Muitas pessoas acompanharam o seriado de TV, Lost, que se tornou um dos mais apreciados de todos os tempos. Só recentemente consegui assistir o último capitulo, sofri um certo desânimo no meio do seriado por perceber que os produtores, no afã de tirar proveito do enorme sucesso e ibope que tiveram, tornaram o mesmo repetitivo e muitas vezes sem proposta. O seriado acabou se tornando uma novela. Seus produtores é que acabaram perdidos.
Algumas coisas se tornaram claramente perceptíveis: O mal é muito presente, mas a idéia de Deus inexiste! Deus é absolutamente ausente, enquanto o mal se apresenta de muitas formas, em todos os lugares. Aqueles que aparentam ser pessoas do bem, de repente, por uma magia ou por um encontro, tornam-se do mal, tornando-se prisioneiros de sua biografia, história e culpa.
Aliás, culpa é um dos elementos chaves que movem toda trama. As pessoas tomam decisões pressionadas pelos equívocos e atitudes do passado. Quando Locke afirma que ele precisa fugir daquela ilha “abandonada por Deus”, ele faz uma descrição clara do inferno, na concepção cristã. Inferno, nada mais é que a ausência absoluta de Deus, o lugar onde a misericórdia e a bondade inexistem. Isto é inferno, tanto de forma metafórica, quanto na descrição que as Escrituras fazem. Inferno é ausência de Deus! Talvez se a gente pudesse imaginar o inferno em categorias diferentes da visão popular, tivéssemos condições de entender melhor o episódio.
No inferno não existe lealdade, e a suspeita é a marca dos relacionamentos. Quem agora está do seu lado, no próximo episódio pode ser o seu algoz. Se um dos atributos de Deus é a fidelidade, o inferno é o oposto disto. A vida, portanto, se torna um constante pesadelo. Medo, tensão, ansiedade e ameaças estão sempre presentes.
Outro aspecto que o episódio demonstra é a perda da noção do tempo. O passado e o futuro se tocam. Ninguém sabe ao certo em que tempo se encontra. Perde-se a referência da temporalidade, categorias estas estritamente aristotélicas.
A série mistura elementos simbólicos de várias religiões e mitos arcaicos, entre eles o arquétipo da luta entre irmãos, mas na verdade desemboca na idéia do purgatório. Visão da igreja Católica Romana, inexistente na Bíblia, mas transformada em dogma na Idade Média. Lugar que seria uma ante-sala do inferno para que as pessoas, através do seu sofrimento, pudessem se purificar.
A série termina assim: Depois de purgarem seu passado de dor e vergonha, agora podem ir em direção à luz. Aqui, a visão Católica e a Protestante se une. Depois da morte, vem o juízo. Um dos personagens centrais, o Benjamim (Ben), não pode caminhar em direção à luz... Os demais seguem adiante para o encontro com a radiosa expectativa da humanidade: A Eternidade!
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Prazer em Deus
John Piper escreveu um instigante livro sobre a espiritualidade cristã, que foi traduzido em português como Teologia da Alegria. Em Inglês, o livro possui um subtítulo: “Confissões de um cristão hedonista”.
Hedonismo é uma filosofia que historicamente sempre foi condenada pelos cristãos, porque ao lado do epicurismo, sempre colocou em destaque a questao do prazer. Piper afirma de forma inovadora que não possibilidade do cristão adorar a Deus se não encontrar prazer nEle, já que o fim principal do homem é Glorificar a Deus, e Gozá-lo para sempre, e para Piper, a única forma de glorificar a Deus é desfrutando daquilo que Ele é.
O problema é que nossa espiritualidade quase sempre associa Deus a um elemento punitivo, não à idéia de prazer. É mais fácil entendermos a linguagem da lei, da obrigação e da responsabilidade quando se refere a Deus que propriamente a alegria. Deus, pensamos nós, não é para ser “desfrutado”. Imaginamo-lo mais facilmente como um grande fiscal, o big brother controlador, como alguém que nos impõe pesadas tarefas e que nos pune severamente em caso de deslize, que de um Pai amoroso no qual encontramos a dimensão da ternura. Não é fácil entender, porque no Islamismo Alá é força, mas nunca é descrito como Pai. Isto seria fragilizar demais a natureza de Deus.
