Recentemente me chegou às mãos um interessante livro sobre educação financeira: “Pai rico, pai pobre”. O autor defende a idéia de que a maioria das pessoas não possui capacidade de ganhar dinheiro porque não tem uma mente educada para isto, e então sugere que as escolas tenham uma matéria chamada “educação financeira”, onde as crianças aprenderiam desde cedo a entender a lógica do sistema, a viver dentro de um orçamento e fazer projetos nesta área.
No início dos anos 70, Harvey Cox falava de uma “teologia da política”. Ele entendia que era importante discutir e orientar as pessoas para que pudessem se envolver no processo da construção de uma sociedade. Por isto estou proponho uma nova matéria nas escolas: A Educação Política.
Obviamente muitos irão questionar a validade da proposta. Uma das grandes dificuldades seria encontrar professores habilitados para educar as próximas gerações, mas certamente temos que começar de algum ponto, e este é um momento mais que apropriado para esta discussão, considerando a falta de capacidade crítica que nos cerca.
Por causa dos constantes escândalos e abusos do poder, a tentativa imediata de muitos é o abandono do compromisso democrático. Até mesmo gente bem preparada academicamente está pensando em votar nulo ou branco. Isto mostra quão pouco entendemos política.
O mundo político tem sido demonizado por determinados setores, como se a única coisa que pudesse sobreviver neste pântano fossem as cobras e grandes crocodilos. A ausência de uma consciência política impede a reflexão e a articulação madura sobre as questões públicas e sociais.
A participação política do ser humano tem um papel pedagógico, e o capacita a sair da situação de mero expectador da história, levando-o a superar o seu processo de alienação e a assumir plenamente sua politicidade. É também uma ferramenta apropriada para a crítica e a elaboração de leis que beneficiem a comunidade como um todo, não apenas certos setores socialmente privilegiados. Ajudaria ainda a exercer não apenas um papel de denúncia, mas a buscar soluções práticas e efetivas.
O pessimismo, o cinismo, a falta de esperança são fatores que conspiram contra a mobilização social. Samuel Escobar afirma: “no passado nos disseram para não nos preocuparmos em mudar a sociedade, porque precisamos mesmo é mudar os homens. Homens novos mudarão a sociedade. Mas quando os homens novos começam a se interessar em mudar a sociedade são avisados para não se preocuparem, que o mundo sempre foi mau, que esperamos novos céus e nova terra”.
O Evangelista Charles Finney afirmou: “impedem-se os reavivamentos quando igrejas assumem posições erradas com respeito aos direitos humanos”. Uma Educação política, seria portanto, de enorme valia para a futuras gerações.
A educação política poderia ser de enorme valia para corrigir não apenas a deformação metodológica de extremistas do MST, de políticos oportunistas da direita, de malandragens de políticos fisiologistas, mas abriria a mente das futuras gerações para aprender a julgar e a interpretar melhor os eventos históricos do presente.
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