quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Não Se Esqueça!



Trata-se de grande sabedoria aprender a lidar com os obstáculos de hoje, recordando as bençãos de ontem. Portanto, use a vitória de ontem, para ser bem sucedido hoje. Experiências passadas devem servir para nos inspirar quanto ao futuro, e para evitar que repitamos os erros anteriores. Aprenda com suas memórias! Lembre-se da intervenção sobrenatural de Deus de outrora para vencer os problemas recentes.

Foi isto que fez Davi ao enfrentar o gigante Golias: “O Senhor me livrou das garras do leão e do urso; ele me livrará das mãos deste filisteu” (1 Sm 17.37). Para vencer ele se lembrou do que já havia experimentado. É possível enfrentar gigantes quando o fundamento da vida é a compreensão de que o mesmo Deus que agiu no passado está presente hoje. Davi se recordou de que o Senhor já o havia livrado de duas grandes ameaças, provendo libertação, e iria livrá-lo novamente. Sua memória era aliada, não inimiga.

Você tem alguma experiência com Deus? Ela faz sentido hoje? Traga-a à sua memória para ser conduzido por esperança e não consumido por medo e ansiedade. Quando Jesus veio andando sobre as águas no meio da tempestade, os discípulos ficaram aterrados achando que era um fantasma. Isto aconteceu “porque não haviam compreendido o milagre dos pães; antes, o seu coração estava endurecido” (Mc 6.53). A experiência anterior com Jesus, não lhes serviu de nada no momento de angústia, porque seus corações endurecidos, não eram capazes de evocar o poder de Deus que já haviam provado.

Não deixe que a experiência se perca no arquivo da memória. A Bíblia, didaticamente, sempre usa o recurso de evocar as intervenções do passado, para superar as lutas do presente. Você se lembra de como Deus agiu na sua vida? Como interviu de forma soberana e especial? Lembre-se disto para fortalecer o seu coração no presente. Foi isto que Jesus falou quando entrou no barco com para estar com os discípulos: “Porventura não vos lembrais”? (Mc 8.18)

Max Lucado conta o seguinte episódio, que serve para ilustrar.

“Há alguns anos atrás quando eu estava levando a minha filhinha Andrea para a escola, ela notou que eu estava nervoso. -“Por que você está tão calado, pai?” Eu disse a ela que estava preocupado com o prazo de entrega de um livro.

Ela me perguntou -“Você não já escreveu outros livros?“ 
- “Sim” eu respondi. 
-“Quantos?” 

Naquele momento a resposta era quinze. 

Ela respondeu: 
-“Já perdeu algum prazo antes?” 
-“Não” eu disse. 
-“Então Deus já te ajudou quinze vezes?” 
-“Sim” eu estremeci. 

Ela estava soando como a mãe. Ela continuou o raciocínio 
-“Se Ele te ajudou nas outras quinzes vezes, não acha que ele vai te ajudar nessa vez?”


Como diz Lucado: 
“Sua melhor ferramenta contra os ataques do diabo é uma boa memória. Não se esqueça de uma bênção sequer”. 

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Natural ou intencionalmente?

Tenho estado alerta com a expressão: “Isto vai acontecer naturalmente” ... Principalmente quando se trata de decisões e atitudes que precisam ser assumidas deliberadamente e não podem ser postergadas. Minha resposta a esta afirmação, quase sempre, tem sido: “Não vai acontecer... é preciso intencionalidade se desejamos que projetos se tornem exequíveis e efetivados”. Sem vontade e disponibilidade em caminhar na direção de metas e objetivos, nada acontece. “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer” (Vandré).

A casualidade e a espontaneidade podem até nos surpreender, mas na maioria das vezes, as coisas acontecem porque objetivamente agimos em direção aos alvos, e isto exige esforço e perseverança. Já é corriqueiro dizer que a único lugar onde sucesso vem antes do trabalho é no dicionário. Toda vitória e conquista se dá por tenacidade, objetividade, planejamento e intencionalidade. Se deixarmos acontecer, "naturalmente", veremos como a segunda lei da termodinâmica de Einstein, “A Lei da Entropia” é real: “Toda matéria, entregue a si mesma, tende a se deteriorar, nunca a organizar-se”. A geração espontânea, resultante de casualidade, é ainda uma teoria, uma hipótese não comprovada, por isto nunca se tornou uma lei. Mas tem muita gente apostando nela.