Ao lermos o Salmo 119, o capítulo mais longo da bíblia, observamos que em seus 176 versículos, quase todos falam dos mandamentos de Deus, mas ao contrário daquilo que costumeiramente fazemos, nos impressionamos com o fato de que os preceitos e leis de Deus são quase sempre descritos como fonte de prazer: Sl 119. 16, 24, 32, 62, 92, 97, 103, 111 e 143.
Fazer esta transição na nossa forma de assimilar Deus, penetrando na dimensão da graça, é um dos maiores desafios na nossa adoração, e uma das maiores bençãos para as nossas vidas. O Salmista afirma que a lei de Deus é mais desejada que mel (Sl 119.103), Mais que o ouro depurado (Sl 119.127).
Isso se dá quando compreendemos o que a lei de Deus pode fazer em nosso coração. O salmista olha para as verdades de Deus e percebe os efeitos que ela traz para sua alma. Ela pode:
Nos livrar da impureza moral (Sl 119.9).
Nos libertar do pecado (Sl 119.11).
Livra nossa alma de ser envergonhada (Sl 119.6).
Vivifica nossa alma (Sl 119.25).
Fortalece (Sl 119.28).
Alegra o coração (Sl 119.32).
Dá entendimento (Sl 119.34).
Dá largueza ao nosso caminho ampliando os horizontes (Sl 119.45).
Livra-nos da angústia existencial (Sl 119.92)
Ilumina nossos caminhos (Sl 119.105).
Defende nossas causas (Sl 119.154).
Quantas bençãos encontramos ao nos orientarmos pela lei de Deus. Aliás, esta é uma das características do homem bem sucedido no Salmo 1: “Bem aventurado o homem que tem prazer na lei do Senhor e na sua lei medita dia e noite”. Muito da superficialidade de nossa espiritualidade está relacionada à falta de prazer que deixamos de encontrar em Deus e no distanciamento de sua Palavra.
Deus nos convida para um relacionamento de comunhão e encontrarmos prazer na sua verdade, por isto Ele espera que seus adoradores o glorifiquem e desfrutem, para sempre, de sua presença.
Hedonismo é uma filosofia que historicamente sempre foi condenada pelos cristãos, porque ao lado do epicurismo, sempre colocou em destaque a questao do prazer. Piper afirma de forma inovadora que não possibilidade do cristão adorar a Deus se não encontrar prazer nEle, já que o fim principal do homem é Glorificar a Deus, e Gozá-lo para sempre, e para Piper, a única forma de glorificar a Deus é desfrutando daquilo que Ele é.
O problema é que nossa espiritualidade quase sempre associa Deus a um elemento punitivo, não à idéia de prazer. É mais fácil entendermos a linguagem da lei, da obrigação e da responsabilidade quando se refere a Deus que propriamente a alegria. Deus, pensamos nós, não é para ser “desfrutado”. Imaginamo-lo mais facilmente como um grande fiscal, o big brother controlador, como alguém que nos impõe pesadas tarefas e que nos pune severamente em caso de deslize, que de um Pai amoroso no qual encontramos a dimensão da ternura. Não é fácil entender, porque no Islamismo Alá é força, mas nunca é descrito como Pai. Isto seria fragilizar demais a natureza de Deus.
Ao lermos o Salmo 119, o capítulo mais longo da bíblia, observamos que em seus 176 versículos, quase todos falam dos mandamentos de Deus, mas ao contrário daquilo que costumeiramente fazemos, nos impressionamos com o fato de que os preceitos e leis de Deus são quase sempre descritos como fonte de prazer: Sl 119. 16, 24, 32, 62, 92, 97, 103, 111 e 143.
Fazer esta transição na nossa forma de assimilar Deus, penetrando na dimensão da graça, é um dos maiores desafios na nossa adoração, e uma das maiores bençãos para as nossas vidas. O Salmista afirma que a lei de Deus é mais desejada que mel (Sl 119.103), Mais que o ouro depurado (Sl 119.127).
Isso se dá quando compreendemos o que a lei de Deus pode fazer em nosso coração. O salmista olha para as verdades de Deus e percebe os efeitos que ela traz para sua alma. Ela pode:
Nos livrar da impureza moral (Sl 119.9).
Nos libertar do pecado (Sl 119.11).
Livra nossa alma de ser envergonhada (Sl 119.6).
Vivifica nossa alma (Sl 119.25).
Fortalece (Sl 119.28).
Alegra o coração (Sl 119.32).
Dá entendimento (Sl 119.34).
