domingo, 20 de setembro de 2020

Ez 18 A Responsabilidade é pessoal


A Responsabilidade é pessoal

Ezequiel 18

 

 

 

Introdução 

 

Este texto é fundamental para entendermos a responsabilidade pessoal que cada um tem diante de Deus. Ele destrói alguns conceitos equivocados sobre maldição hereditária, tão apregoado no Brasil nas décadas de 80 e 90. Ele assegura que, por mais que creiamos na doutrina do pacto geracional ou pacto das alianças, ser cristão não é uma questão de nascimento biológico ou hereditário, cada um precisa tomar sua posição, e ele nos reafirma a importância de manter uma vida de continuo temor e piedade diante de Deus, e por fim, nos mostra que “com Deus não se brinca, pois aquilo que o homem semear, isto também ceifará”. 

 

Ele estabelece algumas leis fundamentais na relação do homem com Deus. Podemos extrair do texto pelo menos cinco leis:

 

Primeira Lei, ninguém é responsabilizado pelo pecado do outro. Que tendes vós, vós que, acerca da terra de Israel, proferis este provérbio dizendo: os pais comeram uvas verdes , e os dentes dos filhos é que se embotaram” (Ez 18.2). 

 

Havia na mente de Israel esta falsa ideia, de que os filhos estão assim por causa dos pais. Eles tinham até um provérbio: “os pais comeram uvas verdes , e os dentes dos filhos é que se embotaram”. Deus então vem se interpor a esta linha de pensamento afirmando que a responsabilidade é individual. 

 

Esta lei quebra o errôneo conceito da maldição hereditária. É muito comum pessoas atribuírem comportamentos e vícios que atravessam gerações em uma família, a uma suposta maldição, que precisa ser quebrada com rituais feitos por pessoas espirituais que possuem determinados dons especiais de libertação.

 

Muitas pessoas, já convertidas, sofreram muito com esta doutrina. Se o avô de uma pessoa foi macumbeiro, logo, mesmo convertido a Cristo, certamente a sina da macumba está sobre sua vida e aquela pessoa ainda está debaixo desta força espiritual herdada da família. 

 

Por outro lado, se meu avô era adúltero, e meu pai também foi infiel, isto significa que paira sobre a minha ascendência familiar, um poder que pode me levar também a ser adúltero. Ou se há ladrões na família, gente mau caráter, posso ainda estar debaixo desta maldição.

 

A resposta bíblica a isto pode ser dada em algumas direções:

A.   Maldição e benção são termos teológicos. Portanto, só o mundo espiritual pode atribuir tal sentença.

 

B.    Uma pessoa nascida de novo, começa um novo ciclo de vida espiritual diante de Deus. “Aquele que está em Cristo, nova criatura é, as coisas antigas passaram, tudo se fez novo”(2 Co 5.17). Se tudo se fez novo, logo, o convertido foi lavado pelo sangue de Cristo, e uma nova realidade surge na vida pelo poder do Espírito Santo que habita em sua vida. Ninguém pode ser novo convertido e ainda assim estar debaixo de uma maldição. 

 

C.    A atitude de espiritualizar comportamentos, retira do homem a capacidade de assumir responsabilidade sobre seus próprios atos. Muito do que fazemos, é fruto de decisões equivocadas e atitudes que assumimos. Não podemos culpar o diabo quando a culpa é nossa.

 

D.   A obra de Cristo, quebra o ciclo de comportamentos e atitudes familiares. “Sabendo que não foi por ouro nem prata, que fostes resgatados do vosso fútil comportamento que vossos pais vos legaram”. (1 Pe 1.18). Nosso coração tende para a futilidade, e nossa tradições familiares igualmente tendem para o vazio. É o orgulho, a lascívia, uma vida distanciada de Deus, a avareza, etc., mas o sangue de Cristo é capaz de começar uma nova história. 

 

Segunda Lei, o que conta não é como você começa e sim como você termina. mas desviando-se o justo da sua justiça e cometendo iniquidade... na sua transgressão com que transgrediu e no seu pecado que cometeu, neles morrerá” (Ez 18.24). 

 

Não existe um momento da vida em que alguém possa dizer: “Ok, já tive uma vida de moral inquestionável e agora posso relaxar”. Não, o prêmio não é dado para aqueles que começam bem e interrompem a carreira no meio. É preciso perseverar.

 

Não existe trégua nem férias. Não há possibilidade de construir um currículo tão sólido que dê salvaguarda para afrouxar a diligência e a vida de santidade. O justo não pode descansar no seu histórico de boas realizações e imaginar que, pelo tanto que fez, não há necessidade de fazer mais nada. 

