Poucos
sentimentos são tão letais para o ser humano quanto a amargura, e não é difícil
encontrar pessoas vivendo miseravelmente por causa de ofensas, comentários, acusações
ou injustiças sofridas. A amargura pode durar a vida inteira e nos arrasar.
Muitos, em quadro de depressão, encontram-se assim por causa de abusos. Certo
oncologista famoso costuma indagar aos seus pacientes: “Por que você precisa
deste câncer?”. Para ele, câncer é amargura. Naturalmente não sou expert no
assunto e nem preciso concordar com sua afirmação na totalidade, mas a verdade
é que a amargura causa muitos males.
Mesmo
as experiências de sucesso, conquistas, reconhecimento posteriores à injúria, eventualmente
são insuficientes para a libertação deste sentimento. Se continuamos a lutar
com ofensas de muitos anos atrás, isto significa que ainda estamos
aprisionados.
A
amargura gera preconceito, leva-nos a uma língua ferina, comportamentos
reativos e provocativos. A incapacidade de perdoar torna-se um tormento que se
recusa a ser curado e tratado. A Bíblia afirma que mesmo uma raiz de amargura, pode perturbar, contaminar
e ferir a muitos. A raiz da amargura produz frutos de amargura. Não é possível escondê-la,
é pesado viver com ela, impossível suportá-la. Lenta e inexoravelmente, a
ferida aberta brotará na superfície em formas de sintomas ou comportamentos.
Jesus
afirmou que pessoas que não conseguem perdoar, estão entregues a
atormentadores, torturadores (Mt 18.21-35) Estas figuras são muito fortes!
Nutrir ressentimento é o mesmo que estar num campo de concentração na mão de
homens carregados de ódio.
É
importante perceber que Jesus estava falando estas coisas para seus discípulos,
e não para descrentes. Um cristão pode ser um candidato a uma prisão solitária
ou a um campo de concentração, e ter sua alma encarcerada, passando por
sofrimentos indescritíveis, a menos que perdoe completamente... mesmo quando aquele
que feriu esteja errado.
A
Bíblia ensina: “Longe de vós toda
amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia.
Antes, sede uns para com os outros, benignos, compassivos, perdoando-vos uns
aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou” (Ef 4.31,32).
Se
você acha difícil perdoar, considere o preço de não perdoar. Se ainda assim não
consegue perdoar, peça o socorro de Deus. E se você, ainda assim, não quer perdoar, porque seu coração não sente nenhum desejo de perdoar, talvez
pudesse fazer uma oração mais profunda a Deus: “Senhor, eu não quero perdoar,
mas eu preciso perdoar; portanto, me ajude a querer, querer”. Perdão é uma capacitação divina. Quase nunca é fácil –
perdão é aumentativo de perda - Perdoar é ficar no prejuízo – mas
paradoxalmente, ter grande ganho.
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