Recentemente me surpreendi ao
retornar para casa, andando pelas mesmas esquinas, ao perceber detalhes e
ângulos das mesmas ruas, casas e árvores pelas quais estou passando
rotineiramente. Não fiz nenhum esforço para isto, simplesmente aconteceu e foi
maravilhoso enxergar o mesmo caminho, “a mesma praça, o mesmo banco, as mesmas
flores e o mesmo jardim” de forma diferente. Nada era novo no cenário, mas algo
interessante estava acontecendo na minha percepção.
Diante disto, comecei de forma
intencional descobrir novos ângulos no mesmo caminho. Velhas e conhecidas casas
possuíam detalhes que agora se entremeavam e se confundiam com novas imagens.
Foi uma aventura poética, e de lá para cá, tenho buscado encontrar novos
ângulos em cenários antigos.
Comparei a leveza de tal experiência
com a própria vida.
Talvez o fato de estarmos sempre
fazendo as mesmas leituras e enxergando as coisas da mesma forma, seja a causa
de tanta ansiedade, angústia, desânimo e medo. O nosso “software” mental é o
mesmo de muitos anos de frustração, somos incapazes de ver como a vida é
dinâmica. Vemos apenas o velho, repetitivo e monótono sinal, carregado de
antigas imagens, eventuais más recordações e tóxicas lembranças de fatos e
pessoas.
Precisamos de uma nova programação. É
urgente a necessidade de novas lentes para se ver a vida por outros ângulos,
criando novos cenários, imagens e perspectivas.
Esta semana, celebra-se timidamente
no Brasil o Dia Nacional de Ações de Graças. O que a gratidão faz? Ela muda a
leitura, como bem afirmou Norman Vincent Peale: “Ser agradecido faz todas as
coisas melhores”, ou ainda “gratidão é o amor contemplando o passado” (Moacir
Bastos).
Podemos colocar a visão na amargura,
descontentamento, ódio, frustração e ira, ou podemos criar novos ângulos nesta
lente ótica e enxergar a história com esperança, sonhos e gratidão.
Em qual rua queremos andar?
Na estrada do ressentimento que traz
desespero e morte, ou na rua da gratidão, onde podemos encontrar alegria e
vida?
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