afirmar que “Sendo já velho, suas mulheres lhe perverteram o coração para seguir
outros deuses, e o seu coração não era de todo fiel para com o Senhor, seu
Deus, como for a o de Davi seu Pai”. I Rs.11:4
A gente pensa que estas coisas não acontecem
atualmente, mas sabemos de pessoas que saíram da graça de Deus para oferecerem
altares a deuses falsos. Um dos casos mais conhecidos no Brasil é o de um
ex-professor do Seminário do Norte, que casou com uma babalorixá e hoje, embora
não se curve diante dos sacrifícios, está ao lado de sua esposa para comprar as
coisas que ele precisa e fazer suas oferendas aos demônios, enquanto ela invoca
as entidades para as sessões que são feitas. Definitivamente fez vínculos com demônios e
coisas sacrificadas a ídolos.
- Negócios altamente rentáveis, cujo
enriquecimento é lícito do ponto de vista da lei, mas contrários à lei de
Deus e à nossa consciência. Muitos
cristãos podem adquirir ações em bolsas ligadas a cassinos, clínicas de
aborto, pesquisas genéticas reprovadas pela ética cristã como clonagem de
seres humanos e células troncos com abortivos. Investimentos em hospitais que subsidiam
propaganda homossexual ou projetos anti ecológicos que trazem danos à
natureza ou subsidiam guerras e conflitos militares. Jugo é “canga” usada
para colocar dois animais juntos. O que a Bíblia nos ensina que o crente
não pode fazer nenhum vínculo com a pessoa que não comunga da mesma fé.
Não pode se atrelar a ela, colocar a canga no seu pescoço e no do outro
que não conhece a Deus. O texto é mais objetivo na questão da idolatria e
adoração a outros deuses. Como cristãos não podemos ter vínculos que
comprometam nossa fidelidade a Deus. Estou absolutamente certo de que o
problema de Daniel em não querer se envolver com o vinho e a carne do rei
era pelo vínculo idólatra que isto criava.
Nesta categoria ainda se incluem sociedade com
pagãos. O Homem do mundo tem valores diferentes do homem que serve a Deus. O
mundo age com base no lucro e no sucesso. Embora o homem cristão possa
trabalhar nesta perspectiva, este não pode ser o nosso último alvo ou final.
Antes disto, devemos buscar a glória de Deus e adorá-lo com nossa vida.
- Vínculos
afetivos ou comerciais com pessoas que são hostis ou rejeitam o evangelho
e a Jesus -
- Proposta de trabalho onde você não pode
testemunhar a Jesus, ou no qual você tem que se silenciar acerca do que
você crê, ou mesmo defender comportamentos e princípios éticos que você
condena. Existem cristãos aceitando isto, enquanto grupos e ativistas
gays tem espaço para expressar suas atividades e fazer suas propagandas
temos nos intimidado com o Evangelho. Existem muitos saindo às ruas para
defender marcha de gays e vadias, e não saímos às ruas para defender
princípios éticos e valores ligadas à família.
- Casamento com pessoas contrárias ou
indiferentes ao Evangelho. É o que convencionamos chamar de “Casamento
misto”. O maior de todos pactos humanos, é, sem dúvida, o casamento.
Colocar-se num jugo desigual, pode trazer danos tremendos à vida daqueles
que amam a Deus. Muitas pessoas cheias do Espírito Santo perderam sua
vida de piedade e reverência a Deus depois que se envolveram com uma
pessoa sem Jesus. Canga igual para animais de hábitos diferentes é
complicado. Tente colocar uma canga num cabrito e num boi, ao mesmo
tempo...
