No Brasil, oito em cada dez (79%) habitantes se dizem pessoas religiosas. Os que não se consideram religiosos somam 16% da população brasileira e outros 2% afirmam ser ateus. A proporção de pessoas que se consideram religiosas coloca o Brasil acima da média global, que é de 63%. Em contrapartida, os que não se consideram religiosos somam 22% da população mundial e 11% afirmam ser ateus.
Apesar de 98% afirmarem crer em Deus, as concepções sobre a divindade variam tremendamente de uma pessoa para outra. Certa vez uma pessoa me falou com tanta ira de Deus e o descreveu de forma tão negativa que ao final afirmei que o deus dela era minha concepcão sobre o diabo.
Por outro lado, muitos veem Deus como uma extensão e projeção de si mesmos. Afirmam que Deus é aquilo que queremos. Bem... vamos devagar. O Deus judaico-cristão não é aquilo que julgo ser, mas é aquilo que Ele é. Quando Deus se encontrou com Moisés no deserto de Padã-Arã, este lhe perguntou: “Qual é o seu nome?”, e Deus lhe respondeu dialeticamente: “Eu Sou o que Sou!”, não permitindo que alguém o nomeasse ou o manipulasse. “Eu Sou!” é o nome mais sagrado de Deus na Bíblia, também traduzido pobremente em português por Javé, Jeová ou Iahweh.
Muitos concebem Deus como um velho ancião, que não entende ou não gosta muito deste mundo moderno, alguém antiquado e inadequado para os dias atuais. Para estes, os dias áureos de Deus já foram há muito tempo atrás, e ele, coitadinho, não se ajustou nem se atualizou à pós modernidade.
“Para a maioria, Deus é um velhinho bastante amoroso, cordial, afável, levemente entorpecido e necessário, que deseja, mas não faz exigências, e pode ser ignorado sem consequências se você não tem muito tempo para ele; é muito compreensivo do fato de que seres humanos cometem erros – muito mais compreensível do que nós somos” (Greg Gilbert).
Afinal, quem é Deus? Antes de mais nada, ele se apresenta como Criador. Não somos o resultado de mudanças aleatórias e mutações genéticas, de recombinação de genes e acidentes cromossômicos. Somos criados! Deus não é o resultado de minha criação. O Deus que o homem criou à sua imagem e semelhança, é chamado na Bíblia de ídolo. Eles nada valem. Por isto ninguém deve se curvar diante de representações divinas. Este é o segundo mandamento.
Sendo ele o criador, cada um de nós é o resultado de seu plano de ação e responsabilidade. Isto dá significado e é o oposto do niilismo, do nada. A vida passa a fazer sentido quando nos percebemos seres criados com propósito e intencionalidade, não um mero ajuntamento de prótons e nêutrons.
Os homens se parecem com seus deuses. Um deus passivo, neutro, condescendente com o mal, pusilânime que a sociedade insiste como conceito de divindade é pobre, e se distancia significativamente do Deus que nos é revelado nas Escrituras Sagradas.
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