Dá largueza ao nosso caminho ampliando os horizontes (Sl 119.45).
Livra-nos da angústia existencial (Sl 119.92)
Ilumina nossos caminhos (Sl 119.105).
Defende nossas causas (Sl 119.154).
Quantas bençãos encontramos ao nos orientarmos pela lei de Deus. Aliás, esta é uma das características do homem bem sucedido no Salmo 1: “Bem aventurado o homem que tem prazer na lei do Senhor e na sua lei medita dia e noite”. Muito da superficialidade de nossa espiritualidade está relacionada à falta de prazer que deixamos de encontrar em Deus e no distanciamento de sua Palavra.
Deus nos convida para um relacionamento de comunhão e encontrarmos prazer na sua verdade, por isto Ele espera que seus adoradores o glorifiquem e desfrutem, para sempre, de sua presença.
Obsolescência planejada
Obsolescência é o que ocorre a um produto ou serviço que deixa de ser útil, mesmo estando em perfeito estado de funcionamento, porque um outro produto tecnologicamente mais avançado surgiu no mercado.
A obsolescência tem sido deliberadamente introduzida pelos profissionais de marketing para venderem um novo produto reduzindo o tempo entre compras sucessivas. Uma geladeira barata pode ser oferecida ao consumidor, sendo deliberadamente projetada para deixar de funcionar cinco anos após a compra, obrigando os consumidores a comprarem outra máquina. Já reparou como a tecnologia de um computador muda tanto que em poucos anos não consegue rodar os novos softwares que existem no mercado, obrigando-nos a jogá-lo fora ou fazer um upgrade?
Obsolescência planejada é outra forma de dizer “criado para ir para o lixo“. As coisas são feitas para que sejam inúteis tão rápido quanto possível, jogarmos fora e voltarmos a comprar. A mídia nos convence a substituir o “feio” pelo “belo” os “fora de moda” pelos “modernos” e assim compramos coisas que não precisamos, com dinheiro que não temos, para impressionar pessoas que não gostamos.
O paradigma antigo não satisfaz mais, e as transformações são muito mais rápidas que podemos acompanhar. O problema é que assim como tendemos a descartar coisas, facilmente podemos estender esta atitude a pessoas e a valores espirituais.
A esposa de 40 anos não consegue mais “satisfazer” fisicamente? Troque-a por duas de 20. Nossos filhos podem entrar também nesta ciranda, quando os transformamos em moedas, investimento, tratando-os como coisas, manipulando, comprando e barganhando. Nossa fé também deixa de ser validada quando surge alguma proposta mais interessante, menos exigente, mais superficial mas com respostas prontas e imediatas. Trocamos o prioritário pelo urgente, substituímos o eterno pelo temporal, confundimos forma com essência.
Certo homem justificou sua separação porque sua esposa já não era tão bonita quanto antes, e como ele “amava o senso estético” não podia mais continuar com ela. Seria muito sábio de sua parte se ele usasse o bom senso e se olhasse no espelho, para ver as marcas do tempo presentes nele mesmo...
Existem valores que não podem ser trocados nem substituídos. Gente não é mercadoria, por isto não podemos descartar relacionamentos. Deus não é coisa, e por isto também não pode ser peça de museu. Quando até mesmo nossa fé, princípios e pessoas se tornam descartáveis estamos num estágio em que podemos trocar qualquer coisa, afinal, a obsolescência não está atingindo apenas a estética e a funcionalidade, mas já penetrou também em nosso coração.
A obsolescência tem sido deliberadamente introduzida pelos profissionais de marketing para venderem um novo produto reduzindo o tempo entre compras sucessivas. Uma geladeira barata pode ser oferecida ao consumidor, sendo deliberadamente projetada para deixar de funcionar cinco anos após a compra, obrigando os consumidores a comprarem outra máquina. Já reparou como a tecnologia de um computador muda tanto que em poucos anos não consegue rodar os novos softwares que existem no mercado, obrigando-nos a jogá-lo fora ou fazer um upgrade?
Obsolescência planejada é outra forma de dizer “criado para ir para o lixo“. As coisas são feitas para que sejam inúteis tão rápido quanto possível, jogarmos fora e voltarmos a comprar. A mídia nos convence a substituir o “feio” pelo “belo” os “fora de moda” pelos “modernos” e assim compramos coisas que não precisamos, com dinheiro que não temos, para impressionar pessoas que não gostamos.