Estar casado com alguém que não ama a Deus é
um preço muito caro! Por que? Casamento, depois da decisão de seguir a Cristo,
é a maior e mais importante de sua vida. O problema é que muitos cristãos
começam um namoro acreditando que isto não seja algo tão sério,
a)- Primeiro, porque a Bíblia fala contra
isto ; A Bíblia afirma que o casamento deve ser “somente no Senhor” (1 Co 7.39). Contudo, existem várias
justificativas para que a gente queira ignorar isto. Ou, veja o que este texto
diz: “Qual a comunhão entre o crente e o
incrédulo?”. O apóstolo Tiago afirma que devemos “acolher a palavra da
verdade, com mansidão”. Nestas horas, geralmente as pessoas reagem e ficam
indignadas porque Deus diz certas coisas que eles não gostam. Em alguns casos,
se rebelam e fazem do jeito que querem fazer, contrariando frontalmente a
Palavra da verdade. É bom lembrar, que os princípios de Deus são dados para a
vida, portanto, “nunca devemos violar os princípios de Deus se desejamos ganhar
ou manter as bençãos de Deus” (Andy Stanley). Deus não tem compromisso com a
infidelidade. A quebra de princípios pode não levá-lo ao inferno, mas podem
trazer o inferno até você.
b)- Segundo, porque os interesses são
diferentes. Uma pessoa sem Deus pensa e age de forma diferente daquele que
ama a Deus. O crente pensa nas coisas relacionadas à missão e ao reino de Deus,
enquanto o homem sem Deus, busca fazer as coisas para sua carne. Mesmo que o
que fazem não seja, necessariamente ruim ou eticamente condenável. O problema é
a motivação. O lazer do cristão é diferente, as férias possuem objetivos
diferentes e as prioridades são diferentes. No domingo de manhã, o crente quer
ir para a Escola Dominical, o descrente, para o clube; No carnaval, o crente
quer ir para o retiro, o descrente, para a folia.
Quais são as justificativas mais comuns para
um casamento misto?
Jaime Kemp apresenta algumas das mais comuns
no seu livro “Namoro, Noivado, casamento e sexo”.
Þ Estou somente
namorando, não temos intenção de nos casar…
Þ Nós temos tanta coisa
em comum...
Þ Não sei se ele é
crente, estou namorando a pouco tempo e ainda não tive condições de verificar
isto...
Þ Ele não é crente, mas
é um cara legal...
Þ Creio que ele (a) está
aberto (a) ao Evangelho...
Þ Ele quer que nossos
futuros filhos freqüentem a Igreja...
Þ Eu lhe falei que só
namoraria pessoas crentes, e então ele aceitou o Evangelho...
Þ Conheço poucos rapazes
(moças) crentes, meu círculo de amizades envolve mais pessoas descrentes...
Þ Ele é mais cavalheiro
que a maioria dos rapazes que eu conheço...
Þ Ele não é crente
porque não quer ser hipócrita...
Qual é o
problema do casamento misto?
O casamento misto não tem uma base cristã para
o lar. O ambiente dele não é o seu. O problema no Brasil ainda é maior porque
todos dizem que tem uma religião cristã. Você quer um casamento nos princípios
e propósitos de Deus? Onde vocês podem orar juntos para resolver seus problemas
pessoais? Na hora da crise vocês tem uma rocha comum?
Outro aspecto a ser considerado: É muito mais
fácil alguém te puxar para baixo, que você levá-la para cima.
A recomendação bíblica é muito clara. O
casamento tem que ser no Senhor. “Fica
livre pra casar com quem quiser, mas somente no Senhor” (1 Co 7.39). A
liberdade restringe-se a um vínculo com uma pessoa que possua as mesmas
convicções quanto à sua fé.
Isto nos leva a considerar outro aspecto
muitas vezes esquecido. Muitas pessoas namoram pessoas que andam
perifericamente na igreja, e até mesmo a freqüentam com certa regularidade, acreditando
que ela é cristã por causa disto. Mas o fato de alguém cultivar certa presença numa
comunidade ou mesmo se batizar nela, não significa que ela tem compromisso com
Deus.
Deixe-me fazer algumas perguntas para você
checar se esta pessoa ama o Senhor ou não:
Þ Ela é comprometida com a Palavra de Deus?
