Nesta semana, os jornais noticiaram mais um lance complicado do australiano Julian Assange, criador do wikileaks, que conseguiu ter acesso a documentos secretos de governos e corpo diplomáticos, expondo-os na internet. O problema se tornou mais grave agora, porque com a exposição do nome de pessoas e informantes em todo mundo, colocou em risco suas vidas. Num comentário sobre esta notícia, um articulista concluiu: “Uma prova de que verdade demais, às vezes, atrapalha”.
Transita também no Congresso Nacional um projeto de lei sobre a criação da “Comissão da Verdade”, que procura desvendar os descaminhos de um triste capítulo de nossa história durante a ditadura militar, e a busca de respostas e informações sobre presos políticos que foram julgados, torturados e executados, sem que tivessem direito a um tribunal ou defesa, prerrogativas próprias de governos democráticos.
Diante da possibilidade da abertura desta caixa de pandora, muitos estão amedrontados. A verdade, nem sempre é recebida com alegria. Muitos vivem angustiados com seus segredos, temendo que aspectos negros de sua história, se tornem conhecidos. Conta-se a história de um homem que enviou 10 telegramas anônimos para diferentes empresários da sua cidade afirmando: “Já sabemos de tudo!”, e no outro dia, todos eles fizeram uma “viagem de urgência” e desapareceram.
Jesus, no entanto declarou: “Pois nada está oculto, senão para ser manifesto; e nada se faz escondido, senão para ser revelado”. Por isto a Bíblia sempre menciona esta “hora da verdade”, quando todos compareceremos diante do justo juiz, que julgará vivos e mortos, e, diante do qual, não se esconde nada de bom ou de ruim. Ele não julgará apenas atos, mas motivos e intenções. Não aspectos objetivos, mas também os subjetivos.
O caminho que Deus propõe para nossa vida é sempre o da confissão, e nunca o do acobertamento. “O que encobre suas transgressões, jamais prosperará, mas o que confessa e deixa, alcançará misericórdia”.
Jaqueline, uma mística cristã da idade Média afirma que “Confissão é a antecipação do juízo”. Como todos teremos que prestar contas a Deus, então é melhor que não aguardemos para o dia do juízo, mas que resolvamos logo nossa pendência. Quando lançamos luz no mal que tememos, afugentamos as sombras de nosso coração, nos livramos da acusação, culpa e condenação, e somos libertos para voltar a viver. Boa parte de nossas doenças psiquiátricas se devem a algum mecanismo de culpa e medo, real ou imaginário. Viver se escondendo a vida inteira gera tormento e martírio.
A hora da verdade não deve ser adiada. Nada a temer senão a farsa, os artifícios, os esquemas e as sombras – A luz traz claridade, aquece e lança fora mofos e fungos, que como o mal, crescem melhor na penumbra e nos porões de nosso inconsciente. A Bíblia nos convida, não a fugirmos, mas a nos aproximarmos do “Pai das luzes”. Isto pode parecer ameaçador, mas é terapêutico!
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