domingo, 1 de março de 2020

Correr Atrás do Vento

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É certo que você já ouviu alguém usar a expressão correr atrás do vento”, primeiramente usada emEclesiastes, onde aparece nove vezes. A obra foi escrita há mais de três mil anos e trata-se do primeiro livro existencialista da história. Seu autor foi Salomão, que ao observar a própria vida e tudo o que conquistara sentiu que não fizera mais que, literalmente, correr atrás do vento. E olha que Salomão fez muita coisa...

 Ele tinha vivido tudo no superlativo: poder demais, sabedoria demais, fama demais, riqueza demais e mulheres demais. No final, descobriu que o saber excessivo é enfado na carne (Ec 12.12)o há limites para fazer livros e o muito estudar é enfado da carne.Concluiu que poder em excesso é poderosamente corruptor, que fama demais não traz sentido e que riqueza demais produz incontáveis preocupações (Ec 5.10):  "Quem ama o dinheiro jamais terá o suficiente; quem ama as riquezas jamais ficará satisfeito com os seus rendimentos." Outra conclusão: mulheres demais criam problemas em excesso e ele afirmou ter perdido a credibilidade nas mulheres (Ec 7.28). “Juízo que ainda procuro e não achei, entre muitas mulheres, não achei sequer uma. Na verdade, o problema não estava nas mulheres, mas na forma como ele mesmo desvalorizou a figura feminina.

 Atualmentecorremos o mesmo risco de viver em um ciclo, onde nascemos, crescemos, estudamos, “ficamos bobos e nos casamos”, ganhamos dinheiro, trabalhamos, aposentamos e morremos. Se nesse ciclo não houver propósito, sentido e significado, chegaremos à conclusão de que “tudo é vaidade e correr atrás do vento.”

 Facilmente nos distraímos com o vento, com a vida sem consistência. Corremos atrás das propagandas midiáticas, das realizações pessoais e fazemos issa vida inteira. Ao final nós nos encontramos sempre de mente, alma e mãos vazias. Somos consumidos pelo vento. Infelizmente, por corrermos de forma irrefletida, deixamos hábitos e relacionamentos importantes para trás e assim nos esquecemos de cuidar da saúde do nosso corpo, alma e espírito.

 É fácil viver assim, fazendo mil coisas ao mesmo tempo, correndo até chegar ao limite da força física, mental e espiritual. É por isso que precisamos avaliar nossas prioridades. Eventualmente temos de renunciar a algumas coisas para encontrar o equilíbrio, a serenidade e a paz.

O resultado do vazio de Salomão foi a angústia e o hedonismo. Ele se entregou a uma vida sem compromisso e valor, tornando-se epicurista (Ec 5:18): "Assim, descobri que o melhor e o que vale a pena é comer, beber e desfrutar o resultado de todo o esforço que se faz debaixo do sol durante os poucos dias de vida que Deus dá ao homem, pois essa é a sua recompensa." 

No final de sua autobiografia, Salomão fez a seguinte síntese (Ec 12.13): "Em meio a tantos sonhos, absurdos e conversas inúteis, a síntese de tudo é: tema a Deus, e guarda os seus mandamentos, porque isto é dever de todo homem."

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