Þ Tem interesse em orar e buscar a Deus?
Þ Está envolvido com a Igreja local?
Þ Tem amor pela obra?
Þ Prega e ensina a Palavra de Deus?
Þ Tem sede de crescer em Jesus?
Þ Já assumiu o compromisso de ser verdadeiramente um
discípulo de Cristo?
Estes pontos ajudam a clarificar a vida de uma
pessoa que está “No Senhor”.
Testemunho:
Uma vez que você entrega seu coração e suas
emoções para alguém, você ficará surpreso ao notar quão difícil será uma
ruptura, mesmo quando você sabe que é necessário tomar tal decisão. Uma jovem
cristã escreveu a seguinte carta para seu conselheiro:
“Tenho
16 anos e sou filha de missionários no Oriente Médio. Eu tenho mantido um
relacionamento de intimidade com o Senhor e recentemente encontrei um garoto na
escola que não é cristão e estamos namorando por três meses. De início
acreditei que estava tudo certo, afinal eu não estava me casando com ele e nem
tinha intenção de fazê-lo, uma vez que ele não tinha um compromisso pessoal com
Jesus, mas ultimamente encontrei alguém que me afirmou que eu estava errada e
que eu não deveria manter este tipo de relacionamento desde o princípio”.
“Uma
noite ele veio à minha casa, e eu estava ouvindo um CD de música evangélica, e
ele ironizou as letras dizendo que eram letras tolas e riu do que ele chamou ´deste
estranho Jesus´. Quando ele saiu, senti-me profundamente ferida pela forma como
ele zombou das coisas de Deus, e eu realmente me senti profundamente triste,
chegando à conclusão de que deveria por um fim em nosso relacionamento, mas
está sendo muito difícil porque nós temos um carinho muito grande um pelo outro
e eu estou com medo de que o meu testemunho enfraqueça se o nosso namoro
acabar. Eu realmente tenho pedido ao Senhor que me dê sabedoria. Gostaria de
pedir que orasse por mim sobre este assunto”.
Este é o típico caso de rapazes e moças
cristãs que oram por uma decisão depois de terem assumido o relacionamento. Ela
não precisa de sabedoria para saber o que fazer, o que ela precisa é de graça e
poder para fazer aquilo que ela sabe que está errada, afinal, “Que comunhão há
entre o crente e o incrédulo?”. É muito fácil permitir que nosso coração dirija
nossa consciência ou nossa obediência. Uma vez que seus desejos demandam
prioridades, seu zelo por Deus facilmente esmaece. Nossas emoções são poderosas
e podem facilmente nos controlar, afinal, “Enganoso
é o coração, e demasiadamente corrupto, quem o conhecerá?” (Jr. 17.9).
precisamos sempre indagar se temos sido orientados pela Palavra de Deus ou
pelos nossos sentimentos.
Quando Caim pecou contra o Senhor, Deus veio
admoestá-lo e reorientá-lo, já que ele havia se distanciado completamente de
sua vontade. Sua palavra é muito oportuna: “Se
procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis
que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre
dominá-lo” (Gn 4.7). Desejo precisa ser dominado, e apenas quando os
submetemos a Deus, eles poderão estar sob controle, já que no nosso coração
existe uma predisposição para o engano, como afirma o profeta Jeremias.
Precisamos dominar nossos desejos, para que eles não nos dominem e nos
animalizem.
Esclarecimento
necessário:
Creio ser interessante fazer outro comentário
sobre casamento misto. Já vi alguns dizendo: “Estou casado com alguém que não
ama a Jesus, logo o meu casamento não pode ser abençoado por Deus, porque é um
casamento misto” Pessoas assim estão apenas tentando justificar seu fracasso no
casamento, mas buscando uma justificativa espiritual para romperem seu matrimônio.
O que a Bíblia ensina àqueles que já estão casados?
