O filme "enemy at the Gates", retrata a dura tensão vivida pelo povo russo diante da invasão alemã. Um jovem e talentoso atirador, qualidade esta herdada de seu avô é posto praticamente sem arma, diante de um inimigo impiedoso. Por suas habilidades com o rifle, tornou-se herói diante de seu povo, saindo assim do anonimato. As armas que ele usou durante este tempo encontram-se num museu em Leningrado.
Quando seu superior visita os soldados, encontra uma tropa desanimada diante das perdas. Ao perguntar o que estava faltando para que os mesmos fossem encorajados, um deles responde, de forma conclusiva e direta: Falta esperança!
Mais do que qualquer coisa que eu tema diante de tantos escândalos resultantes deste mar de lamas em que se meteu nossos políticos, estou temeroso do "ripley effect" que isto possa trazer à outra geração que se seguirá à nossa. Temo que deixemos um legado de cinismo, falta de crítica, ausência de sonhos e perda da esperança. Este seria o maior mal que poderíamos deixar em nossa herança histórica. Trabalhar com um povo sem esperança e sem sonhos é algo muito nocivo. Esperança é uma palavra chave na essência de todo ser humano. Viver sem sonhar, sem crer, sem esperar é passar pela vida e não viver.
Converse com os jovens dos colégios da periferia ou mesmo das escolas mais caras das cidades: Como estão seus sonhos? Qual são suas expectativas e em que confiam? O que eles esperam do futuro? Analisem por exemplo, uma estatística citada recentemente de uma universidade do Rio de Janeiro na qual 44% dos estudantes responderam que acham que a melhor forma de governo para o Brasil é a ditadura. Perderam a fé na democracia, na capacidade embutida no peito de cada um de nós de sermos agentes de transformação histórica. Roubaram a esperança desta geração e isto é uma crueldade sem precedente de nossas lideranças políticas e empresariais. Nada pode ser pior para um povo que retirar-lhe a capacidade de sonhar. Mesmo porque um povo impotente tende a se tornar violento, criando uma espécie de "violência reativa", segundo a definição dos sociólogos.
"O homem não pode, contudo, sobreviver sem esperança, é a esperança que nos dá autoconsistência" (Rubem Alves, O enigma da religião, pg. 124). Uma das coisas mais impressionantes na mensagem de Cristo era sua capacidade de gerar esperança a pessoas que haviam perdido sua referência antropológica e existencial. Olha para uma mulher enlutada e diz: "não chores". Encontra-se com um pai desesperançado que lhe pergunta se existe alguma coisa que possa ser feito e ele afirma: "tudo é possível ao que crê". Conversa com Marta e Maria e gera esperança na alma ao afirmar que se elas cressem "veriam a glória de Deus!". Na verdade, A atmosfera de grande expectativa é o forte solo para grandes milagres.
O que falta a esta geração? Esperança! Porque só ela pode mobilizar nossos significados, dar sentido à alma, fazer gente prostrada erguer novamente a cabeça, gerar sonhos e expectativas. Precisamos de esperança histórica, existencial, filosófica, mas acima de tudo, precisamos também de esperança em Deus, sentido final de nossa existência.
segunda-feira, 26 de setembro de 2005
Esperança e Vida
O filme "enemy at the Gates", retrata a dura tensão vivida pelo povo russo diante da invasão alemã. Um jovem e talentoso atirador, qualidade esta herdada de seu avô é posto praticamente sem arma, diante de um inimigo impiedoso. Por suas habilidades com o rifle, tornou-se herói diante de seu povo, saindo assim do anonimato. As armas que ele usou durante este tempo encontram-se num museu em Leningrado.
Quando seu superior visita os soldados, encontra uma tropa desanimada diante das perdas. Ao perguntar o que estava faltando para que os mesmos fossem encorajados, um deles responde, de forma conclusiva e direta: Falta esperança!
