No mês do Advento, a presença de Jesus se manifesta de forma sensível por toda
parte, quer nas esferas sagradas, quer seculares. A realidade do Menino-Deus é
tão nítida que recentemente houve um projeto de lei nos Estados Unidos que tentava
abolir os cânticos de Natal das escolas públicas americanas, alegando que tais
cânticos cerceavam a liberdade religiosa. Na verdade, Natal tem apenas um
significado e aponta apenas para uma realidade: Deus se fez gente, assumiu sua
humanidade em Jesus de Nazaré, e habitou no nosso meio.
Naturalmente pode-se negar ou receber a Jesus, acolher ou rejeitá-lo, mas nunca ignorá-lo. No seu nascimento, os escribas (teólogos), não se dirigiram para Belém, que ficava a apenas 12 Km de Jerusalém, apesar das evidências de que antigas profecias se cumpriam diante deles; Herodes, representante dos poderosos, decretou a morte de todas as crianças de dois aos para baixo. É mais fácil hostilizá-lo que ignorar.
A presença de Cristo é percebida até na saudação natalina mais dessacralizada. Quando alguém diz: "Feliz Natal", mesmo que não tenha um credo específico sobre a pessoa de Jesus, transforma esta frase numa declaração de fé às avessas, já que afirma surpreendentemente que alguém nasceu.
Cada pinheiro anuncia a vida, cada lâmpada proclama o nascimento de Jesus. O presépio, representado nos shoppings, igrejas, casas, ruas e esquinas, aponta para o evento de uma estrebaria insignificante, numa modesta e esquecida região da Palestina que se deu há dois mil atrás. Este menino que nasce anonimamente, é marginalizado pelos palácios, mas saudado por gente de espiritualidade duvidosa como os magos, ou pelos pobres pastores da zona rural que são contemplados por uma grandiosa visitação celestial.
Ao escolher nascer na obscuridade, Jesus desconsiderou as expectativas convencionais. O aguardado Messias proclamado nas profecias judaicas, de forma heterodoxa se revela agora, não àqueles que se julgam detentores do saber, que são os religiosos e sacerdotes, mas aos marginalizados como os incultos pastores, os enigmáticos magos e anônimos e sinceros adoradores como Ana e Simeão.
Jesus se introduz na história, como um Deus humilde, acessível e imprevisível. A manifestação de um rei vestido em trapos subverte a mentalidade de consumo e a mente sofisticada dos palácios, mas faz todo sentido ao simples ao apaixonado coração dos pastores, que humildemente acolhem o convite: "Vamos a Belém e vejamos os acontecimentos".
Se o Natal é ainda algo estranho ao seu coração, ou se você ainda não foi surpreendido pela graça e encantamento do Deus que habitou entre nós, peça para que ele o visite, assim como fez aos magos e aos pastores. Deixe que a graça do Natal se manifeste com todo seu encantamento e alegria. Você também pode se surpreender!
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