O paradigma antigo não satisfaz mais, e as transformações são muito mais rápidas que podemos acompanhar. O problema é que assim como tendemos a descartar coisas, facilmente podemos estender esta atitude a pessoas e a valores espirituais.
A esposa de 40 anos não consegue mais “satisfazer” fisicamente? Troque-a por duas de 20. Nossos filhos podem entrar também nesta ciranda, quando os transformamos em moedas, investimento, tratando-os como coisas, manipulando, comprando e barganhando. Nossa fé também deixa de ser validada quando surge alguma proposta mais interessante, menos exigente, mais superficial mas com respostas prontas e imediatas. Trocamos o prioritário pelo urgente, substituímos o eterno pelo temporal, confundimos forma com essência.
Certo homem justificou sua separação porque sua esposa já não era tão bonita quanto antes, e como ele “amava o senso estético” não podia mais continuar com ela. Seria muito sábio de sua parte se ele usasse o bom senso e se olhasse no espelho, para ver as marcas do tempo presentes nele mesmo...
Existem valores que não podem ser trocados nem substituídos. Gente não é mercadoria, por isto não podemos descartar relacionamentos. Deus não é coisa, e por isto também não pode ser peça de museu. Quando até mesmo nossa fé, princípios e pessoas se tornam descartáveis estamos num estágio em que podemos trocar qualquer coisa, afinal, a obsolescência não está atingindo apenas a estética e a funcionalidade, mas já penetrou também em nosso coração.
terça-feira, 17 de agosto de 2010
O Universo Fechado
Recentemente conversei com uma pessoa que não cria em nada “além dela mesma”. A resposta que ela precisava para sua vida dizia estar dentro de si, e não acreditava em forças espirituais, anjos, demônios ou mesmo Deus. Por conseguinte, tudo estaria dentro dela como resposta e alternativa. Deus nada mais era que ilusão e utopia. A resposta do universo estaria no ser humano, não em Deus, posto que Deus não é real. Negava até mesmo formas de misticismo pagão, ainda que tivesse tatuado no seu corpo, símbolos místicos orientais de deusas que representavam unidade familiar. Para ela, nada mais que representações mitológicas. “Yo no creo em las brujas, pero que existem, existem”.
Durante este diálogo respeitoso de idéias, a sensação que tive foi de que ela vivia num “universo fechado”, sem a interpenetração de qualquer elemento sobrenatural, sagrado ou divino, e considerei que tal universo, por sua natureza torna-se muito restrito, talvez minha conclusão se dê pela minha própria percepção existencial. Não raras vezes me assusto com “meu infinito particular”, no desastrado encontro com meu ser, e preciso gritar e encontrar socorro para minha vida, mas o que eu necessito não está dentro de mim.
Alguém definiu auto-ajuda como uma pessoa que cai no buraco e tenta desesperadamente sair, tentando se puxar pelos próprios cabelos. Quando estamos desanimados, desencorajados, deprimidos ou em desespero como encontrar direção dentro de nós mesmos? É bom poder orar, declarar como o Rei Davi: “Deus é meu refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações”. A ajuda que necessito está fora, não dentro de mim.
Quando me despedi daquela pessoa, disse-lhe sinceramente que gostaria de dar-lhe uma opção a mais, como o elfo faz com Frodo no filme “O Senhor dos anéis”, trazendo-lhe uma pequena jóia que poderia livrar-lhe em situações ameaçadoras. Não lhe dei qualquer objeto ou amuleto por não crer nestes símbolos, mas lhe dei um nome, Jesus, e lhe afirmei que ela poderia clamar por ele, qualquer dia, mesmo que nunca tivesse se encontrado com ele.
Disse-lhe ainda que, talvez, ela nunca sentisse necessidade disto, mas caso precisasse, seria bom considerar a possibilidade de que, além de seu universo fechado, haveria um nome que transcenderia os portais de suas muralhas humanas. Afinal, a abertura para o sobrenatural faz toda diferença!
Uma das coisas mais preciosas da realidade de Deus, é que ele não é um poder frio e existencial, mas caminha na nossa história ambígua e ouve nossa aflição e abatimento de espírito. Não sei o que você pensa sobre isto, mas para mim, esta é uma grande noticia!
