Com
a fragmentação familiar e a competitividade do mercado de trabalho, a figura do
pai está se tornando cada vez mais ausente e distante. Faltam pais no mercado!
Gente comprometida em ser mentor e guia de seus filhos. Faltam referências
familiares, e os filhos tem sofrido de forma lastimável esta ausência paterna.
Mãe
possui uma relação uterina com o filho, mas ele não pode ser chamado sempre de
“menininho da mamãe!”, ou “que gracinha!”. Pais precisam assumir seu papel e
afirmar a masculinidade do filho. Feminilidade não transmite masculinidade.
Pouco
se tem falado hoje dos riscos da ausência paterna ou alienação parental. No
entanto, a pergunta mais essencial no coração de um menino só pode ser
respondida pelo pai: “Tenho algum valor?” Filhos querem saber o que o pai pensa
deles e anseiam pela companhia paterna. O momento mais feliz de um filho na
tenra infância é a hora que o pai chega do trabalho. O afastamento intencional
ou não pode se tornar um grande problema na personalidade da criança.
Chuck
Colson foi assessor do Presidente Richard Nixon e o pivô do escândalo
Watergate. Julgado e na prisão teve um encontro pessoal com Jesus. Durante estes
anos, viu o sofrimento dos presos, distanciados de seus familiares e criou a
ONG Prison Fellowship, que procura
dar apoio aos presos e familiares, para uma população carcerária que somente
nos EUA Unidos chega a quase 2 milhões de pessoas.
Alguns
anos atrás esta ONG providenciou papéis, envelopes e selos para os presos que
quisessem enviar cartões no dia das mães. O resultado foi um sucesso. Milhares
de presos mandaram cartas e cartões e por isto resolveram ampliar a idéia para
o Dia dos Pais. No entanto, o resultado foi um fracasso. Raros foram os presos que
decidiram enviar cartas para seus pais.
Isto
revelou o fato que há um sentimento vago, ambíguo e até mesmo hostil entre pais
e filhos. A grande maioria dos presos não tinha uma idéia clara de paternidade.
Havia uma ausência paterna. A cadeia é um destino comum para quem nunca teve
pai.
Historicamente,
a maneira tradicional de criar filhos, sempre foi ensinando-os a mesma
profissão, andando ao lado, conversando, fazendo flechas, caçando e pescando. O
Pai levava consigo os filhos em sua companhia. Havia mentoria.
A
ferida mais profunda no coração de um filho é infligida pela ausência emocional
ou geográfica dos pais ou nas palavras que são ditas (ou não ditas). Tais
feridas são recebidas de forma ativa ou agressiva, e nem sempre podem ser
percebidas de forma imediata, tornando-se com um câncer que se desenvolve de
forma lenta. Bly afirma: “Um pai ausente, indiferente ou distante, que só pensa
em trabalhar, é uma ferida”.
Alguns
pais ferem pelo silêncio. Estão fisicamente presentes, mas emocionalmente ausentes.
O silêncio é ensurdecedor. No caso de pais silenciosos os filhos estão
perguntando: “Quem sou eu?”; “eu significo algo?”. O silêncio é também ambíguo:
“Não sei, talvez sim...” A dor mais profunda surge nas palavras ou atitudes,
que dizem sem dizer: “Incapaz, burro, incompetente, mocinha”. Excesso de
trabalho, culpa e abandono roubam a identidade positiva. Meninas também
precisam de afirmação. Muitas garotas correm para o braço de outros homens,
buscando a afirmação que lhes foi negada em casa, na busca do abraço masculino inexistente
em casa. Filhas
amadas aprendem a se esquivar e a fazerem boas escolhas para o casamento,
porque aprenderam um sadio modelo de masculinidade em sua casa.
Filhos
precisam de pais!