Deixe, por exemplo, a sua casa sem cuidados, seu jardim sem carpir. Em pouco tempo haverá uma profunda depreciação e acúmulo de sujeira e deterioração. A tendência natural é auto desorganização, e isto se aplica a todas as áreas da vida. Aprendizado não acontece “naturalmente”, vida espiritual não amadurece “naturalmente”, relacionamentos não se  constroem sem investimento, vontade, ações concretas e intencionalidade. Certo filósofo cínico ouviu a furiosa afirmação de um irritado interlocutor: “Morro se eu não acabar contigo”. Ele respondeu: “Morro, se não fizer de você um amigo!” Se esperarmos que o casamento dê certo “naturalmente”, sem investirmos em perdão, cuidado, amizade – ele vai acabar.

Isto também se aplica ao trabalho: “Minha promoção virá automaticamente”. A menos que seja uma empresa sem metas e alvos, ou um órgão público sem nenhuma gestão efetiva, isto nunca acontecerá. É fundamental demonstrar interesse, competência, preparo, para que as coisas aconteçam.

Veja como a Bíblia descreve o preguiçoso: “Passei pelo campo do preguiçoso e junto à vinha do homem falto de entendimento; eis que tudo estava cheio de espinhos, a sua superfície, coberta de urtigas, e o seu muro de pedra, em ruínas... um pouco para dormir, um pouco para cochilar, um pouco para cruzar os braços em repouso, assim sobrevirá a sua pobreza como um ladrão, e a sua necessidade, como um homem armado” (Pv 24.30-34).


Ele age naturalmente. Não trabalha, dorme demais, é indolente, sem propósito, e o resultado é calamidade e pobreza. Quem espera e deseja algo, precisa ser proativo, objetivo e intencional. Não espere resignadamente que a geração espontânea seja o seu lema. Plante sementes e espere colheitas. Assim é a lei da vida. 

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Sua falta de fé é perturbadora

Voce já assistiu StarWars (Guerra nas Estrelas)? Um filme marcado pelos Jedis e suas espadas de luz, cheias de efeitos especiais, e cuja trilogia dupla levou cerca de 30 anos para terminar? O seu conteúdo é muito desafiador, com frases de efeito e muita adrenalina. A saga foi escrita por George Lucas, sob a orientação do maior mitólogo do mundo, Sir Joseph Campbell, e por isto é um livro carregado de símbolos e lendas.

Um dos personagens centrais, veio de outro planeta, e para não mostrar sua verdadeira aparência, matou Anakin e Virou Darth Vader, criando todo um império. Anakin era um menino, filho de uma escrava, com uma inteligência acima da média e já no episódio I, ele se oferece para pilotar uma corrida, e ao sair vitorioso, consegue sua liberdade, mas não a de sua mãe. Mais tarde se torna um Jedi, com muito poder, mas não podia desobedecer os Jedis mais antigos.

Seu ponto fraco era o orgulho, e por isto se torna um homem frio e violento, atacando até mesmo sua esposa, que dá a luz a Luke, antes de morrer. Então perde todos os privilégios que tinha e se revolta tornando-se o malvado Darth Vader. Desde cedo, seu filho Luke tinha grandeza interna, e se torna também um Jedi, tendo que lutar contra seu próprio pai, que está destruindo seu planeta. A trama é envolvente e empolgante.

Um dos diálogos mais interessantes do filme acontece entre Luke, que diante de tantos reveses afirma para Yoda. “O meu grande problema é que eu não acredito”, e Yoda responde: “É por isso que você fracassa. Sua falta de fé é perturbadora”, ou, conforme o texto em inglês: “Estou muito preocupado – com sua falta”.

