Numa lanchonete podemos ver como as pessoas se comportam de forma distinta. Se olharmos para o lado é possível observar uma jovem conectada com o mundo via celular. Do outro lado, há uma mulher se entupindo de açúcar com uma gordurosa torta de chocolate, enquanto tenta manter seus filhos pequenos sob controle. À frente, vemos um casal de namorados bebendo um suco de laranja e trocando olhares carinhosos. Cada uma destas pessoas possui histórias e desejos particulares e procura respondê-los da forma como acham correto e do jeito que conseguem elaborar.
Como afirma Amir Sater: “Cada um de nós compõe a sua história; Cada ser em si carrega o dom de ser capaz e ser feliz”. Fazemos análises e julgamentos baseados na percepção de vida que construímos. Espiritualidade e afetividade se formam nesta trama da vida. O que somos hoje é subproduto daquilo que acumulamos de experiências negativas ou positivas construídas durante a vida.
Em cada sonho, disfarce, máscara, busca por prazer, vício, desejos, medos, angústias, agenda e demanda de trabalho há uma indisfarçável busca de transcendência e sede de algo maior, anseio pelo Infinito. Temos sede de algo, há um espaço vazio em nossa natureza mais íntima.
“Nossas vidas se consomem com a ideia de que, se não experimentarmos tudo, não viajarmos para todos os lugares, não vermos tudo, e não tomarmos para nós grande parte da experiência dos outros, nossas próprias vidas serão pequenas e insignificantes. Tornamo-nos impacientes com cada fome, cada dor, e cada área da nossa vida que não esteja saciada e nos tornamos convencidos de que, a menos que cada prazer que ansiamos seja experimentado, seremos infelizes. Passamos pela vida muito gananciosos, muito cheios de expectativas que não podem ser supridas, e incapazes de aceitar que, aqui, nesta vida, todos os sintomas permanecem sem término” (Ronaldo Rolheiser).
O resultado é que nos tornamos cônjuges autocentrados, continuamos pobres de coração, usamos a raiva para sobrepor nossos oponentes, estamos presos à luxúria, manipulamos e controlamos para conseguir o que queremos, sem entender que “fomos criados para Deus e nosso coração não encontra alegria enquanto não voltar para Ele” (Santo Agostinho).
O coração humano tem anseios infinitos que apenas a eternidade pode preencher, afinal “Deus colocou a eternidade no coração do homem”.
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