No
segundo domingo de Agosto comemora-se o Dia dos Pais. Acredito que uma das
tarefas mais saudáveis que podemos produzir é a geração de boas lembranças nos
filhos, que serão relatadas aos netos. Temos o desafio de não apenas sermos lembrados
como mantenedores e provedores do lar, ou como disciplinadores dos filhos, mas
como gente que construiu memórias agradáveis. Esta é a desafiadora tarefa de
levar nossos filhos a terem saudades de eventos engraçados e significativos na
vivência familiar.
Certo
pai resolveu fazer isto de forma criativa: Planejou uma viagem com seus filhos,
fez todas as reservas de hotéis, organizou o trajeto que seguiriam de carro, as
estradas que deveriam pegar, onde deveriam almoçar, mas disse aos seus filhos
que infelizmente não poderia ir por causa do trabalho. Então, assim que sua
esposa saiu com eles num carro cheio de bagagens, ele saiu com um amigo em
outro carro e adiantou-se ficando esperando no primeiro restaurante onde
deveriam almoçar. Quando sua família chegou ao local, ele já estava assentado à
mesa, e assim que seus filhos chegaram, o menor, de 7 anos disse: “Aquele homem
parece o PAPAI!!!”
Quando
um amigo lhe perguntou por fizera isto ele respondeu que gostaria de ser
lembrado não apenas pelas broncas que dava e pelas contas que pagava, mas
também pelas surpresas que promovia.
Parte
das boas lembranças que tive como garoto tem a ver com imagens do passado ao
lado da família. Numa delas, uma viagem numa Brasília semi nova que meu pai
havia adquirido, saímos de Gurupi-TO, num percurso de quase 2 mil km, até o
leste de Minas, com 5 filhos dentro de um carro para visitar meus avós. Dentro
do carro, comíamos farofa e ouvíamos musicas gravadas em um tape, cantando numa
língua que não compreendíamos, as estrofes de Elvis Presley. Ao invés de
dizermos “It´s now or never”, dizíamos, “It´s maionese”, e tudo estava certo!
Lembro-me
ainda dos rústicos acampamentos que fazíamos à beira do Rio Formoso, onde
passávamos dias com muita simplicidade e alegria.
Memórias,
porém, podem ser amargas e doloridas. Muitos hoje gastam fortunas em terapias,
para se livrar dos fantasmas do passado, construídos por feridas abertas, descaso
e indiferença, abandono psicológico e ausência emocional, palavras descaridosas
e abusos. Por esta razão, precisamos ser agentes de memórias que gerem saúde e
graça.
Quero
encorajar os pais a serem produtores de memórias agradáveis, que tragam saúde
emocional e mental. Memórias tem o poder de adoecer, mas são capazes também de
gerar cura, construir a auto-estima, e valorizar a existência. Memórias
positivas se constroem no ambiente familiar, onde os pais são promotores de
inesquecíveis e terapêuticas lembranças.
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