Quando Jô Soares completou 50 anos, contou que depois das festividades e de um agradável encontro com amigos, voltou para casa com um senso de não sei que... Era uma espécie de vácuo existencial. Um amigo próximo já tinha percebido ainda na festa que Jô não estava muito lá à vontade, e em tom de brincadeira disse: “Não se preocupe, isto é crise da meia idade”. Ao chegar em casa, refletindo sobre este comentário afirmou: “Quantos homens de 100 anos eu conheço?”.
Além de geriatria e de herbiatria (Fique tranqüilo, o médico herbiatra não cuida de plantas, mas de adolescentes), fala-se hoje de “adultescência”, uma espécie de crise de adolescência na meia idade. São sentimentos que brotam no coração dos homens na idade do lobo, que depois de muitos sucessos ou fracassos, entram agora num período em que surge uma imensa necessidade de redefinir a vida, buscar sentido e propósito.
Independentemente da performance que cada um apresenta - Já que alguns ganham muito dinheiro, respeitabilidade, aclamação pública, enquanto outros enfrentam perdas, lutos, desempregos - Todos apresentam uma espécie de angústia, um sentimento difuso, de que estão perdendo a vida na tresloucada tentativa de encontrá-la. Este “turning point” é extremamente salutar, porque vai redefinir prioridades, alvos, objetivos e levá-los à busca de sua alma que facilmente se perde num mercado competitivo e na luta pela sobrevivência, aceitação e reconhecimento. Esta é a hora da verdade, do encontro consigo mesmo, tão grandemente negado, suprimido ou rejeitado. A pessoa descobre que só tem uma vida, e precisa redimensioná-la para que ela encontre sentido.
Quando perdemos amigos, enfrentamos crises, falências, ou lidamos com o luto e perda de pais ou o seu envelhecimento, fica no ar a necessidade de encontrar o eixo da vida. Descobrimos o valor da aguda afirmação de Jesus: “A vida de um homem não consiste na abundância de bens que ele possui”, e agora iniciamos de forma oculta inicialmente, o importante processo de encontrar o “significante”, ou, como afirmou Sartre, “Nenhum ponto finito tem sentido se não se relacionar com um ponto infinito”, passamos a suspeitar que o significado maior não está em nós, mas em Deus, no Eterno ou no Sobrenatural, ou em ambos, que afinal estamos falando da mesma coisa.
Temos aquele mesmo sentimento de Riobaldo, personagem central de Guimarães Rosa: “Eu quase que nada sei. Mas desconfio de muita coisa”, e este “desconfiar” do estilo que se vive, e da qualidade de vida que se tem, gera uma crise que nos torna mais humano, e ao mesmo tempo, mais divino. Descobrimos que só temos uma vida para viver, e que não podemos brincar com uma coisa tão séria quanto esta...
segunda-feira, 26 de julho de 2010
quinta-feira, 15 de julho de 2010
A Plenipotencialidade do Mal
O Filme “O Patriota”, estrelado por Mel Gibson, narra a história de um pacato fazendeiro que se recusou a tomar parte da guerra contra os ingleses no movimento de Independência americano. Sua atitude, porém, ocultava um homem extremamente violento que revela toda sua potencialidade para a violência assim que seu filho adolescente foi assassinado na frente de sua casa. Esta experiência acionou o botão de sua agressividade e toda sua fúria animal eclodiu em cenas tão dantescas que até seus filhos pequenos que o viram em ação, tiveram dificuldades de abraçá-lo aquela noite.
Descontadas as enormes diferenças entre um caso e outro, convém considerar o que detonou o pavio do “monstro subjacente”, na alma do simpático goleiro do time de maior torcida no Brasil, capitão do clube, e que era pretendido por grandes equipes européias, mas que infelizmente se envolveu num macabro e cruel assassinato de uma ex-amante.
Reações assim nos assustam porque revelam todo potencial de mal e ódio que o ser humano abriga em si. Um garoto pobre das periferias de Belo Horizonte, torna-se ídolo de um grande time brasileiro, com contrato mensal superior a R$ 200 mil reais (contrato este já rompido), e que, quando pressionado por uma mulher, não hesita em ser o mandante da execução da mesma de uma forma tão sinistra.