Dois textos podem nos ajudar nisto:
I Co 7.12-14: “Aos mais digo eu, não o Senhor: se algum irmão tem
mulher incrédula, e esta consente em morar com ele, não a abandone; e a mulher
que tem marido incrédulo, e este consente em viver com ela, não deixe o marido.
Porque o marido incrédulo é santificado no convívio da esposa, e a esposa
incrédula é santificada no convívio do marido crente. Doutra sorte, os vossos
filhos seriam impuros; porém, agora, são santos”.
Portanto, não pode
pairar nenhuma dúvida sobre o fato de que uma pessoa casada com um descrente
está autorizada por Deus a se divorciar.
1 Pe 3.1-2: “Mulheres, sede vós, igualmente, submissas a vosso
próprio marido, para que, se ele ainda não obedece à palavra, seja ganho, sem
palavra alguma, por meio do procedimento de sua esposa, ao observar o vosso
honesto comportamento cheio de temor”.
Há uma promessa de
Deus que, pela atitude cristã da mulher temente a Deus, o marido incrédulo vai
ser despertado para a salvação e conhecerá a verdade do Evangelho. Esta é uma
promessa que pode revolucionar nossa história.
O nosso texto base, tem sido a 2 Carta de
Paulo aos Coríntios. Este texto é um texto forte, que nos leva a avaliar
seriamente alguns vínculos que temos estabelecido. Neste texto, Paulo tira esta idéia de “jugo desigual”, ou “canga
desigual”, da vida agropastoril.
O que vem à sua ideia quando você fala de
“Jugo desigual?’
Na zona rural é muito comum vermos bois
levando cargas pesadas, mas atados por uma peça de madeira no pescoço. O nome
que se dá a esta peça é canga ou jugo. São animais da mesma espécie colocados
juntos para fazer um trabalho especifico. Eles são cuidadosamente treinados
para responder aos mesmos comandos. O fazendeiro geralmente coloca dois animais
do mesmo tamanho, força e temperamento porque sabe que precisarão trabalhar
juntos. Se um animal desequilibra, o outro terá que fazer uma força extrema,
porque a tarefa é dada para ser desenvolvida como uma equipe. Se estiverem fora
da sintonia possivelmente o equipamento poderá se quebrar, sofrerão ferimentos,
haverá confusão e o trabalho nunca será feito. Afinal, “andarão dois juntos se não houver entre eles acordo?” (Am 3.7).
Por isto é que a Palavra de Deus recomenda que
casamento deve ser feito, “apenas no
Senhor” (1 Co 7.39). Caso você deseja servir ao Senhor no seu lar, então
ambos precisam de um acordo para que a tarefa seja realizada. Este princípio é
realmente simples, por isto me impressiona que tantos ainda decidam ignorar a
Palavra de Deus e agir sem considerar seus princípios.
A Bíblia
apresenta
algumas razões para que o Jugo desigual não aconteça:
a)- Porque o Evangelho não
é inclusivo e tolerante com todas as coisas: (2 Co 6.17). Deus nos chama
para sermos santos, separados. Por natureza o cristianismo precisa ser
diferente.
ü “Retirai-vos”- (2 Co 6.17)-
Esta é uma forte afirmação. Ser cristão envolve ruptura com tudo aquilo que
compromete a santidade de Deus. “Sede Santos, porque eu sou santo” (1 Pe 1.16).
Todas as exigências éticas de Deus para o seu povo podem ser resumidas neste chamado:
“Sede santos”. Apesar da simplicidade óbvia, a ordem tem sido encarada com
grande confusão, negligência e receio dos crentes e escárnio dos incrédulos.
Deus exige santidade de seu povo.
ü “Não toqueis” (2 Co
6.17)- Esta afirmação nos leva a considerar que é necessário um ruptura com
certos processos e atitudes de nossa vida. Associação ou envolvimento com
determinados comportamentos e rituais, comprometem nossa santidade com Deus.
b)- Porque
existe uma diferença de conteúdo: As perguntas que são feitas no texto, são
retóricas, isto é, levam-nos a responder da forma como são feitas. “Que
comunhão entre Luz/trevas; crente/incrédulo; Justiça/iniqüidade; Cristo/maligno?”.
