quinta-feira, 1 de março de 2012

“Las Cerdas”

Em frente à Catedral Metropolitana de Madrid (Espanha), há uma pequena viela com ruínas da antiga catedral e na casa de esquina, uma placa informando que ali ficaram aprisionadas uma baronesa e sua irmã, chamadas publicamente de “las cerdas”. Este era o título pejorativo dado àqueles que ousadamente professavam a fé protestante naquele país que, historicamente, teve a inquisição mais repressora e violenta de todos os tempos. Milhares de pessoas foram condenadas em tribunais de exceção porque tiveram a coragem de afirmar que não seguiam o Papa, mas a Bíblia.
Andando um pouco mais, apenas 200 mts adiante, existem os calabouços conhecidos como “La caves” (as cavernas) onde prisioneiros religiosos eram atirados às celas para conviver com aqueles que foram condenados por graves delitos. Ali eram condenados ao ostracismo, vivendo em condições sub-humanas. Milhares de pessoas morreram nestes calabouços ou foram levados à Grande Praça onde eram executados. Muitos de nossos irmãos de fé morreram ali por afirmarem suas convicções religiosas.
O termo “cerdas” significa “porcas”. Aquelas pessoas foram assim chamadas e aprisionadas por causas religiosas. Por centenas de anos, mártires cristãos tem se espalhado pelo mundo afora. Só no Século XX, morreram mais pessoas pela sua fé que a soma de todos os 19 séculos anteriores.
Ao presenciar estes relatos, comparando-os à superficialidade de nossa fé moderna, fico me perguntando quantos estariam dispostos a pagar com o desconforto, a execração pública ou mesmo martírios e mortes pela sua fé. Talvez este fosse o pensamento embutido na dolorida expressão de Jesus ao perguntar: “Quando o Filho do Homem voltar, porventura haverá fé na terra?”.

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