Muitos ainda concebem Deus como um grande silêncio cósmico "lá fora, em algum lugar", outros sequer admitem que exista algo além de si mesmo. muitos desistem da procura e se entregam ao pessimismo e ceticismo; outros ainda ingerem grande quantidade de bebidas e barbitúricos para encontrar uma saída, para fugir às frias realidades de uma existência atormentada pela culpa, pela falta de propósito e pelo vazio. No entanto, Deus continua a revelar seu amor. "Habito num alto e sublime trono, mas habito também com o abatido e contrito de Espirito". Foi isto que ele assegurou ao profeta Isaías. O aparelho de televisão de sua casa pode não captar bem as imagens que recebe de fora, mas isto não tem a ver com um problema de fábrica. Cabe-nos ajustar os canais de sintonia em nosso receptor, procurar o sinal certo. Deus está enviando sua mensagem de amor, mas é preciso que sintonizemos o nosso coração ao próprio Deus. Em Jesus Cristo, "nossas vidas obscuras e limitadas recebem a luz da presença eterna de Deus, e vemos que há um outro mundo além da confusão, limitação e frustração deste mundo" (Billy Graham).
Durante este diálogo respeitoso de idéias, a sensação que tive foi de que ela vivia num “universo fechado”, sem a interpenetração de qualquer elemento sobrenatural, sagrado ou divino, e considerei que tal universo, por sua natureza torna-se muito restrito, talvez minha conclusão se dê pela minha própria percepção existencial. Não raras vezes me assusto com “meu infinito particular”, no desastrado encontro com meu ser, e preciso gritar e encontrar socorro para minha vida, mas o que eu necessito não está dentro de mim.
Alguém definiu auto-ajuda como uma pessoa que cai no buraco e tenta desesperadamente sair, tentando se puxar pelos próprios cabelos. Quando estamos desanimados, desencorajados, deprimidos ou em desespero como encontrar direção dentro de nós mesmos? É bom poder orar, declarar como o Rei Davi: “Deus é meu refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações”. A ajuda que necessito está fora, não dentro de mim.
Quando me despedi daquela pessoa, disse-lhe sinceramente que gostaria de dar-lhe uma opção a mais, como o elfo faz com Frodo no filme “O Senhor dos anéis”, trazendo-lhe uma pequena jóia que poderia livrar-lhe em situações ameaçadoras. Não lhe dei qualquer objeto ou amuleto por não crer nestes símbolos, mas lhe dei um nome, Jesus, e lhe afirmei que ela poderia clamar por ele, qualquer dia, mesmo que nunca tivesse se encontrado com ele.
Disse-lhe ainda que, talvez, ela nunca sentisse necessidade disto, mas caso precisasse, seria bom considerar a possibilidade de que, além de seu universo fechado, haveria um nome que transcenderia os portais de suas muralhas humanas. Afinal, a abertura para o sobrenatural faz toda diferença!
Uma das coisas mais preciosas da realidade de Deus, é que ele não é um poder frio e existencial, mas caminha na nossa história ambígua e ouve nossa aflição e abatimento de espírito. Não sei o que você pensa sobre isto, mas para mim, esta é uma grande noticia!
Muitos ainda concebem Deus como um grande silêncio cósmico "lá fora, em algum lugar", outros sequer admitem que exista algo além de si mesmo. muitos desistem da procura e se entregam ao pessimismo e ceticismo; outros ainda ingerem grande quantidade de bebidas e barbitúricos para encontrar uma saída, para fugir às frias realidades de uma existência atormentada pela culpa, pela falta de propósito e pelo vazio. No entanto, Deus continua a revelar seu amor. "Habito num alto e sublime trono, mas habito também com o abatido e contrito de Espirito". Foi isto que ele assegurou ao profeta Isaías. O aparelho de televisão de sua casa pode não captar bem as imagens que recebe de fora, mas isto não tem a ver com um problema de fábrica. Cabe-nos ajustar os canais de sintonia em nosso receptor, procurar o sinal certo. Deus está enviando sua mensagem de amor, mas é preciso que sintonizemos o nosso coração ao próprio Deus. Em Jesus Cristo, "nossas vidas obscuras e limitadas recebem a luz da presença eterna de Deus, e vemos que há um outro mundo além da confusão, limitação e frustração deste mundo" (Billy Graham).
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Palavras irrefletidas
Somos mestres na imprudência e comentários desnecessários. Nem Moisés que foi chamado “o homem mais manso da terra”, se livrou desta constrangedora situação de agir sem pensar. A Bíblia afirma que “Moisés falou irrefletidamente’ (Sl 106.33).