Teólogos, filósofos e pensadores discutem desde sempre, a dimensão maligna da alma humana. Seja o mal percebido como um princípio, uma força ou um dinamismo, o fato é que este instinto caminha de forma subjacente em nossa alma e pode ser acionado quando um mecanismo específico é acionado. Cada um possui seu ponto frágil.
Crianças sensíveis podem se brutalizar e desenvolver visões patológicas da vida e do mundo pela violência recebida. A agressividade acumulada pode transformar pessoas dóceis em seres cruéis. Os abusos sofridos na vida podem eclodir em relacionamentos conjugais. Mimosas mulheres podem apresentar graves atitudes narcisistas nos relacionamentos conjugais. Rapazes elegantes e educados podem trazer de forma sutil atitudes malignas por onde transita a trama do mal.
Mirolasv Wolf afirma: “Para que o mal se perpetue, são necessárias duas ações: (1)- Que o mal seja praticado; (2)- Que aquele que sofreu o mal resolva perpetuá-lo”.
É necessário, pois, interromper o ciclo do mal em algum ponto de nossa história. Foi esta atitude de Jesus que não desejou vingança, mas agiu com perdão com seus algozes. “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”. O princípio bíblico é eficaz no desmascaramento do mal: “Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem”.
Descontadas as enormes diferenças entre um caso e outro, convém considerar o que detonou o pavio do “monstro subjacente”, na alma do simpático goleiro do time de maior torcida no Brasil, capitão do clube, e que era pretendido por grandes equipes européias, mas que infelizmente se envolveu num macabro e cruel assassinato de uma ex-amante.
Reações assim nos assustam porque revelam todo potencial de mal e ódio que o ser humano abriga em si. Um garoto pobre das periferias de Belo Horizonte, torna-se ídolo de um grande time brasileiro, com contrato mensal superior a R$ 200 mil reais (contrato este já rompido), e que, quando pressionado por uma mulher, não hesita em ser o mandante da execução da mesma de uma forma tão sinistra.
Teólogos, filósofos e pensadores discutem desde sempre, a dimensão maligna da alma humana. Seja o mal percebido como um princípio, uma força ou um dinamismo, o fato é que este instinto caminha de forma subjacente em nossa alma e pode ser acionado quando um mecanismo específico é acionado. Cada um possui seu ponto frágil.
Crianças sensíveis podem se brutalizar e desenvolver visões patológicas da vida e do mundo pela violência recebida. A agressividade acumulada pode transformar pessoas dóceis em seres cruéis. Os abusos sofridos na vida podem eclodir em relacionamentos conjugais. Mimosas mulheres podem apresentar graves atitudes narcisistas nos relacionamentos conjugais. Rapazes elegantes e educados podem trazer de forma sutil atitudes malignas por onde transita a trama do mal.
Mirolasv Wolf afirma: “Para que o mal se perpetue, são necessárias duas ações: (1)- Que o mal seja praticado; (2)- Que aquele que sofreu o mal resolva perpetuá-lo”.
É necessário, pois, interromper o ciclo do mal em algum ponto de nossa história. Foi esta atitude de Jesus que não desejou vingança, mas agiu com perdão com seus algozes. “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”. O princípio bíblico é eficaz no desmascaramento do mal: “Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem”.
quarta-feira, 14 de julho de 2010
Entre quatro paredes
“Murmuravam em suas tendas e não acudiram à voz do Senhor” (Sl 106.24-25)
Casa é sempre relacionada à intimidade, interioridade e privacidade. Por isto existe a família de que se fala e a família que se vive. Nenhum lugar abriga tanta ambivalência quanto nossas casas. Ali experimentamos ternura, acolhimento, nutrição, proteção, mas é ali também que se constroem os mecanismos de acusação, neurose e culpa que são tão presentes na nossa enferma sociedade. As maiores dores e traumas da alma se constroem nas quatro paredes de nossa casa.
O Salmo 106 afirma que o povo de Israel havia desprezado a terra aprazível que Deus lhes prometera, a terra de Canaã, e “murmuravam em suas tendas e não acudiram à voz do Senhor”. Dentro de suas tendas permeava a ingratidão, o desprezo pela herança que Deus lhes dera da aprazível terra prometida, e não conseguiam acudir à voz do Senhor.