Todos estes elementos são contrários na sua natureza e essência. As trevas não
comungam com a luz, a justiça não se associa com a iniqüidade, Cristo se opõe
ao maligno, e o crente não pode se associar e pactuar com o incrédulo. Porque
são, por sua natureza, como água e óleo.
A proposta aqui não é para um isolamento
monástico nem fuga do mundo. O apóstolo Paulo já esclareceu esta questão na
carta anterior que escreveu. “Já em carta vos escrevi que não vos associásseis com os impuros; refiro-me,
com isto, não propriamente aos impuros deste mundo, ou aos avarentos, ou
roubadores, ou idólatras; pois, neste caso, teríeis de sair do mundo” (1 Co
5.9-10). A
questão, porém, tem a ver com vínculos, pactos e associações que fazemos. E
certamente a aliança do casamento está no centro desta questão.
c)- Porque associações nos comprometem
- A Bíblia conta a história interessante dos gibeonitas em Josué 9. Quando
ouviram o que Israel fizera a Jericó e Ai, duas cidades prósperas e vizinhas,
resolveram pactuar com o povo de Israel , e para isto fingiram vir de longe,
vieram com sandálias rotas e sacos velhos e odres de vinhos rotos e trouxeram
um pão seco e bolorento dentro dos sacos de viagem. Assim fizeram um pacto com
o povo de Deus. A Bíblia diz que o povo de Israel não pediu conselho ao Senhor antes
foram enganados e fizeram aliança acreditando que eram pessoas vindas de longe,
quando na verdade eram vizinhos, estavam no caminho e na terra que o povo
queria conquistar, por isto Israel foi impedido de guerrear contra eles.
Muitas pessoas, ainda hoje, sem o saber,
envolvem-se com coisas satânicas, para serem agradáveis e populares. Tomem
cuidado com os vínculos, pactos e associações que são feitos, muitos destes
compromissos podem estar desagradando a Deus.
4. Porque precisamos rejeitar coisas
impuras – (2 Co 6.17). Nossa vida
deve ser uma vida de pureza e santidade aos olhos de Deus. A sociedade atual é
extremamente inclusivista, licenciosa e tolerante até com o pecado e com o mal,
e deseja unir trevas com a luz. Deus diz que é necessário pagar o preço para
sermos aprovados, e este preço muitas vezes é da impopularidade e do
radicalismo. Precisamos lembrar do status que recebemos de Deus, que nos chamou
para sermos seus filhos (2 Co 6.18).
Certa vez, Luiz XIV, um jovem príncipe, herdeiro
da coroa francesa teve que ser deportado para não morrer. No seu exílio, foi
morar com muitos guerreiros e soldados que tinham uma péssima conduta ética, e
ele ainda adolescente tinha que suportar todas as provocações, os soldados se
excediam nas bebidas, gritarias, mau temperamento e brigas, além da
licenciosidade moral, fornicação e prostituição. Quando lhe perguntaram porque
não agia como os demais, ele respondeu de forma segura: “Porque um dia serei o
rei da França, e isto não é um comportamento digno da realeza”. Ah! Se nós
entendêssemos a vocação e o chamado que Deus nos tem dado e qual a suprema
grandeza de sua glória, certamente seriamos mais prudentes e cautelosos na
nossa ética, para glorificar nosso rei.
Conversões
de conveniência
Em geral, tenho muita dificuldade em fazer
casamentos mistos. Condiciono sempre o casamento a alguns encontros com os
noivos, para abrir meu coração e falar do propósito de Deus para suas vidas.
Eventualmente faço apelos para conversão, evangelizando pessoas durante tais
encontros.