Mais do que qualquer coisa que eu tema diante de tantos escândalos resultantes deste mar de lamas em que se meteu nossos políticos, estou temeroso do "ripley effect" que isto possa trazer à outra geração que se seguirá à nossa. Temo que deixemos um legado de cinismo, falta de crítica, ausência de sonhos e perda da esperança. Este seria o maior mal que poderíamos deixar em nossa herança histórica. Trabalhar com um povo sem esperança e sem sonhos é algo muito nocivo. Esperança é uma palavra chave na essência de todo ser humano. Viver sem sonhar, sem crer, sem esperar é passar pela vida e não viver.
Converse com os jovens dos colégios da periferia ou mesmo das escolas mais caras das cidades: Como estão seus sonhos? Qual são suas expectativas e em que confiam? O que eles esperam do futuro? Analisem por exemplo, uma estatística citada recentemente de uma universidade do Rio de Janeiro na qual 44% dos estudantes responderam que acham que a melhor forma de governo para o Brasil é a ditadura. Perderam a fé na democracia, na capacidade embutida no peito de cada um de nós de sermos agentes de transformação histórica. Roubaram a esperança desta geração e isto é uma crueldade sem precedente de nossas lideranças políticas e empresariais. Nada pode ser pior para um povo que retirar-lhe a capacidade de sonhar. Mesmo porque um povo impotente tende a se tornar violento, criando uma espécie de "violência reativa", segundo a definição dos sociólogos.
"O homem não pode, contudo, sobreviver sem esperança, é a esperança que nos dá autoconsistência" (Rubem Alves, O enigma da religião, pg. 124). Uma das coisas mais impressionantes na mensagem de Cristo era sua capacidade de gerar esperança a pessoas que haviam perdido sua referência antropológica e existencial. Olha para uma mulher enlutada e diz: "não chores". Encontra-se com um pai desesperançado que lhe pergunta se existe alguma coisa que possa ser feito e ele afirma: "tudo é possível ao que crê". Conversa com Marta e Maria e gera esperança na alma ao afirmar que se elas cressem "veriam a glória de Deus!". Na verdade, A atmosfera de grande expectativa é o forte solo para grandes milagres.
O que falta a esta geração? Esperança! Porque só ela pode mobilizar nossos significados, dar sentido à alma, fazer gente prostrada erguer novamente a cabeça, gerar sonhos e expectativas. Precisamos de esperança histórica, existencial, filosófica, mas acima de tudo, precisamos também de esperança em Deus, sentido final de nossa existência.
Quando seu superior visita os soldados, encontra uma tropa desanimada diante das perdas. Ao perguntar o que estava faltando para que os mesmos fossem encorajados, um deles responde, de forma conclusiva e direta: Falta esperança!
Mais do que qualquer coisa que eu tema diante de tantos escândalos resultantes deste mar de lamas em que se meteu nossos políticos, estou temeroso do "ripley effect" que isto possa trazer à outra geração que se seguirá à nossa. Temo que deixemos um legado de cinismo, falta de crítica, ausência de sonhos e perda da esperança. Este seria o maior mal que poderíamos deixar em nossa herança histórica. Trabalhar com um povo sem esperança e sem sonhos é algo muito nocivo. Esperança é uma palavra chave na essência de todo ser humano. Viver sem sonhar, sem crer, sem esperar é passar pela vida e não viver.
Converse com os jovens dos colégios da periferia ou mesmo das escolas mais caras das cidades: Como estão seus sonhos? Qual são suas expectativas e em que confiam? O que eles esperam do futuro? Analisem por exemplo, uma estatística citada recentemente de uma universidade do Rio de Janeiro na qual 44% dos estudantes responderam que acham que a melhor forma de governo para o Brasil é a ditadura. Perderam a fé na democracia, na capacidade embutida no peito de cada um de nós de sermos agentes de transformação histórica. Roubaram a esperança desta geração e isto é uma crueldade sem precedente de nossas lideranças políticas e empresariais. Nada pode ser pior para um povo que retirar-lhe a capacidade de sonhar. Mesmo porque um povo impotente tende a se tornar violento, criando uma espécie de "violência reativa", segundo a definição dos sociólogos.
