Um
novo gênero de programa de entretenimento tem se tornado quase que virótico nas
mídias sociais e no cinema: trata-se da distopia.
Distopia na
verdade é a anti-utopia, segundo a Wikipédia, trata-se uma representação ou
descrição ficcional de uma organização social cujo valor representa a antítese
da utopia ou promove a vivência em uma "utopia negativa". O
termo também pode referir-se a um lugar ou estado imaginário em que se
vive sob condições de extrema opressão, desespero ou privação. As distopias são
geralmente caracterizadas pelo totalitarismo e pelo controle opressivo sobre
toda a sociedade. A tecnologia é usada como ferramenta de controle, seja por
parte do estado, das instituições ou corporações.
As
distopias são frequentemente criadas para denunciar as atuais convenções
sociais e limites extrapolados ao máximo. Nesse aspecto, distopias diferem
fundamentalmente das utopias, que são sistemas sociais idealizados e sem raízes
na sociedade atual, figurando em outra época ou tempo ou após uma grande
descontinuidade histórica. Na literatura, famosas distopias foram concebidas
por George Orwell (1903-1950) e Aldous Huxley (1894-1963).
As
distopias ficcionais possuem algumas características comuns:
1.
Oferecem
crítica social e apresentam as simpatias políticas do autor.
2.
Exploram
a estupidez coletiva.
3.
O
poder é mantido por uma elite.
4.
O
Discurso pessimista, raramente "flertando" com a esperança.
5.
Violência
banalizada e generalizada.
No
mundo moderno, o caminho está aberto para distopias tecnológicas como Black Mirror. A ideia jamais perde o
apelo: afinal, como o próprio título da série indica, distopias são espelhos
negros, versões corrompidas de futuros que batem na nossa porta. Difícil é não
se identificar. E os exemplos seguem em obras como 3%, a série 100 da
Netflix, Jogos Vorazes e Maze Runner.
Por
que este gênero literário tem se tornado tão atrativo? Ele resulta da falta de esperança
desta geração com o futuro. A Primeira e a Segunda Guerra Mundial, e a ascensão
de regimes fascistas e comunistas parecem apontar para o
pessimismo de que não há realmente futuro para a sociedade humana, o caos se
segue à qualquer esperança, ninguém pode apostar no futuro.
A
ausência de esperança, porém, tira a perspectiva, os sonhos, as utopias, e
lançam a sociedade na competição perigosa e na luta apenas pela sobrevivência,
a ética é minimizada, a falta de fé em uma intervenção sobrenatural é
desprezada, família perde o sentido, suicídios e abortos se tornam comuns,
afinal, como viver sem esperança?
Jesus entendia muito bem disto, pois ao
observar a preocupação dos seus discípulos quanto ao futuro sombrio afirmou: “Não
se turbe o vosso coração, crede em Deus, crede também em mim; na casa do meu
Pai há muitas moradas”. A esperança é um bálsamo para a alma cansada.
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