quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Distopia


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Um novo gênero de programa de entretenimento tem se tornado quase que virótico nas mídias sociais e no cinema: trata-se da distopia.

Distopia na verdade é a anti-utopia, segundo a Wikipédia, trata-se uma representação ou descrição ficcional de uma organização social cujo valor representa a antítese da utopia ou promove a vivência em uma "utopia negativa". O termo também pode referir-se a um lugar ou estado imaginário em que se vive sob condições de extrema opressão, desespero ou privação. As distopias são geralmente caracterizadas pelo totalitarismo e pelo controle opressivo sobre toda a sociedade. A tecnologia é usada como ferramenta de controle, seja por parte do estado, das instituições ou corporações.

As distopias são frequentemente criadas para denunciar as atuais convenções sociais e limites extrapolados ao máximo. Nesse aspecto, distopias diferem fundamentalmente das utopias, que são sistemas sociais idealizados e sem raízes na sociedade atual, figurando em outra época ou tempo ou após uma grande descontinuidade histórica. Na literatura, famosas distopias foram concebidas por George Orwell (1903-1950) e Aldous Huxley (1894-1963).

As distopias ficcionais possuem algumas características comuns:

1.   Oferecem crítica social e apresentam as simpatias políticas do autor.
2.   Exploram a estupidez coletiva.
3.   O poder é mantido por uma elite.
4.   O Discurso pessimista, raramente "flertando" com a esperança.
5.   Violência banalizada e generalizada.

No mundo moderno, o caminho está aberto para distopias tecnológicas como Black Mirror. A ideia jamais perde o apelo: afinal, como o próprio título da série indica, distopias são espelhos negros, versões corrompidas de futuros que batem na nossa porta. Difícil é não se identificar. E os exemplos seguem em obras como 3%, a série 100 da Netflix, Jogos Vorazes e Maze Runner.

Por que este gênero literário tem se tornado tão atrativo? Ele resulta da falta de esperança desta geração com o futuro. A Primeira e a Segunda Guerra Mundial, e a ascensão de regimes fascistas e comunistas parecem apontar para o pessimismo de que não há realmente futuro para a sociedade humana, o caos se segue à qualquer esperança, ninguém pode apostar no futuro.

A ausência de esperança, porém, tira a perspectiva, os sonhos, as utopias, e lançam a sociedade na competição perigosa e na luta apenas pela sobrevivência, a ética é minimizada, a falta de fé em uma intervenção sobrenatural é desprezada, família perde o sentido, suicídios e abortos se tornam comuns, afinal, como viver sem esperança? 

Jesus entendia muito bem disto, pois ao observar a preocupação dos seus discípulos quanto ao futuro sombrio afirmou: “Não se turbe o vosso coração, crede em Deus, crede também em mim; na casa do meu Pai há muitas moradas”. A esperança é um bálsamo para a alma cansada.

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