"O homem não pode, contudo, sobreviver sem esperança, é a esperança que nos dá autoconsistência" (Rubem Alves, O enigma da religião, pg. 124). Uma das coisas mais impressionantes na mensagem de Cristo era sua capacidade de gerar esperança a pessoas que haviam perdido sua referência antropológica e existencial. Olha para uma mulher enlutada e diz: "não chores". Encontra-se com um pai desesperançado que lhe pergunta se existe alguma coisa que possa ser feito e ele afirma: "tudo é possível ao que crê". Conversa com Marta e Maria e gera esperança na alma ao afirmar que se elas cressem "veriam a glória de Deus!". Na verdade, A atmosfera de grande expectativa é o forte solo para grandes milagres.
O que falta a esta geração? Esperança! Porque só ela pode mobilizar nossos significados, dar sentido à alma, fazer gente prostrada erguer novamente a cabeça, gerar sonhos e expectativas. Precisamos de esperança histórica, existencial, filosófica, mas acima de tudo, precisamos também de esperança em Deus, sentido final de nossa existência.
quarta-feira, 21 de setembro de 2005
Os limites do Materialismo
O economista Robert Fogel, Prêmio Nobel em Economia, escreveu interessante livro chamado The Fourth Great Awakening & The Future of Egalitarianism, (383 pp. University of Chicago Press), mostrando que economia e mudanças tecnológicas na história sempre colidiram com valores morais e produziram crises espirituais.
Um dos aspectos mais interessantes desta crise foi cognominada pelo terapeuta Stephen Goldbart de "síndrome imediata da riqueza", que é caracterizada pela "culpa excessiva" e "confusão de identidades".
Segundo Fogel, em nossa era, grandes tensões são paradoxalmente resultantes da abundância. Pessoas com maior poder de ganho tem se tornado acuadas, culpadas, ansiosas e menos capazes de desfrutar as riquezas que conseguiram gerar. O enriquecimento material, segundo ele, não necessariamente implica em plenitude de vida interior, nem cura de males sociais. Para Fogel "as grandes controvérsias de hoje são mais espirituais que econômicas".
Não é difícil ouvir isto de um pregador, de um padre ou de um idealista, mas é interessante lembrar que quem denuncia estes rumos e fala destas tensões é um economista respeitado no mundo inteiro por suas idéias.
Materialismo, curiosamente, pode ser fator de grandes contradições na alma humana. "É a preocupação com a posse, mais do que qualquer outra coisa, que impede o homem de viver livre e nobremente" (Bertrand Russel). Andrew Carnegie chegou a exclamar de forma extremamente pessimista: "morrer rico é uma desgraça". Não nos parece estranho que um homem tão rico despreze tanto aquilo que para nós parece ser uma grande fonte de alegria que são bens materiais?
Uma pessoa certa vez afirmou "Na maior parte de nossa vida é gasta comprando coisas que não precisamos, com dinheiro que não temos, para agradar pessoas que gostamos menos ainda".
Karl Meninger conta o caso de um paciente que, sufocado por suas grandes posses procurou terapia porque sua vida já não parecia ter mais alegria nem interesse. Ele afirmou em desespero que não tinha a menor idéia do que fazer com todo o seu dinheiro. "Não preciso dele, mas não consigo suportar a idéia de dá-lo". Diante disto, Meninger o questionou: "De modo que decidiu matar-se a fim de fugir dele?" Na terapia, chegaram a conclusão de que se ele pelo menos soubesse dar parte de seus bens, boa parte de sua crise seria sanada, mas acabou não o fazendo. E Meninger concluiu: "Não fez nada. Viveu por mais alguns anos e depois morreu prematuramente, para a satisfação de seus herdeiros e sócios que ainda não tinham atingido seu estado, embora sofressem do mesmo mal". (Meninger, Karl – O pecado de nossa época, pg 146).
Abundância pode gerar ansiedade. Nós somos incrivelmente liberados para sermos autênticos conosco mesmo, mas isto pode desembocar em auto-indulgência destrutiva. O limite do materialismo esbarra naquele ponto no qual, já não conseguimos mais ser livres para viver, mas escravos do ter.