 

Jesus foi muito claro ao afirmar: “Aquele que perseverar até o fim, este será salvo” (Mt 24.13). A vida cristã não é uma corrida de 100 metros rasos, mas uma maratona. O que conta não é como você começa, mas como você termina. Infelizmente na Bíblia, segundo Robert Clinton, 2/3 dos líderes terminaram mal sua trajetória. Começaram bem, mas falharam. Alguns no meio da caminhada, outros no final. Saul começou com uma unção especial de Deus com derramamento de óleo da unção, quebrantado na presença de Samuel, chegando até mesmo a se fundir aos profetas de Israel e terminou seus dias de forma patética, consultando uma médium e suicidando-se.

 

Terceira Lei, conversão e retidão devem ser contínuos. “Convertei-vos e vivei” (Ez 18.30).

 

Para quem esta mensagem está sendo dirigida? Não aos pagãos, mas ao povo de Deus. É preciso se converter, não apenas no momento inicial, mas constantemente à Deus. 

Quando Martinho Lutero afixou as 95 teses na Catedral de Wittemberg, em 31 de Outubro de 1517, sua primeira tese tem a ver com arrependimento dos cristãos: “A vida dos cristãos deve ser de continua penitência”. A palavra penitência seria melhor traduzida para nossos dias por arrependimento. 

 

A verdade é que um dia nos arrependemos dos pecados que cometemos contra Deus, de nossa rebeldia, e até mesmo da nossa justiça própria, de achar que poderíamos ser salvos por nosso esforço e currículo espiritual. Nos convertemos das nossas boas obras para salvação, para a obra plena de Cristo, que assumiu nosso lugar na cruz. Mas esta conversão inicial é apenas o inicio. Diariamente precisamos nos arrepender, trazer nosso coração à submissão à Cristo. 

 

Por esta razão, conversão deve ser algo constante. Vida de arrependimento e volta à Deus, continuamente. 

 

Quarta Lei, sem novo coração e novo espirito, é impossível agradar a Deus. Criai em vós coração novo e espirito novo” (Ez 18.31).

 

O problema é que somos incapazes de nos convertemos de fato a Deus. Mudança de coração não é obra humana, nem resultado da capacidade de qualquer pessoa em uma transformação radical. É obra de Deus. É o Espírito Santo que faz. O próprio Ezequiel vai descrever como isto é possível:

 

Então, aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei. Dar-vos-ei coração novo e porem dentro de vós, espirito novo, tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne. Porem dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis” (Ez 36.25-27). 

 

A obra é Deus. Sem a obra maravilhosa de regeneração realizada pelo Espírito Santo, somos incapazes de responder a Deus como convém. Esta é a essência do evangelho. De dentro para fora. De Deus para nós. Tudo começa em Deus. É monergismo. “Não que por nós mesmos sejamos capazes de fazer alguma coisa como se partisse de Deus”.

 

Jesus afirma que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. Quem opera o novo nascimento é  o Espírito Santo. Ore para que Deus lhe dê uma nova natureza. Para que ele lhe conceda coração novo e espirito novo, tire o coração de pedra e conceda um coração de carne. Porque sem um novo coração, não podemos agradar a Deus. 

 

Quinta Lei, Deus certamente julgará. “Portanto, eu vos julgarei, a cada um, segundo os seus caminhos” (Ez 18.30).

 

Há sempre o perigo de sermos enganados como Eva. Satanás insinuou: “Pode transgredir que não haverá juízo. Vocês não morrerão!” Nada acontecerá a vocês. Eva achou mesmo que poderia se rebelar contra Deus sem sofrer consequências. 

 

Sempre existe a possibilidade de assumirmos uma atitude equivocada em relação à santidade de Deus. De pecar sem sermos descobertos. De ignorarmos os sinais de sinalização dados por Deus. 

 

A alma que pecar, esta morrerá” (Ez 18.20). Em alguns versículos adiante, o texto ainda é mais enfático: “No seu pecado que cometeu, neles morrerá” (Ez 18.24). 

 

A ideia do julgamento de Deus e do seu juízo é impopular. As pessoas gostam de pensar em Deus como amor, bondade, misericórdia, mas não gostam de considerar que ele é o santo juiz, que julgará os povos com equidade. Mesmo as pessoas que negam a justiça de Deus são as primeiras a reivindicarem a justiça humana, levantam bandeiras contra a injustiça em suas diversas manifestações., mesmo sabendo que nossos sistemas judiciais são falíveis e carentes de integridade, muitas vezes atendendo a interesses políticos. Por que não haveríamos de ansiar pela justiça de Deus, que estabelece sua verdade sobre a vida de todos os homens? 