É muito importante prestar atenção àquilo que temos dito dentro de casa. Nossas almas se nutrem daquilo que vamos ensinando repetidamente no convívio familiar. “As más conversações corrompem os bons costumes” (1 Co 15.33). Aquilo que é dito de forma reiterada começa a fazer sentido para nossas mentes e emoções e assumem status de verdade.
Dentro de nossas “tendas” temos encorajado a fé em nossos filhos, ou enfraquecendo a relação deles com Deus? Amor à Deus, à igreja, fé, valores, princípios e cidadania são aprendidos de acordo com se repete e se reafirma nos espaços privativos de nossa casa. É entre quatro paredes que se constrói a cosmovisão, a gratidão ou a amargura. Por isto o livro de salmos censura o povo de Deus por causa da murmuração que era aprendida dentro das tendas.
O que estamos dizendo e afirmando em nossas casas? O que nossos filhos ouvem e quais comentários são feitos na intimidade de nosso lar que tem se tornado em modo de vida de nossos filhos? Conceitos como racismo, cidadania, respeito aos outros, educação, cuidado com o meio ambiente são sub produtos da educação sentida entre quatro paredes.
Construa na sua casa valores que edifiquem seus filhos e os aproxima de Deus. Ensine-os a amar sua igreja, fale bem dela; A desenvolverem uma fé com temor piedoso, e não de murmuração, como tantas vezes somos tentados a fazer. O povo de Israel “Murmurava em suas tendas”, e isto desagradou o coração do Senhor.
Casa é sempre relacionada à intimidade, interioridade e privacidade. Por isto existe a família de que se fala e a família que se vive. Nenhum lugar abriga tanta ambivalência quanto nossas casas. Ali experimentamos ternura, acolhimento, nutrição, proteção, mas é ali também que se constroem os mecanismos de acusação, neurose e culpa que são tão presentes na nossa enferma sociedade. As maiores dores e traumas da alma se constroem nas quatro paredes de nossa casa.
O Salmo 106 afirma que o povo de Israel havia desprezado a terra aprazível que Deus lhes prometera, a terra de Canaã, e “murmuravam em suas tendas e não acudiram à voz do Senhor”. Dentro de suas tendas permeava a ingratidão, o desprezo pela herança que Deus lhes dera da aprazível terra prometida, e não conseguiam acudir à voz do Senhor.
É muito importante prestar atenção àquilo que temos dito dentro de casa. Nossas almas se nutrem daquilo que vamos ensinando repetidamente no convívio familiar. “As más conversações corrompem os bons costumes” (1 Co 15.33). Aquilo que é dito de forma reiterada começa a fazer sentido para nossas mentes e emoções e assumem status de verdade.
Dentro de nossas “tendas” temos encorajado a fé em nossos filhos, ou enfraquecendo a relação deles com Deus? Amor à Deus, à igreja, fé, valores, princípios e cidadania são aprendidos de acordo com se repete e se reafirma nos espaços privativos de nossa casa. É entre quatro paredes que se constrói a cosmovisão, a gratidão ou a amargura. Por isto o livro de salmos censura o povo de Deus por causa da murmuração que era aprendida dentro das tendas.
O que estamos dizendo e afirmando em nossas casas? O que nossos filhos ouvem e quais comentários são feitos na intimidade de nosso lar que tem se tornado em modo de vida de nossos filhos? Conceitos como racismo, cidadania, respeito aos outros, educação, cuidado com o meio ambiente são sub produtos da educação sentida entre quatro paredes.
Construa na sua casa valores que edifiquem seus filhos e os aproxima de Deus. Ensine-os a amar sua igreja, fale bem dela; A desenvolverem uma fé com temor piedoso, e não de murmuração, como tantas vezes somos tentados a fazer. O povo de Israel “Murmurava em suas tendas”, e isto desagradou o coração do Senhor.
terça-feira, 6 de julho de 2010
tá dificil amar...ame mesmo assim...
Esta tambem nao é minha, mas tive acesso à traducao deste texto muito tempo atrás, vale a pena pensar porque devemos amar...
As pessoas são irracionais, ilógicas e egocêntricas,
ame-as, mesmo assim.
Se fizer o bem, as pessoas vão acusá-lo de interesseiro.