Um dos aspectos mais interessantes desta crise foi cognominada pelo terapeuta Stephen Goldbart de "síndrome imediata da riqueza", que é caracterizada pela "culpa excessiva" e "confusão de identidades".
Segundo Fogel, em nossa era, grandes tensões são paradoxalmente resultantes da abundância. Pessoas com maior poder de ganho tem se tornado acuadas, culpadas, ansiosas e menos capazes de desfrutar as riquezas que conseguiram gerar. O enriquecimento material, segundo ele, não necessariamente implica em plenitude de vida interior, nem cura de males sociais. Para Fogel "as grandes controvérsias de hoje são mais espirituais que econômicas".
Não é difícil ouvir isto de um pregador, de um padre ou de um idealista, mas é interessante lembrar que quem denuncia estes rumos e fala destas tensões é um economista respeitado no mundo inteiro por suas idéias.
Materialismo, curiosamente, pode ser fator de grandes contradições na alma humana. "É a preocupação com a posse, mais do que qualquer outra coisa, que impede o homem de viver livre e nobremente" (Bertrand Russel). Andrew Carnegie chegou a exclamar de forma extremamente pessimista: "morrer rico é uma desgraça". Não nos parece estranho que um homem tão rico despreze tanto aquilo que para nós parece ser uma grande fonte de alegria que são bens materiais?
Uma pessoa certa vez afirmou "Na maior parte de nossa vida é gasta comprando coisas que não precisamos, com dinheiro que não temos, para agradar pessoas que gostamos menos ainda".
Karl Meninger conta o caso de um paciente que, sufocado por suas grandes posses procurou terapia porque sua vida já não parecia ter mais alegria nem interesse. Ele afirmou em desespero que não tinha a menor idéia do que fazer com todo o seu dinheiro. "Não preciso dele, mas não consigo suportar a idéia de dá-lo". Diante disto, Meninger o questionou: "De modo que decidiu matar-se a fim de fugir dele?" Na terapia, chegaram a conclusão de que se ele pelo menos soubesse dar parte de seus bens, boa parte de sua crise seria sanada, mas acabou não o fazendo. E Meninger concluiu: "Não fez nada. Viveu por mais alguns anos e depois morreu prematuramente, para a satisfação de seus herdeiros e sócios que ainda não tinham atingido seu estado, embora sofressem do mesmo mal". (Meninger, Karl – O pecado de nossa época, pg 146).
Abundância pode gerar ansiedade. Nós somos incrivelmente liberados para sermos autênticos conosco mesmo, mas isto pode desembocar em auto-indulgência destrutiva. O limite do materialismo esbarra naquele ponto no qual, já não conseguimos mais ser livres para viver, mas escravos do ter.
quarta-feira, 14 de setembro de 2005
Investir em Gente
Um dos conceitos mais importantes para o mundo da liderança é entender o valor do ser humano e a importância de se investir em vidas.
Não tenho dificuldade nenhuma em pensar em Jesus como grande líder, não apenas pelo fato de ser cristão, mas por perceber a extensão e profundidade que sua liderança produziu no caráter e mente de milhares de pessoas, atualmente cerca de 2 milhões de pessoas no mundo consideram-se cristãs. Hunter no seu interessante livro "O monge e o executivo", faz questão de frisar estes aspectos fortes da liderança na vida de Jesus ressaltando alguns pontos na abordagem de Jesus que ele chama de "A essência da liderança".
Qual foi a ênfase de Jesus no seu estilo de liderança? Investimento em gente!
Durante 3 anos de seu ministério investiu o seu tempo, de forma maciça e intencional, no treinamento de 12 homens. Foram três anos de caminhada com aquelas pessoas, algumas delas extremamente rudes no trato, arrogantes em suas pretensões, infantis nos seus projetos e equivocadas quanto ao propósito de Jesus. Mas Jesus realmente investiu nelas.
