sábado, 7 de janeiro de 2017

Desapego




Uma das palavras de ordem do tempo presente é “desapego”. Trata-se da necessidade de não se prender a coisas que já foram necessárias, mas que no momento só ocupam espaço. Pesquisadores, estudiosos e até mesmo o presidente da Ikea, que é uma das lojas mais incríveis de venda de tudo quanto é útil e inútil, de essenciais e supérfluos, veio a público recentemente criticar a atitude de pessoas que compram muitas coisas que nunca usarão.

Milton Jung, um dos comentaristas da rede CBN de notícias, afirmou recentemente que resolveu limpar os armários e gavetas de sua casa e para seu espanto descobriu que encontrou, nada menos, que trinta fones de ouvido. Aproveitou para perguntar aos seus colegas, o que eles tirariam de sua casa para entrar na onda do desapego, e as respostas foram as mais variadas, desde camisas, roupas, fitas de VHS, filmes, móveis, quadros e livros. E você, o que tiraria?

A tendência minimalista e a cultura do desapego, tem chega à conclusão que ter menos pode significar ter mais, e pode ajudar até mesmo na felicidade humana. Pessoas acumuladoras tendem a ser mais egoístas, narcisistas e depressivas que as pessoas que aprendem a repartir e desapegar.

Infelizmente, muitas pessoas tem assumido a postura de, não havendo espaço na casa ou no apartamento, fazer closets maiores ou, até mesmo, guardar objetos não utilizáveis num depósito, pagando alugueis e esperando que, em algum momento, venham a utilizar seus pertences. O resultado geralmente é mais traça, cupim, acúmulo de coisas e mais despesas. Determinados objetos já foram ou até podem ser importantes  no momento, mas eventualmente nunca mais serão usadas.

No extremo de reter, existe uma doença psiquiatricamente analisada que é característica dos acumuladores, que guardam objetos, souvenirs, lembranças e até tranqueiras, entulhando suas casas, mas não são capazes de doar ou abrir mão de absolutamente nada. Esta incapacidade de se livrar, só serve mesmo para gerar mais ansiedade, tensão e preocupação.

Experts sugerem que se temos tendência a tais atitudes, é importante tomar algumas precauções: primeiramente, não compre aquilo que não é essencial; segundo, se já tem demais, aprenda a dividir; terceiro, não construa mais armários, para ter mais espaço. Você não precisa de mais, mas é fundamental simplificar seu estilo de vida; quarto, aprenda que doar é uma benção para quem recebe, mas uma benção para quem dá. Hans Burke afirma: “Mais da mesma coisa nos leva para o mesmo lugar”. Quinto, cuidado com o auto-engano: acumuladores nunca acham que tem demais. Amigos ou cônjuges, podem ajudar a superar este perigoso ciclo de acúmulos.

Quando Rockefeller se tornou o homem mais rico do planeta, um jornalista lhe perguntou quanto de dinheiro a mais ele queria. Sua resposta é clássica: “ Só um pouquinho a mais”. 

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