Faça o bem, mesmo assim.
Se fizer sucesso, terá falsos amigos e inimigos de verdade.
Seja honesto e sincero, mesmo assim.
Honestidade e franqueza vão torná-lo vulnerável.
Seja honesto e franco, mesmo assim.
O bem que fizer hoje será esquecido amanhã.
Faça o bem, mesmo assim.
As melhores pessoas, com as melhores idéias podem
ser derrubadas pelas piores pessoas de mais ínfima
mentalidade. Tenha grandes idéias, mesmo assim.
As pessoas torcem pelos mais fracos mas seguem os mais
fortes. Lute pelos mais fracos, mesmo assim.
O que você passa anos construindo pode ser destruído em
um dia. Construa, mesmo assim.
Dê ao mundo o melhor de si mesmo e será esbofeteado.
Dê ao mundo o melhor de si, mesmo assim.
Autor desconhecido.
As pessoas são irracionais, ilógicas e egocêntricas,
ame-as, mesmo assim.
Se fizer o bem, as pessoas vão acusá-lo de interesseiro.
Faça o bem, mesmo assim.
Se fizer sucesso, terá falsos amigos e inimigos de verdade.
Seja honesto e sincero, mesmo assim.
Honestidade e franqueza vão torná-lo vulnerável.
Seja honesto e franco, mesmo assim.
O bem que fizer hoje será esquecido amanhã.
Faça o bem, mesmo assim.
As melhores pessoas, com as melhores idéias podem
ser derrubadas pelas piores pessoas de mais ínfima
mentalidade. Tenha grandes idéias, mesmo assim.
As pessoas torcem pelos mais fracos mas seguem os mais
fortes. Lute pelos mais fracos, mesmo assim.
O que você passa anos construindo pode ser destruído em
um dia. Construa, mesmo assim.
Dê ao mundo o melhor de si mesmo e será esbofeteado.
Dê ao mundo o melhor de si, mesmo assim.
Autor desconhecido.
domingo, 4 de julho de 2010
A Eterna Juventude
Tem se tornado rotineiro o número de artigos que discutem a questão da longevidade humana. Especialistas admitem que com inovações na bioquímica e novas descobertas na genética o ser humano poderia ter uma sobrevida significativa. Alguns chegam a afirmar que com um pouco mais de pesquisa poderemos chegar facilmente aos 120 anos.
A revista seleções trouxe uma curiosa aposta que já foi feita entre dois amigos: O gerontologista Steven Austad e seu amigo, o demógrafo S. Jay Olshansky. Austad acredita que a primeira pessoa que vai chegar aos 150 anos já nasceu e apostou que haverá pelo menos uma pessoa com esta cidade no ano 2150. Cada um deles depositou 150 dólares num banco, e com os juros imaginam que os herdeiros do vencedor ganharão milhões.
Várias formas de prolongar a vida humana têm sido discutidas. Uma delas é a implantação de chips cerebrais, que poderia estimular partes do cérebro por meio de eletricidade, suprimindo sintomas da doença do Parkinson e outros distúrbios neuronais com enormes efeitos sobre doenças degenerativas. Outra seria o uso de estruturas esféricas chamadas de nanoesferas que poderiam combater tumores em sua fase de crescimento. O conhecimento do genoma humana que revela a seqüência exata de nosso DNA seria outra fonte de curas, pois munidos desta informação teríamos maior controle sobre nossa saúde. O uso de suplementos poderia supostamente também impedir o envelhecimento de nosso corpo. Muitas hipóteses são levantadas, todas dando a entender que realmente poderemos viver bem mais que temos vivido atualmente.
A pergunta que fica no ar é se isto de fato é relevante. Viver muito deve ser o alvo de nossa vida? Que tipo de vida podemos esperar se vivermos tanto? Ontologicamente seria de fato o tipo de vida que queremos para nós?
Jesus viveu apenas 33 anos, e sua vida foi repleta de significado. Viver mais não significa grande vantagem em si se a qualidade desta vida for miserável e sem sentido. Por isto Camus, no seu livro o mito de Sísifo afirma que o suicídio seria uma hipótese razoável, algo a ser considerado. Se analisarmos a vida dentro da proposta do referido autor, o suicídio parece fazer sentido.
