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Certa pessoa comentou que sempre andava irritada no
trânsito, sentindo-se agredida com ultrapassagens, buzinando, gesticulando,
gritando, até que um dia, se viu numa daquelas situações que provocava sua
natural irritabilidade. Um carro se movendo como uma tartaruga e não dando
passagem a despeito de sua insistente buzina e sinal de luz. Ela já estava
furiosa quando viu no carro um pequeno adesivo escrito: “deficiente! Tenha
paciência!”
Aquilo mudou totalmente a situação. Sentiu-se envergonhado
e queria fazer algo para se explicar, mas nada mudava seu sentimento de
inadequação.
Foi então que algo interessante lhe aconteceu: Por
que só se sensibilizou quando viu o adesivo? Ficou indagando: Será que sempre precisaremos
de sinais para termos paciência com os outros? E se houvessem outros tipos de
adesivos?
-Eu
perdi meu trabalho.
-Estou
lutando com um câncer.
-Estou
atravessando um momento difícil.
-Estou
de luto. Perdi uma pessoa querida.
-Estou
financeiramente quebrado.
-Me
divorciei e ainda estou tentando me organizar.
Stephen Covey relata no seu conhecido livro “Os Sete Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes”
um episódio no metrô de Nova York quando uma pessoa entrou com seus filhos, inquietos
e barulhentos, atirando coisas e correndo de um lado para o outro. Sua
irritação foi aumentando cada vez mais até que disse ao pai:
-Senhor, seus filhos estão perturbando muitas
pessoas. Será que não poderia dar um jeito neles?
O homem olhou para ele como se estivesse tomando
consciência da situação naquele exato momento, e disse calmamente:
-Sim, creio que o senhor tem razão. Acho que
deveria fazer alguma coisa. Acabamos de sair do hospital, onde a mãe deles
morreu há uma hora. Eu não sei o que pensar e parece que eles também não conseguem
lidar com isso.
Covey relata que, naquele instante seu paradigma
mudou radicalmente. Ao entender a situação do outro, a compreensão do quadro
alterou radicalmente sua atitude. Ao invés de condenar e se irritar, naquele
momento ele queria ajudar e apoiar.