Durante este tempo, Jesus não construiu uma estrutura, não fez construção, não levantou nenhuma parede. Não teve sede, nem escritório de planejamento mas investiu neste capital humano e aquele grupo, com toda sua fragilidade, tornou-se a base e a estrutura para a solidificação da maior religião que atualmente existe no planeta. Sua preocupação básica sempre foi com pessoas, ele queria mudar vidas e investiu na educação do caráter, incutindo naqueles homens simples uma idéia de grandeza e os encharcou de sonhos e visões aparentemente utópicos, mas aqueles homens entenderam a mensagem.
Investir em gente nem sempre é fácil, como afirma George Keller: "A idéia de se investir em capital humano é difícil de apreender, difícil de ser medida com exatidão e radical em suas implicações (...) os lucros do investimento em uma pessoa produzem-se lentamente e não com rapidez, como os dividendos de uma ação".
Temos que entender que a grandeza de uma nação não está na obras faraônicas que produz, mas no investimento que faz nas pessoas. Alguns anos atrás uma campanha populista foi desencadeada pelo governo de Goiás que fazia propaganda por terem construído 1000 salas em um ano, mas enquanto se gastava recursos neste projeto, os professores continuavam esquecidos, mal treinados, com salário de fome e tendo que dar o melhor de si, com salários atrasados e situação de miséria.
Temos que descobrir esta grande verdade: A chave do desenvolvimento social está diretamente ligada ao investimento que fazemos na vida das futuras gerações. Se tivermos ousadia para gastar em vidas, o retorno estará garantido. Construções e monumentos não geram vidas, apenas vidas têm o poder de gerar vidas.
Obras são necessárias, mas não prioritárias. Nada pode substituir o investimento de fazer das pessoas nosso principal valor. Alfred Marshal, grande economista inglês do final do século XIX afirmou que "o mais valioso capital é o investido em seres humanos". Será que algum dia vamos descobrir o significado desta grande verdade?
Pagamos mal, assalariamos mal, compramos máquinas que custam milhões de dólares para serem rodadas por pessoas que ganham míseros reais. Nos esquecemos que nenhuma obra funciona sem obreiros, e que nenhuma sala de aula funciona por si só. Podemos ter obreiros sem obra e professores sem salas de aula, mas jamais esta situação poderá ser invertida!
Não tenho dificuldade nenhuma em pensar em Jesus como grande líder, não apenas pelo fato de ser cristão, mas por perceber a extensão e profundidade que sua liderança produziu no caráter e mente de milhares de pessoas, atualmente cerca de 2 milhões de pessoas no mundo consideram-se cristãs. Hunter no seu interessante livro "O monge e o executivo", faz questão de frisar estes aspectos fortes da liderança na vida de Jesus ressaltando alguns pontos na abordagem de Jesus que ele chama de "A essência da liderança".
Qual foi a ênfase de Jesus no seu estilo de liderança? Investimento em gente!
Durante 3 anos de seu ministério investiu o seu tempo, de forma maciça e intencional, no treinamento de 12 homens. Foram três anos de caminhada com aquelas pessoas, algumas delas extremamente rudes no trato, arrogantes em suas pretensões, infantis nos seus projetos e equivocadas quanto ao propósito de Jesus. Mas Jesus realmente investiu nelas.
Durante este tempo, Jesus não construiu uma estrutura, não fez construção, não levantou nenhuma parede. Não teve sede, nem escritório de planejamento mas investiu neste capital humano e aquele grupo, com toda sua fragilidade, tornou-se a base e a estrutura para a solidificação da maior religião que atualmente existe no planeta. Sua preocupação básica sempre foi com pessoas, ele queria mudar vidas e investiu na educação do caráter, incutindo naqueles homens simples uma idéia de grandeza e os encharcou de sonhos e visões aparentemente utópicos, mas aqueles homens entenderam a mensagem.
Investir em gente nem sempre é fácil, como afirma George Keller: "A idéia de se investir em capital humano é difícil de apreender, difícil de ser medida com exatidão e radical em suas implicações (...) os lucros do investimento em uma pessoa produzem-se lentamente e não com rapidez, como os dividendos de uma ação".