Falar irrefletidamente traz graves e sérias conseqüências para nossas vidas. Quantas feridas e mágoas incuráveis são resultantes de palavras ditas sem a reflexão necessária, sem considerarmos as implicações do que estamos dizendo. Ferimos pessoas, criamos falsas expectativas, geramos reações de irritabilidade, provocamos os outros, simplesmente porque falamos sem considerar como as pessoas ouvem o que dizemos, sem analisar se tais palavras são necessárias e boas para a edificação daqueles que as ouvem, se são palavras que glorificam a Deus e encorajam os desanimados.
Palavras irrefletidas são como ditados na boca dos bêbados, como jóias em focinhos de porcos, como mulher formosa sem discrição. Por isto a Bíblia nos exorta a guarda nossa língua. “Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar” (Tg 1.19), afirma ainda que “a língua é fogo, é mundo de iniqüidade” (Tg 3.6), e que, “Se alguém não tropeça no falar, é perfeito varão, capaz de refrear taomebm todo o corpo” (Tg 3.2).
De todas estas advertências e ensinamentos, nenhuma, porém, parece ser tão grave quanto a que diz: “Tens visto um homem precipitado nas suas palavras? Maior esperança há para o insensato do que para ele” (Pv 29.20).
Falar irrefletidamente traz graves e sérias conseqüências para nossas vidas. Quantas feridas e mágoas incuráveis são resultantes de palavras ditas sem a reflexão necessária, sem considerarmos as implicações do que estamos dizendo. Ferimos pessoas, criamos falsas expectativas, geramos reações de irritabilidade, provocamos os outros, simplesmente porque falamos sem considerar como as pessoas ouvem o que dizemos, sem analisar se tais palavras são necessárias e boas para a edificação daqueles que as ouvem, se são palavras que glorificam a Deus e encorajam os desanimados.
Palavras irrefletidas são como ditados na boca dos bêbados, como jóias em focinhos de porcos, como mulher formosa sem discrição. Por isto a Bíblia nos exorta a guarda nossa língua. “Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar” (Tg 1.19), afirma ainda que “a língua é fogo, é mundo de iniqüidade” (Tg 3.6), e que, “Se alguém não tropeça no falar, é perfeito varão, capaz de refrear taomebm todo o corpo” (Tg 3.2).
De todas estas advertências e ensinamentos, nenhuma, porém, parece ser tão grave quanto a que diz: “Tens visto um homem precipitado nas suas palavras? Maior esperança há para o insensato do que para ele” (Pv 29.20).
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
O segredo da vida
“O segredo da vida é desfrutar a passagem do tempo”. Esta frase foi escrita pelo cantor e compositor James Taylor. Certamente se trata de uma boa filosofia de vida. Aprender a curtir cada momento de nossa história como algo especial e único é algo maravilhoso.
Muitos vivem presos às memórias do passado ou aos sonhos e fantasias do futuro. O primeiro grupo se torna saudosista ou amargurado. Os saudosistas falam de um tempo em que tudo era bom, não conseguem avançar porque perderam o timing da vida, como a mulher de Ló que olhou para trás tão fixamente que virou uma estátua de sal. Sua vida congelou – não conseguiu mais caminhar.
Os amargurados se prendem ao passado por uma razão ainda pior: Raiva ou ressentimento. Contemplam sua história como se alguém, o mundo, ou mesmo Deus, lhes devesse algo. Não conseguem avançar porque desejam vingança ou justiça, e a vida simplesmente não lhes responde em termos mecanicistas do tipo causa/efeito. Não desfrutar a passagem do tempo por causa do que nos fizeram impede-nos de ver a história como processo, movimento, dinamicidade.
O ontem pode, de fato ter sido traumático, dolorido, mas a vida é dinâmica. “Nada do que foi será, de novo do jeito que já foi um dia. Tudo passa, tudo sempre passará” (Lulu Santos). Precisamos viver o presente com suas ambigüidades, contradições e possibilidade. O tempo não pára.
Outros vivem do futuro. Alimentam-se de fantasias e irrealidades, achando que vão chegar um dia no seu shangrilah. De fato, viver o aqui e agora é uma difícil tarefa. É mais fácil não ter que encarar a vida com realismo. Mas quando se lida com o hoje, descobre-se quantas possibilidades se abrem com o dia que se levanta. O salmista entendeu isto ao afirmar: “Este é o dia que o Senhor nos deu. Alegremo-nos e regozijemo-nos nele”. Jesus exortava seus discípulos a não andarem ansiosos com o dia de amanhã. “Basta a cada dia seu próprio mal”.