É assim que me sinto diante de pessoas sinceras, honestas, mas que não conseguem desenvolver uma fé madura e equilibrada. Eu também acho a falta de fé – preocupante! A fé é essencial para o ser humano. Ela já tem sido considerada a terceira via do saber: A primeira é intelectual; a segunda emocional; e a terceira, a mística. Não crer significa reduzir o meu universo a um mundo fechado em torno de minhas próprias especulações e dores. Ou, como afirma o filósofo Pondé, que também é ateu: “Ser ateu é muito chato!”.
É importante ressaltar, porém, que não ter fé é preocupante, mas igualmente preocupante é uma fé equivocada. Milton Nascimento parece desesperar-se por uma fé, mesmo que desconexa, ao afirmar:

Agora não pergunto mais pra onde vai a estrada
Agora não espero mais aquela madrugada
Vai ser, vai ser, vai ter de ser, vai ser faca amolada
O brilho cego de paixão e fé, faca amolada”

Não é desta fé que estou falando. De uma fé “faca amolada”. Esta atitude é também preocupante. Fé na fé. Fé em substitutos de Deus. Fé em falsos deuses ou mesmo uma fé em si mesmo não é o tipo de fé que pode te orientar. Esta é a proposta da auto ajuda, mas como ter fé em si mesmo, se as emoções estão desequilibradas e o mundo caótico? Confiar em si quando o mundo interior está em ruinas. Esta é uma forma mágica de pensamento, do tipo da pessoa que nego que tenha câncer apesar dos exames afirmarem que ele existe, acreditando que o câncer desaparecerá.

Jesus foi muito específico: “Não se perturbe o coração de vocês. Creiam em Deus, creiam também em mim” (Jo 14.1). Ele não diz para crermos em qualquer coisa, mas delimita o objeto da fé: Crer nEle, e crer em Deus.


O versículo central da Bíblia encontra-se no Sl 118.8. Antes e depois encontramos a mesma quantidade de versículo. Sabe o que o centro da Bíblia ensina? “Melhor é buscar refúgio no Senhor, do que confiar no homem”. Isto é fé em Deus. Ela traz paz e serenidade. 

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Procrastinação

A palavra procrastinação significa adiamento de uma ação, deixar para amanhã o que deve ser feito hoje. É o gordo que deseja fazer regime, desde que comece amanhã. A velha mania de deixar tudo para depois, de postergar compromissos que precisam ser realizados hoje.

Um exemplo simples é a tarefa dada a um funcionário e que deveria ser entregue na semana, mas ele deixa de lado e só a realiza na última hora ou quando surge muita pressão, e eventualmente discussões, bate-bocas e acusações.

Normalmente procrastinamos naquilo que dá menos prazer ou nas tarefas que não gostamos de realizar. Eventualmente estas tarefas são as mais necessárias e prioritárias e não raramente ficamos estressados com a lembrança de que aquilo deveria ser feito, ou com o papel que precisa ser assinado e que não sai da mesa, ou na tarefa de hoje que insistimos em deixar para amanhã.

Tarefas assim, cansam e geram estresse. Em geral elas são mais complicadas e pesadas na nossa mente que na realidade. E assim, vivemos sob pressão porque “ontem dissemos que tomaríamos uma posição que mudaria a vida no amanhã”.

Martinho Lutero conta uma elucidativa história a este respeito:
Certo dia, nas profundezas dos infernos, houve uma grande reunião para a qual, satanás convocou todos os seus diabos. E, reunidos, ele mostrou sua preocupação com o progresso da fé entre os homens e pediu sugestões aos chefes de suas hostes.

Um deu a opinião de que era preciso desencadear o ateísmo e desmoralizar a crença em Deus. O príncipe das trevas trovejou furioso: “Não vês que não dá resultado? Isso é uma crença já por demais arraigada na mente do homem, não serve”. O outro sugeriu: “O melhor é desmoralizar as transgressões e insinuar aos homens que não existe essa coisa chamada pecado, tudo é lícito, assim o homem se perderá mais cedo do que se espera”. Satanás replicou furioso: “Também não serve, os homens tem experimentado os efeitos da bebida, da luxúria, do crime e tem se dado muito mal, já estão ficando escaldados, enquanto isso, espalha-se pelo mundo a legião de pregadores da salvação, isto também não serve”.

