Não é muito raro nos depararmos com um inadequado sentimento de impotência, inadequação e incapacidade de fazer aquilo que é necessário. Depois de passar por um burn-out, o conferencista Wayne Cordeiro recebeu a recomendação do seu médico para interromper todas as suas atividades por três meses. A lógica médica é a de que quando o organismo entra em colapso, após um forte stress, ele precisa de um tempo para reequilibrar a energia.
O que aconteceria conosco se o médico recomendasse que parássemos tudo por três meses? A não ser que você seja um funcionário, isto seria impossível.
Entretanto, a exaustão faz a produtividade cair vertiginosamente e um forte senso de ansiedade e angústia passa a nos dominar. Com isto vem a culpa, as cobranças, as pessoas esperam respostas e possuem certa expectativa em relação a atenção, processos, atividades, e por não conseguirmos corresponder aos anseios dos outros, nos sentimos ainda pior e a exaustão se torna mais evidente.
O sentimento de fuga passa a ocupar um lugar dominante. Consideramos a possibilidade de encontrar um lugar onde não haja pressão, sonhamos com uma ilha deserta, um rancho na beira do Araguaia, onde não tenhamos que trabalhar tanto para pagar impostos. Recentemente li uma estatística interessante: Cerca de 2 milhões de pessoas nos EUA, já optaram por morar em lugares remotos. Eles vendem suas casas, largam seus empregos e mudam para regiões inóspitas procurando viver o mais isolado possível. É a busca de um lugar sem ansiedade e cobrança, um lugar sem aborrecimentos e ansiedade.
Não é difícil que isto aconteça conosco. Este desejo não é de todo ruim. O problema é a intensidade com que estes desejos surgem, eventualmente se tornando obsessivos. Infelizmente muitas vezes tentamos fugir de um inimigo que não conhecemos, mas não conseguimos fugir de nós mesmos, como diz certo adágio: “mudamos de ar, mas não mudamos de mente”. Uma música popular brasileira diz: “Eu quero ficar só, mas sozinho comigo eu não consigo”.
Que remédio podemos encontrar para esta exaustão? Em geral ela é resultado, não das pressões das pessoas, mas da falta de equilíbrio na nossa mente. O nosso corpo não admite abusos e excessos, apesar de ser uma máquina fantástica. Quando ocorre uma descompensação ou desequilíbrio, ele sofre fadiga e desgaste. Em geral, isto se dá porque a nossa mente, espiritualidade, emoções, não estão ajustadas. Muitas vezes tratamos melhor nossos carros, damos mais manutenção às máquinas, do que à nossa alma, mente e corpo. Exaustão é resultado do excesso. Em algum momento, precisamos parar e colocar a máquina em equilíbrio. Isto é homeostase. Perder ou desprezar qualquer dimensão da nossa humanidade, seja em relação à fé, à saúde, relacionamentos ou emoções, pode trazer resultados trágicos.
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