Temos que entender que a grandeza de uma nação não está na obras faraônicas que produz, mas no investimento que faz nas pessoas. Alguns anos atrás uma campanha populista foi desencadeada pelo governo de Goiás que fazia propaganda por terem construído 1000 salas em um ano, mas enquanto se gastava recursos neste projeto, os professores continuavam esquecidos, mal treinados, com salário de fome e tendo que dar o melhor de si, com salários atrasados e situação de miséria.
Temos que descobrir esta grande verdade: A chave do desenvolvimento social está diretamente ligada ao investimento que fazemos na vida das futuras gerações. Se tivermos ousadia para gastar em vidas, o retorno estará garantido. Construções e monumentos não geram vidas, apenas vidas têm o poder de gerar vidas.
Obras são necessárias, mas não prioritárias. Nada pode substituir o investimento de fazer das pessoas nosso principal valor. Alfred Marshal, grande economista inglês do final do século XIX afirmou que "o mais valioso capital é o investido em seres humanos". Será que algum dia vamos descobrir o significado desta grande verdade?
Pagamos mal, assalariamos mal, compramos máquinas que custam milhões de dólares para serem rodadas por pessoas que ganham míseros reais. Nos esquecemos que nenhuma obra funciona sem obreiros, e que nenhuma sala de aula funciona por si só. Podemos ter obreiros sem obra e professores sem salas de aula, mas jamais esta situação poderá ser invertida!
quinta-feira, 8 de setembro de 2005
Ame o Brasil!
Um dos maiores problemas nas relações familiares se dá quando o filho já não mais respeita seus pais. A falta de respeito pode surgir por várias razões, desde o excesso de autoritarismo, contradições na educação, incoerência familiar, excessiva liberalidade até a falta de autoridade moral. Quando isto acontece, em geral, seus afetos foram atingidos e sofreram fragmentação.
Patriotismo é algo também relacional, tem a ver com os afetos. Fico assustado quando percebo que amor à pátria se parece retrógrado ou fora de moda, algo que deixou de ter valor e significado. Precisamos também entender porque as gerações atuais não conseguem mais respeitar suas lideranças políticas, e perderam a vontade de lutar pela sua pátria e não amam mais os símbolos de sua própria nação.
Estive muito próximo do fatídico incidente do dia 11 de Setembro de 2001 no World Trade Center. Morava na América e vi a dor e a solidariedade de uma nação que ficou de luto diante daquela agressão. Uma das coisas que mais me emocionou foi ver o amor daquele povo pela sua bandeira. Numa rua apenas, minha esposa contou mais de cem bandeiras. Algumas casas foram literalmente enfeitadas pelas cores da América. Fiquei feliz em ver tamanha manifestação de patriotismo e triste por ver que nosso país não tem despertado nos seus filhos paixão semelhante.
Nossa nação merece coisa melhor de seus filhos. Este desrespeito não nasce num vácuo histórico, antes possui etiologia, raízes na forma cínica como a liderança e burguesia tem tratado seus filhos. Falta dignidade, falta brio, falta amor. O resultado tem sido o surgimento de uma geração com dificuldade de lutar por ideais, sonhos, porque falta esperança de que algo realmente digno venha a acontecer diante de tantos desmandos.
Precisamos amar nosso país. Isto deve começar com o desejo de ver uma geração melhor educada, gente pobre tendo direito a saúde e educação, os interesses privados subordinados a um bom maior que é o da nação. Podem ser gestos simples como a porta da casa limpa e a calçada da casa sem lixos e entulhos. Começa com o desejo de ver minha rua mais bonita, de não querer jogar lixo na rua, nem latas de refrigerantes e lixos para fora do carro emporcalhando a cidade. De não se evadir, de não fugir da luta, de usar nossa bandeira com orgulho e amar a terra em que nascemos.
Que grande prejuízo uma liderança política, cínica e cruel, tem causado às gerações futuras. Como isto tem sido prejudicial ao espírito patriótico de nossos estudantes e filhos. Como temos retirado o valor e a dignidade do peito de nossos estudantes...