Levantou-se um diabo novo, tecnocrata, bom burocrata e planejador reconhecido e deu uma sugestão: “O melhor que faríamos não é nada disso. Deixe-se a crença em Deus e os percalços que os pregadores levantam contra o pecado. Vamos dizer ao homem que tudo isto é muito certo, mas que não se apressem, não precisam correr para a salvação. A demora é uma arma. Tudo a longo prazo! “

Estrugiu pelas abóbadas das profundezas infernais um estrondo de aplausos pela genial ideia da demora em retornar a Deus.

Aí está o perigo: O estágio, a demora, a tardança. Daí a insistência do profeta: “Buscai o Senhor enquanto se pode achar”. Não se pode adiar aquilo que é urgente. Os gregos diziam que a oportunidade é um cara cabeludo na frente e careca atrás.

Procrastinar o que é essencial, traz graves danos à alma. 

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Previsibilidade

Uma das coisas boas da natureza é sua previsibilidade.

Imagine se a natureza não tivesse um ciclo previsível? Se as estações não fosse definidas, se não soubéssemos quando cairia a chuva, quando esfriaria, quando seria a época de calor. Seria impossível planejar, plantar, se organizar. No entanto, a natureza segue uma precisão e uma harmonia impressionantes. Em países onde as estações são ainda mais definidas, as pessoas se organizam quanto ao lazer, viagens, trabalho, etc. Sem previsão seria caótico.

A Bíblia fala disto em forma de júbilo: “Deus não se deixou ficar sem testemunho de si mesmo, fazendo o bem, dando-vos estações frutíferas, enchendo o vosso coração de fartura e alegria” (At 14.17). “Assim diz o Senhor, que dá o sol para a luz do dia, e as leis fixas à lua e ás estrelas para a luz da noite, que agita o mar e faz bramir as suas ondas. Senhor dos Exércitos é o seu nome” (Jr 31.33).

Precisamos também de previsibilidade para encontrarmos paz e serenidade.

Instabilidades emocionais são um grave problema para a vida pessoal e para relacionamentos. Uma pessoa imprevisível é caótica e gera muita confusão e dor. Como se relacionar com pessoas com temperamentos variáveis e instáveis? Num dia estão num estado de euforia, noutro, azedos, dando azia em pacote de sonrisal... Comportamento bipolar precisa de cuidado terapêutico e tratamento psiquiátrico. Filhos se sentem acuados com pais que são inconstantes e instáveis. É ainda difícil estabelecer relações duradouras e sólidas quando não se sabe que resposta o outro vai dar. Pessoas instáveis quanto ao uso do dinheiro, ou mesmo a agenda, perdem uma dimensão profundo desta harmonia cósmica.

Nos antigos votos monásticos dos Pais do Deserto, quando as pessoas decidiam viver em monastérios consagrando suas vidas à oração e cuidado aos pobres, exigia-se dos candidatos quatro votos. Três deles são bem conhecidos, o quarto é pouco divulgado: Voto de pobreza voluntária, castidade (pureza sexual), obediência (às autoridades e às instituições), e estabilidade.

Um líder instável, volátil, temperamental é duro para uma instituição. Ele muda de acordo com o vento. Não possui previsibilidade. Se as regras e valores de uma organização são bipolares, os funcionários e adeptos, sentem-se desprotegidos. Eventualmente, até mesmo regras claras e duras como o legalismo, moralismo e ascetismo, parecem fazer mais sentido que a ausência de regras ou a disfuncionalidade das mesmas.

O universo é regido por leis claras. Você pode não gostar delas, e pode até mesmo ser rebelde e conspirar contra elas, mas ao infringi-las você sabe que consequências terá. Existe previsão. Se alguém resolve quebrar a lei da gravidade saltando de um prédio de 10 andares, porque resolver ignorar os riscos e viver “acima da lei”, isto não fará nenhuma diferença para a lei da gravidade. Ela continuará agindo sob os mesmos princípios: Todo objeto mais pesado que o ar, é atraído para o centro da terra. A rejeição ou ignorância desta lei, não invalida a lei. A ignorância da lei não isenta o culpado.


A vida e a natureza possuem previsibilidade. É bom pensar nisto!