Num
sábado à tarde, minha esposa e estávamos livres e resolvemos pegar o carro e
sair sem destino certo. Este é um programa que gostamos de fazer. Colocamos uma
boa música, andamos por estradas e caminhos que eventualmente não fazem parte dos
nossos roteiros habituais, encontramos um bom local para um lanche, e naquele
sábado queríamos pegar a estrada em direção à Nerópolis, sem muita agenda,
despreocupadamente.
No
caminho nos deparamos com um congestionamento desproposital, e na medida em que
nos aproximamos do local, ficamos horrorizados com a cena de uma pessoa vitimada
pelo trânsito. Nossas emoções ficaram visivelmente perturbadas, afinal a
concretude da dor e da tragédia estava diante de nós. A vida é o maior dom de
Deus e agora estávamos frente a frente com a morte.
Nossas
mentes começaram a especular sobre a família, história, sonhos, aspirações e
planos daquela pessoa... O tranqüilo sábado fora interrompido para questões
filosóficas e espirituais. O que parecia um momento de lazer e despreocupação é
agora tomado pela dor e calamidade.
As
palavras de provérbios vieram à mente: “Não
te glories do dia de amanhã, porque não sabes o que trará à luz” (Pv 27.1).
O apóstolo Tiago afirma: “Atendei, agora,
vós que dizeis: Hoje ou amanhã, iremos para a cidade tal, e lá passaremos um
ano, e negociaremos, e teremos lucros. Vós não sabeis o que sucederá amanhã.
Que é a vossa vida? Sois apenas, como neblina que aparece por instante e logo
se dissipa” (Tg 4.13,14).
Pense
sobre estas palavras: Vós não sabeis o
que sucederá amanhã. O homem tem feito conquistas impressionantes – Dividir
o átomo, construir máquinas fantásticas, transplantar órgãos, criar programas
de computador, explorar o universo, mas ele não consegue antecipar o amanhã.
Ele não sabe o que o virá. O amanhã continua sendo um grande desafio e
mistério.
O
amanhã pode trazer grandes surpresas. Portas inesperadas se abrindo, grandes
oportunidades chegando, um bebê nascendo, uma promoção aguardada, um bom
negócio, o encontro com alguém que pode mudar sua vida, ou um diagnóstico
inesperado, enfermidades e tragédias. Você se recorda da avalanche sobre Jó?
Estamos preparados?
Naturalmente
não! Todos estes elementos inesperados nos surpreendem. Ninguém está
suficientemente preparado para estas coisas boas ou ruins. Não é sem razão que
muitos vivem absolutamente absorvidos pelo amanhã, desenvolvendo fobias e
ansiedade, dominados pela preocupação, que nada mais é que uma pré-ocupação,
isto é, um sofrimento antes da hora.
Quando
o medo sobre o futuro começa a tomar conta de meu coração, gosto de lembrar de
um princípio: “Eu não sei o que me
aguarda no futuro, mas sei quem me
aguarda no futuro”. É bom saber que não estou nas mãos de um universo cego, nem
de forças despropositais do acaso e das coincidências, mas de um Deus amoroso e
sábio, que tem todas as coisas debaixo do seu controle.
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