Por desejarem que eu realize a cerimônia de
seus casamentos, não é muito difícil encontrar pessoas que “aparentam” ter uma
certa espiritualidade, e para desfazer qualquer possibilidade de continuar
mantendo um contacto fundamentado numa mentira, afirmo diretamente que não
condiciono o casamento ao fato da pessoa fazer parte da comunidade na qual sou
pastor. Aprendi que isto elimina qualquer predisposição para a hipocrisia e as
conversões de conveniência.
Por outro lado, vejo rapazes e moças crentes,
namorando descrentes, e criando uma “cláusula” nos relacionamentos: “Só me
casarei com você, se você se converter”. É obvio que se o descrente está
apaixonado pela pessoa crente, como não possui qualquer compromisso espiritual,
facilmente concordará em “se converter e se batizar”, mas será que realmente
esta pessoa teve uma experiência com Jesus e entendeu o plano de Deus para sua
vida? Em geral, tais compromissos mostram-se superficiais, logo após o
casamento.
Nunca confiei em uma conversão deste tipo. Não
seguimos Jesus por causa de alguém, este não é o tipo de discipulado que Jesus
deseja; mas seguimos a Cristo por causa dele mesmo.
“Namoro
Missionário”
Eu não estou muito certo quando surgiu o termo
“namoro missionário”, mas ele é mais que apropriado para ilustrar o que
falamos. Imagine você – uma jovem cristã, cheia de zelo por Deus - indo para
uma tribo remota de nativos para evangelizar o perdido e sentindo grande peso espiritual pelo charmoso filho do
chefe da tribo. Ele parece interessado em Deus e você gasta um bom tempo na
esperança de trazê-lo para o Senhor...
Então, sem que você saiba, sua amiga de uma
sociedade missionária recebe um cartão postal dizendo que ela está se casando e
não volta mais. Será que ele se converteu? Bem, na verdade não – mas ela está
confiante de que em breve isto acontecerá. Enquanto isto, ela está tentando
organizar as coisas da casa, na sua cabana cheia de ídolos (que não verdade,
ela não pensa em adorar...) e sonhando com um futuro maravilhoso que construirão
juntos.
Se você ouve falar de uma situação como esta, deve
se perguntar quais são as chances desta garota encontrar real felicidade – ou
dela professar seu amor pelo Senhor? Suas ações certamente parecem contradizer
aquilo que ela realmente afirma crer.
O Jogo
do Namoro
Vivemos dias em que os jovens tem tratado o
relacionamento de namoro como algo superficial e vazio. Uma música
contemporânea reflete bem este pensamento moderno: “Já sei namorar, já sei beijar de língua, agora só me falta
sonhar... Não sou de ninguém, eu sou de todo mundo, e todo mundo me quer bem”
(Tribalistas). Esta idéia de “ser de todo mundo” é uma grande falácia. Ninguém
é de todo mundo, todos nós precisamos de intimidade e responsabilidade nos
nossos relacionamentos, caso contrário, haverá muitas feridas e dores.
O resultado tem sido o conhecido conceito de
“ficar”. Embora “ficar” seja um verbo que dá idéia de estabilidade, neste caso
ele expressa algo efêmero e passageiro. “Ficar”, na linguagem moderna significa
se entregar a alguém durante um tempo curto, sem nenhum compromisso ou
envolvimento afetivo. Namoro tem se tornado algo vazio e pecaminoso.
Tenho a convicção de que namoro não deve ser
feito de forma superficial, e muito menos sem a aprovação de Deus. Ouvi certa
vez a afirmação de que “namoro é para se conhecer, noivado é para planejar e
casamento é para executar”. Embora não estejamos certos de que vamos casar com
a pessoa que namoramos, uma vez que a estaremos conhecendo, é prudente pensar
que estaremos nos conhecendo porque a outra pessoa se tornou interessante.
Antes de um envolvimento, devemos ser capazes de ver as qualidades de um
sincero amor de Deus na vida desta pessoa, e os frutos de sua fé também devem
ser claros.
