No Himalaia, segundo o testemunho do famoso místico Sadu Sundar Singh, há um lugar que existem lindas flores, mas quem se demorar na região onde elas vicejam e lhes aspirar o perfume dormirá fatalmente e poderá até morrer. Para evitar que isto aconteça, os homens do lugar, quando querem atravessar a região o fazem cheirando outra erva cujo perfume anula o poder narcotizante daquelas traiçoeiras flores. Pensava-se a principio que elas fossem venenosas. Verificou-se, depois, que não é esse o caso. As pessoas que elas fazem adormecer não morrem propriamente pela ação de algum tóxico, mas sim porque o sono que elas provocam dura um período longo, causando torpor, e a vitima pode morrer pelo ataque de um animal ou pelo frio da região.
De inicio, pensara que Singh não se referia a um fato real, mas seria uma parábola criada pela imaginação do autor, verificou-se, porem, que este não era o caso. O autor de uma das suas biografias afirma que um coolie permaneceu adormecido durante nove dias, depois de ter experimentado o perfume daquelas flores. Trata-se de um sugestivo simbolismo.
O ensino que o próprio Singh tira deste fenômeno natural é impressionante: há muitas coisas boas no mundo que em si mesmas, não são um mal, mas adormecem as forças espirituais que levam o homem a buscar a comunhão de Deus, sem a qual a morte faltamente se verifica; mas, assim como os naturais da Índia encontraram outra flor cujo perfume os impede de cair no sono mortal, assim o homem de Deus busca na comunhão com o Pai o elemento que neutraliza a influencia deletéria que as atrações do mundo.
Por isto a Palavra de Deus afirma: “Vai alta a noite, e vem chegando o dia. Deixemos, pois, as obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz” (Rm 13.12). Os encantos e perfumes do mundo podem facilmente entorpecer nossa alma e nossa vitalidade espiritual. Muitos estão dormindo nestes dias, ignorando o tempo que vem. Dormem o sono da indolência, do descompromisso, da falta de vigilância e oração. Vivem o sono do pecado, do distanciamento de Deus e das suas obras, dormem numa vida de preguiça espiritual. O texto nos exorta a estarmos alertas. Facilmente nos tornamos sonolentos na prática do bem. Somos uma geração saturada por entretenimentos e facilmente nos esquecemos da grande expectativa que precisamos ter com a volta de Jesus.
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