Certo homem, apesar de rico, não conseguia desfrutar o dinheiro acumulado, sempre preocupado com o futuro. Aos 73 anos desenvolveu câncer, e após o processo quimioterápico, andando pelo parque, comentou com sua esposa que nunca tinha notado as flores e os patos da lagoa. Foi necessário estar muito doente para perceber a beleza da natureza, a riqueza do dia de hoje os fascinantes aspectos da vida.
Precisamos desfrutar cada passagem do tempo, sabendo que os minutos que se passaram na leitura deste artigo, por exemplo, são únicos e irrecuperáveis, por isto, jamais resgatados. São parte de uma história que, bem ou mal, você viveu.
Aeroporto de Campinas- SP, 06.08.2010
Muitos vivem presos às memórias do passado ou aos sonhos e fantasias do futuro. O primeiro grupo se torna saudosista ou amargurado. Os saudosistas falam de um tempo em que tudo era bom, não conseguem avançar porque perderam o timing da vida, como a mulher de Ló que olhou para trás tão fixamente que virou uma estátua de sal. Sua vida congelou – não conseguiu mais caminhar.
Os amargurados se prendem ao passado por uma razão ainda pior: Raiva ou ressentimento. Contemplam sua história como se alguém, o mundo, ou mesmo Deus, lhes devesse algo. Não conseguem avançar porque desejam vingança ou justiça, e a vida simplesmente não lhes responde em termos mecanicistas do tipo causa/efeito. Não desfrutar a passagem do tempo por causa do que nos fizeram impede-nos de ver a história como processo, movimento, dinamicidade.
O ontem pode, de fato ter sido traumático, dolorido, mas a vida é dinâmica. “Nada do que foi será, de novo do jeito que já foi um dia. Tudo passa, tudo sempre passará” (Lulu Santos). Precisamos viver o presente com suas ambigüidades, contradições e possibilidade. O tempo não pára.
Outros vivem do futuro. Alimentam-se de fantasias e irrealidades, achando que vão chegar um dia no seu shangrilah. De fato, viver o aqui e agora é uma difícil tarefa. É mais fácil não ter que encarar a vida com realismo. Mas quando se lida com o hoje, descobre-se quantas possibilidades se abrem com o dia que se levanta. O salmista entendeu isto ao afirmar: “Este é o dia que o Senhor nos deu. Alegremo-nos e regozijemo-nos nele”. Jesus exortava seus discípulos a não andarem ansiosos com o dia de amanhã. “Basta a cada dia seu próprio mal”.
Certo homem, apesar de rico, não conseguia desfrutar o dinheiro acumulado, sempre preocupado com o futuro. Aos 73 anos desenvolveu câncer, e após o processo quimioterápico, andando pelo parque, comentou com sua esposa que nunca tinha notado as flores e os patos da lagoa. Foi necessário estar muito doente para perceber a beleza da natureza, a riqueza do dia de hoje os fascinantes aspectos da vida.
Precisamos desfrutar cada passagem do tempo, sabendo que os minutos que se passaram na leitura deste artigo, por exemplo, são únicos e irrecuperáveis, por isto, jamais resgatados. São parte de uma história que, bem ou mal, você viveu.
Aeroporto de Campinas- SP, 06.08.2010
sábado, 7 de agosto de 2010
Deus move a história
Esta afirmação pode ser uma fonte de alegria ou desespero. Para aqueles que acreditam que Deus é poderoso e bom, descanso e refrigério. Para aqueles que suspeitam do caráter de Deus: temor e ansiedade. É... Na verdade, nem todos olham para Deus sem suspeição. José Saramago, escritor português que morreu recentemente, no seu livro Caim, imagina diálogos entre Deus e Caim. Este acusa a divindade, dizendo que ela não pode colocar sobre si a pecha de assassino, já que, Deus mesmo, mandou executar muitas pessoas, de acordo com o relato do Antigo Testamento.
Sempre existe muita suspeita humana acerca do caráter de Deus. Isto é adâmico, vindo desde os primórdios da raça humana.