Muitas pessoas andam com uma grande questão na alma: Onde está a vida que perdi tentando encontrá-la? Jesus parecia entender este dilema humano ao afirmar que o diabo viria apenas para roubar e matar, mas ele para dar vida e vida em abundância. Viver longamente pode ser um grande peso em si mesmo se esta vida não tiver valor e objetividade, se não encontrarmos significado naquilo que fazemos.
Shakespeare coloca as seguintes palavras na boca de Macbeth, um rei que chega ao trono através de vários crimes: “a vida é uma fábula contada por um idiota, cheia de barulho e fúria, nada significando”. Não adianta apenas o esforço em ajudar as pessoas a atingir uma idade avançada se não conseguirmos ensiná-las a viver harmonicamente, desfrutar alegria interior, e se as pessoas encontram-se cada vez mais vazias e disfuncionais. “A realidade radical é a nossa vida e a vida é o que nós fazemos e o que nos acontece. Viver é tratar com o mundo, dirigir-se a ele, atuar nele, ocupar-se dele” (Ortega Y Gasset). Viver é antes de tudo, encontrar significado na existência e na nossa relação com o Pai celeste.
A revista seleções trouxe uma curiosa aposta que já foi feita entre dois amigos: O gerontologista Steven Austad e seu amigo, o demógrafo S. Jay Olshansky. Austad acredita que a primeira pessoa que vai chegar aos 150 anos já nasceu e apostou que haverá pelo menos uma pessoa com esta cidade no ano 2150. Cada um deles depositou 150 dólares num banco, e com os juros imaginam que os herdeiros do vencedor ganharão milhões.
Várias formas de prolongar a vida humana têm sido discutidas. Uma delas é a implantação de chips cerebrais, que poderia estimular partes do cérebro por meio de eletricidade, suprimindo sintomas da doença do Parkinson e outros distúrbios neuronais com enormes efeitos sobre doenças degenerativas. Outra seria o uso de estruturas esféricas chamadas de nanoesferas que poderiam combater tumores em sua fase de crescimento. O conhecimento do genoma humana que revela a seqüência exata de nosso DNA seria outra fonte de curas, pois munidos desta informação teríamos maior controle sobre nossa saúde. O uso de suplementos poderia supostamente também impedir o envelhecimento de nosso corpo. Muitas hipóteses são levantadas, todas dando a entender que realmente poderemos viver bem mais que temos vivido atualmente.
A pergunta que fica no ar é se isto de fato é relevante. Viver muito deve ser o alvo de nossa vida? Que tipo de vida podemos esperar se vivermos tanto? Ontologicamente seria de fato o tipo de vida que queremos para nós?
Jesus viveu apenas 33 anos, e sua vida foi repleta de significado. Viver mais não significa grande vantagem em si se a qualidade desta vida for miserável e sem sentido. Por isto Camus, no seu livro o mito de Sísifo afirma que o suicídio seria uma hipótese razoável, algo a ser considerado. Se analisarmos a vida dentro da proposta do referido autor, o suicídio parece fazer sentido.
Muitas pessoas andam com uma grande questão na alma: Onde está a vida que perdi tentando encontrá-la? Jesus parecia entender este dilema humano ao afirmar que o diabo viria apenas para roubar e matar, mas ele para dar vida e vida em abundância. Viver longamente pode ser um grande peso em si mesmo se esta vida não tiver valor e objetividade, se não encontrarmos significado naquilo que fazemos.
Shakespeare coloca as seguintes palavras na boca de Macbeth, um rei que chega ao trono através de vários crimes: “a vida é uma fábula contada por um idiota, cheia de barulho e fúria, nada significando”. Não adianta apenas o esforço em ajudar as pessoas a atingir uma idade avançada se não conseguirmos ensiná-las a viver harmonicamente, desfrutar alegria interior, e se as pessoas encontram-se cada vez mais vazias e disfuncionais. “A realidade radical é a nossa vida e a vida é o que nós fazemos e o que nos acontece. Viver é tratar com o mundo, dirigir-se a ele, atuar nele, ocupar-se dele” (Ortega Y Gasset). Viver é antes de tudo, encontrar significado na existência e na nossa relação com o Pai celeste.
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