sexta-feira, 4 de abril de 2003

A ORIGEM DAS GUERRAS

De repente percebemos que a guerra não está mais distante de nós. Acostumamo-nos a vê-la como uma espécie de vídeo game, onde pequenas luzes detonam alvos escondidos, sem maiores implicações para as nossas vidas. Outras vezes a vemos como números, apenas estatísticas. Em ambas as situações ignoramos, ou fazemos de conta que por detrás destes gestos existe dor, muita dor. É o sentimento do pai que não vê o filho no outro dia, da mãe que vai arrumar o quarto do filho que já morreu, ou da esposa que vai dormir na cama fria, sabendo que aquela situação não é transitória, o marido não está viajando…

De repente, porém, percebemos que a guerra não é apenas no Iraque. A guerra está aqui. Rio sofre de violência, as ameaças dos traficantes e a violência dos que foram violentados encontram-se de forma visível nas ruas cariocas. O mesmo fenômeno fatídico encontra-se nos grandes centros como São Paulo, e, acreditem se quiser, hoje a cidade que possui mais assassinatos proporcionais é Vitória, ES, seguido de perto por Cuiabá, MT, criando o que alguns especialistas tem chamado de colombianização do Brasil.

Mas a guerra está mais perto. A guerra está aí, em Posses, GO, onde um grupo de assaltantes domina uma cidade pacata e deixa em pânico seus moradores. A guerra não está longe.

Mas a guerra está mais perto ainda. Ela encontra-se em nossos lares. Reações violentas brotam dentro de nossas famílias. Atitudes violentas pelas marcas da insensibilidade, insensatez, indiferença. Tudo isto porém, tem uma etiologia, procede do coração. A guerra está aqui, em nossa alma. Nosso problema não é o que está lá fora, mas do monstro que habita em nós. De uma força instintiva e carnal, devoradora e voraz.

Tiago diz: “De onde procedem guerras e contendas que há entre vós? De onde, senão dos prazeres que militam na vossa carne? Cobiçais e nada tendes; matais e invejais, e nada podeis obter; viveis a lutar e a fazer guerras. Nada tendes porque não pedis…” (Tg 4.1-2)

Apenas Deus pode apaziguar o coração em guerra. Os inimigos são fortes, a vida nos torna armados. Somos feridos e nos ferimos e neste processo de violência doméstica, histórica e pessoal, nos animalizamos. Precisamos de Deus para nos trazer paz. Jesus é o Cordeiro de Deus que tira nossa culpa e que cessa a violência em nossa alma, raiz de todas as demais formas de violência.

Rev. Samuel Vieira

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