Ame o seu país com fé e orgulho! Tal amor consegue retirar de nossas entranhas a hipocrisia e a irresponsabilidade com os pobres. Um amigo meu considerou que se ele vendesse sua empresa e fizesse uma aplicação financeira no mercado de capitais seu lucro seria maior. No entanto, afirma, fazendo isto eu colocaria mais pessoas desempregadas na praça e na sua visão, isto não seria bom para aquelas famílias e nem para o Brasil. Com pequenos gestos assim, se constrói uma nação de valor.
Daria tudo para entender a estupidez de lideranças políticas jovens, bem remuneradas e de empresários abonados, que poderiam prestar um enorme serviço à sua nação mas resolvem usurpá-la pela corrupção e venda da consciência em troca de privilégios financeiros. De funcionários públicos que pelo seu trabalho poderiam transformar sua cidade, seu bairro ou sua escola, mas preferem a mediocridade e são incapazes de pensar no legado que estão deixando para seus filhos e netos.
Ame o Brasil!
Patriotismo é algo também relacional, tem a ver com os afetos. Fico assustado quando percebo que amor à pátria se parece retrógrado ou fora de moda, algo que deixou de ter valor e significado. Precisamos também entender porque as gerações atuais não conseguem mais respeitar suas lideranças políticas, e perderam a vontade de lutar pela sua pátria e não amam mais os símbolos de sua própria nação.
Estive muito próximo do fatídico incidente do dia 11 de Setembro de 2001 no World Trade Center. Morava na América e vi a dor e a solidariedade de uma nação que ficou de luto diante daquela agressão. Uma das coisas que mais me emocionou foi ver o amor daquele povo pela sua bandeira. Numa rua apenas, minha esposa contou mais de cem bandeiras. Algumas casas foram literalmente enfeitadas pelas cores da América. Fiquei feliz em ver tamanha manifestação de patriotismo e triste por ver que nosso país não tem despertado nos seus filhos paixão semelhante.
Nossa nação merece coisa melhor de seus filhos. Este desrespeito não nasce num vácuo histórico, antes possui etiologia, raízes na forma cínica como a liderança e burguesia tem tratado seus filhos. Falta dignidade, falta brio, falta amor. O resultado tem sido o surgimento de uma geração com dificuldade de lutar por ideais, sonhos, porque falta esperança de que algo realmente digno venha a acontecer diante de tantos desmandos.
Precisamos amar nosso país. Isto deve começar com o desejo de ver uma geração melhor educada, gente pobre tendo direito a saúde e educação, os interesses privados subordinados a um bom maior que é o da nação. Podem ser gestos simples como a porta da casa limpa e a calçada da casa sem lixos e entulhos. Começa com o desejo de ver minha rua mais bonita, de não querer jogar lixo na rua, nem latas de refrigerantes e lixos para fora do carro emporcalhando a cidade. De não se evadir, de não fugir da luta, de usar nossa bandeira com orgulho e amar a terra em que nascemos.
Que grande prejuízo uma liderança política, cínica e cruel, tem causado às gerações futuras. Como isto tem sido prejudicial ao espírito patriótico de nossos estudantes e filhos. Como temos retirado o valor e a dignidade do peito de nossos estudantes...
Ame o seu país com fé e orgulho! Tal amor consegue retirar de nossas entranhas a hipocrisia e a irresponsabilidade com os pobres. Um amigo meu considerou que se ele vendesse sua empresa e fizesse uma aplicação financeira no mercado de capitais seu lucro seria maior. No entanto, afirma, fazendo isto eu colocaria mais pessoas desempregadas na praça e na sua visão, isto não seria bom para aquelas famílias e nem para o Brasil. Com pequenos gestos assim, se constrói uma nação de valor.
Daria tudo para entender a estupidez de lideranças políticas jovens, bem remuneradas e de empresários abonados, que poderiam prestar um enorme serviço à sua nação mas resolvem usurpá-la pela corrupção e venda da consciência em troca de privilégios financeiros. De funcionários públicos que pelo seu trabalho poderiam transformar sua cidade, seu bairro ou sua escola, mas preferem a mediocridade e são incapazes de pensar no legado que estão deixando para seus filhos e netos.
Ame o Brasil!
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