Poucos
estudos foram feitos para analisar a relação entre inteligência e felicidade.
Uma pessoa mais lúcida seria mais feliz? Alguém com mais auto-conhecimento e
perspicácia seria capaz de organizar melhor sua vida e encontrar mais
celebração e plenitude?
Aparentemente
sim. Certo homem com inteligência, administrou o problema da sua esposa nunca
fechar as gavetas dos armários e guarda roupas de sua casa, com uma equação significativa.
Ele tinha duas opções: (a) Ficar infeliz pelo resto da vida; (b)- Ou aceitar que
sua esposa não mudaria e não tocar mais no assunto! Optou pelo segundo e o
ponto de tensão constante deixou de ser um problema.
Nos
poucos estudos publicados sobre o assunto, Bob Holmes e sua equipe demonstraram
que a inteligência não tem efeito sobre a alegria, isto parece surpreendente
porque em geral, pessoas inteligentes ganham mais, os ricos tendem a ser mais
felizes, e teoricamente, pessoas mais argutas seriam capazes de elaborar melhor
os problemas e resolvê-los mais eficazmente.
Infelizmente
pessoas mais inteligentes em geral, tendem a criar sonhos mais altos, e ficam
insatisfeitas com o que está aquém de suas expectativas. Por isto, cobram muito
de si mesmas, e embora a busca da excelência seja algo positivo, pode transformar-se
num fator de stress e angústia. Não raramente vemos pessoas brilhantes
completamente desequilibradas, tensas e angustiadas. David Seamands chama isto
de “A Armadilha da Performance”, própria de perfeccionistas, demasiadamente
focados em excelência mas que não conseguem relaxar e desfrutar as suas
próprias conquistas. O padrão sempre muito alto rouba a alegria. O
perfeccionismo gera angústia.
“Uma
nota alta no teste de QI – que significa ter um grande vocabulário e poder
processar dados na mente – não tem muita relação com a capacidade de se dar bem
com as pessoas” (Ed Diener, psicólogo, Universidade de Illinois). A
inteligência social pode ser a verdadeira chave para a felicidade, como
defendeu Coleman.
Salomão
foi um homem brilhante, escreveu sobre botânica, compôs três mil provérbios e
1005 cânticos, descreveu animais, aves, repteis e peixes (2 Rs 4.29-34), mas a
conclusão que chegou sobre a vida foi pessimista: “Demais, filho meu, atenta: Não há limite para fazer livros e o muito
estudar é enfado da carne. De tudo o que se tem ouvido a suma é: Teme a Deus e
guarda os seus mandamentos, porque isto é o dever de todos os homens” (Ec
12.12-13).
O
próprio Salomão, quando se encontrava afastado de Deus e atravessava seus dias
como um filósofo existencialista, aponta para Eterno como a chave para a
felicidade: “Pois, separado de Deus, quem
pode comer, ou quem pode alegrar-se?” (Ec 2.25).
Inteligência
pode ser fator de alegria, quando é capaz de fazer as conexões sensatas e
práticas. Inteligência teórica, abstrata, mecânica não colabora muito neste
processo.