É natural que você comece a namorar alguém com
quem você já esteja observando sua forma de ser por algum tempo. Para iniciar
um namoro, que é um relacionamento mais profundo, você deve entrar quando o Senhor lhe mostrar que este
passo deve ser dado. Se você teme ouvir um não de Deus, muito provavelmente você
não está interessado em saber sua vontade
para sua vida. Isto é um sinal vermelho de que alguma coisa vai mal no seu
processo de seguir a Cristo, já que você não está realmente interessado em
segui-lo.
Muitos estão num casamento miserável, porque
ignoraram a orientação de Deus, e resolveram seguir seus próprios desejos e a
voz de seus corações. Estão aprendendo lições de uma forma muito dura.
Casamento é um pacto indissolúvel, selado por Deus, e a Palavra de Deus nos
ensina que “O que Deus juntou, não o separe o homem” (Mt 19.7), e que “Deus
odeia o divórcio!” (Ml 2.16).
Quando falamos do casamento, estamos nos
referindo a um compromisso de uma vida de amor, honra, cuidado – até que a
morte nos separe! Então, como fazer uma aliança com alguém que não ama Jesus?
Apelo
aos que ainda não tomaram uma decisão em ser um discípulo de Cristo
Muitos ainda não quiseram fazer pactos com a
Igreja e com o Evangelho. Fazer pactos é dizer, “eu assumo, eu me comprometo”. Não
fazem tais compromissos por causa do medo dos vínculos! É importante, porém, reconhecer que o Deus do
Evangelho é um Deus pactual, Deus das alianças, que exige compromisso e deseja
nossa fidelidade plena, sem reservas.
Alguns nunca disseram: “Eu aceito, eu me
envolvo, eu entrego meu coração a Jesus e meu rendo ao convite de ser um
discípulo”. Se você ainda não assumiu compromisso porque ainda não aceita o
Evangelho é coerente e razoável que não deve assumir tal compromisso. Agora se
você já aceita, e por razões familiares, comodismo ou negligência tem negligenciado
ao adiado esta entrega incondicional, você ainda não tem a vida, porque não a
entregou a Jesus. Lembre-se do que Cristo afirmou: “Quem me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante do Pai que
está nos céus. Quem, porém, me negar diante dos homens, eu o negarei no último
dia”. Mt.10:32,33. O Deus da Bíblia
é um Deus do pacto, da aliança, do compromisso. Por isto a palavra afirma: “Hoje se ouvirdes a sua voz, não endureçais
o vosso coração…”
Conclusão:
A dura realidade é que aqueles que amam a
Jesus e se casam com descrentes, jamais terão a experiência da plenitude de um
casamento como Deus planejou. Nunca experimentarão a verdadeira intimidade se
estarem unidos nos vínculos do amor de Jesus. Verdadeiras alianças só podem ser
construídas debaixo do altar do Senhor.
Confie no Senhor, ande em obediência, e Deus
satisfará suas necessidades no Seu tempo e da Sua forma. Confie no Senhor de
todo o seu coração e não te estribes no teu próprio pensamento. Não se engane!
Quem verdadeiramente ama o Senhor, nunca vai comprometer sua história com
alguém que ama o mundo.
Ore sinceramente ao Senhor, pedindo-lhe para
que oriente seu coração para que ele não se afaste dos ensinamentos do Senhor.
Se você está pensando em se casar com uma pessoa descrente, ter um lar cristão,
temente a Deus e que busca seguir os mandamentos de Deus, criando filhos na
disciplina e temor do Senhor, como você espera alcançar estes objetivos se seus
desejos são tão distintos?
Creio que é isto que o
texto da Palavra de Deus está ensinando: “Que comunhão, da luz
com as trevas? Que harmonia, entre Cristo e o Maligno? Ou que união, do crente
com o incrédulo?”. Que
Deus possa abrir o seu coração e mente, na medida em que você, sinceramente,
busca fazer sua vontade.