Um dos relatos mais impressionantes na Bíblia, porém, encontra-se no livro das Crônicas, e é repetido noutro livro de Esdras – o escriba, que retornou a Jerusalém para reconstruir a cidade e restabelecer novamente o culto em Israel. Depois de sucessivas provocações do povo de Israel, veio o cativeiro de Judá. Nabucodonozor, rei dos caldeus, invadiu a cidade, matou jovens à espada “e não teve piedade nem dos jovens, nem das donzelas, nem dos velhos, nem dos mais avançados em idade” (2 Cr 36.17). Levou consigo todos os utensílios do templo, queimou a casa de Deus e ainda arrastou cativos (entre estes, Daniel), para serem escravos e eunucos no seu palácio.
Jeremias profetizou que o tempo do cativeiro seria 70 anos (2 Cr 36.21), e quando este prazo chegou, Ciro, o rei da Pérsia, que havia subjugado a Babilônia, fez passar um pregão em seu reino para que o povo de Israel fosse liberto do cativeiro e retornasse à Jerusalém, e a despesa da restauração da cidade seria por conta da casa do rei (Esd 6.4). Neste contexto foi escrito o Salmo 126. O texto afirma que Deus “Despertou o espírito de Ciro, rei da Pérsia” (2 Cr 36.22; Esd 1.2).
Agostinho afirmava que “quando Deus se agita, o homem se levanta”. Isto é, Deus conduz a história, de forma surpreendente, para cumprir seus propósitos eternos. Quer concordemos ou não, quer gostemos disto, ou não. A visão hebraica e cristã é a de que Deus, não apenas se “move na história”, mas que Ele é Senhor da História. Ele cumpre seus intentos no decorrer dos anos.
A história segue um plano, uma agenda e um cronograma divino. Assim como Deus despertou o rei da Pérsia, para libertar os cativos e cumprir a profecia dada por um de seus profetas, segundo o seu propósito, conduzirá a história para o plano que Ele mesmo designou, e não há força, nem histórica, nem potestade ou principado, que possa deter a história para o fim que Ele mesmo tem em mente. A história não é acidental, nem incidental, nem segue para o caos, mas para um fim ordenado pelo próprio Deus, Senhor da história.
Sempre existe muita suspeita humana acerca do caráter de Deus. Isto é adâmico, vindo desde os primórdios da raça humana.
Um dos relatos mais impressionantes na Bíblia, porém, encontra-se no livro das Crônicas, e é repetido noutro livro de Esdras – o escriba, que retornou a Jerusalém para reconstruir a cidade e restabelecer novamente o culto em Israel. Depois de sucessivas provocações do povo de Israel, veio o cativeiro de Judá. Nabucodonozor, rei dos caldeus, invadiu a cidade, matou jovens à espada “e não teve piedade nem dos jovens, nem das donzelas, nem dos velhos, nem dos mais avançados em idade” (2 Cr 36.17). Levou consigo todos os utensílios do templo, queimou a casa de Deus e ainda arrastou cativos (entre estes, Daniel), para serem escravos e eunucos no seu palácio.
Jeremias profetizou que o tempo do cativeiro seria 70 anos (2 Cr 36.21), e quando este prazo chegou, Ciro, o rei da Pérsia, que havia subjugado a Babilônia, fez passar um pregão em seu reino para que o povo de Israel fosse liberto do cativeiro e retornasse à Jerusalém, e a despesa da restauração da cidade seria por conta da casa do rei (Esd 6.4). Neste contexto foi escrito o Salmo 126. O texto afirma que Deus “Despertou o espírito de Ciro, rei da Pérsia” (2 Cr 36.22; Esd 1.2).
Agostinho afirmava que “quando Deus se agita, o homem se levanta”. Isto é, Deus conduz a história, de forma surpreendente, para cumprir seus propósitos eternos. Quer concordemos ou não, quer gostemos disto, ou não. A visão hebraica e cristã é a de que Deus, não apenas se “move na história”, mas que Ele é Senhor da História. Ele cumpre seus intentos no decorrer dos anos.
A história segue um plano, uma agenda e um cronograma divino. Assim como Deus despertou o rei da Pérsia, para libertar os cativos e cumprir a profecia dada por um de seus profetas, segundo o seu propósito, conduzirá a história para o plano que Ele mesmo designou, e não há força, nem histórica, nem potestade ou principado, que possa deter a história para o fim que Ele mesmo tem em mente. A história não é acidental, nem incidental, nem segue para o caos, mas para um fim ordenado pelo próprio Deus, Senhor da história.
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