 

Conclusão 

 

Este texto fala-nos da responsabilidade pessoal que cada um de nós tem diante da vida e diante de Deus. Somos muitos hábeis em nos justificarmos diante das pessoas, a pleitearmos inocência em muitas situações, ou até mesmo acharmos que a culpa é de nossos pais. Mas devemos lembrar que a responsabilidade é individual. “O pai não levará a iniquidade dos filhos, nem os filhos a iniquidade dos pais” (Ez 18.20). Cada um de nós deverá responder diante de Deus pelas decisões assumidas e atos praticados.

 

O problema é que nenhum de nós pode pleitear justiça diante de um Deus santo. 

 

“Seria, porventura, o mortal justo diante de Deus? Seria, acaso, o homem puro diante do seu Criador? Eis que Deus não confia nos seus servos e aos seus anjos atribui imperfeições; quanto mais àqueles que habitam em casas de barro, cujo fundamento está no pó, e são esmagados como a traça!” (Jó 4.17-19)

 

Um dia teremos que comparecer perante o tribunal de Deus. Mas o que temos a apresentar a Deus? Nossas listas de boas obras são marcadas por imperfeições, motivos torpes e gananciosos, auto promocionais. 

 

A única forma de nos apresentarmos diante de Deus e sermos isentados, é com a justiça de Cristo. Ele nos substituiu morrendo na cruz em nosso lugar. Ele assumiu nossa vergonha e culpa. Ele nos lavou por seu sangue. Minha responsabilidade é pessoal, mas Jesus, assume meu lugar e me representa diante de Deus.

quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Como Responder ao Sofrimento?


Um antigo ditado diz: “O sol que derrete a cera, endurece o barro”. Esta é uma verdade universal. Respondemos de forma diferente aos estímulos recebidos. Até mesmo os organismos vivos reagem de forma diferente aos estímulos, quanto mais a mente e o coração das pessoas.

O sofrimento pode resultar em uma alma amargurada, grande frustração, angustiante ressentimento, cinismo e em um coração incrédulo, mas nem sempre precisa ser assim. Muitas pessoas se agigantam na tribulação, tornam-se mais solidárias, humanas, sensíveis, aproximam-se de Deus e transformam os dias maus em uma plataforma de maturidade e responsabilidade.

O sofrimento pode levar à amargura ou ao louvor. Pode alimentar a frieza e a indiferença ou pode nos tornar mais humanos. Também pode trazer incredulidade ou fortalecer a fé. O que conta, no final das contas, não é o que nos acontece, mas o que fazemos com aquilo que nos acontece. Não podemos impedir que tragédias nos sobrevenham, mas podemos decidir o que faremos com a calamidade que nos abate. Ninguém está livre do sinistro, mas podemos abstrair-nos do cinismo.

A qualidade do nosso caráter será testada no deserto, ao mesmo tempo em que descobrimos, no deserto, que tipo de fé nos possui. Uma fé robusta ou uma fé relativa. À medida que aprendemos sobre Deus e sua bondade, começamos a colocar novas lentes e enxergar os eventos de forma diferente.

Muitos experimentaram a solidão do deserto, a crueldade do abandono e a violência da traição, sofreram o constrangimento de serem ignorados e precisaram lidar com a incerteza do amanhã e a falta de segurança sobre o futuro. A enfermidade inesperada bateu à porta, o desemprego se tornou realidade, os projetos ruíram e a suposta segurança se esvaiu. Nestas horas, enfrentamos quebras, lutos e angústias e, se não tivermos a correta reação, isso pode arruinar nossa esperança e fé.

Uma coisa, porém, é certa: não há dor que dure para sempre, nem lágrima que não possa ser enxugada. Alguns anos atrás, deparei-me com uma frase que chamou muito a minha atenção. “Não há dor na terra que os céus não possam curar”. Na Bíblia há uma promessa maravilhosa: “O choro pode durar a noite inteira, mas a alegria vem ao amanhecer”.

Por mais que nos preparemos para enfrentar a adversidade, ela sempre nos surpreende. Mas, se entendermos que todos enfrentaremos dias maus e a que a dor é democrática e faz parte da humanidade, em tempos difíceis seremos capazes de responder com fé ao sofrimento que experimentamos.

Medo e Fé


Medo e fé são antagônicos. Não caminham na mesma trilha, não comungam da mesma visão e um se opõe ao outro. Se você está encharcado de fé, o medo desaparece. Se você é dominado pelo medo, a fé se dissipa. Infelizmente, o medo tem um potencial muito grande para crescer dentro de nós quando perdemos o controle das circunstâncias.

Isso aconteceu recentemente em nossa família. Minha cunhada teve covid-19 e seu quadro agravou-se. De repente, foi levada ao hospital para ter condições de respirar melhor e após três dias de UTI, a possibilidade de ela morrer tornou-se real. Subitamente, ficamos todos fragilizados. A morte se aproximou. Ficamos amedrontados porque perdemos o controle da situação - na verdade, nós nunca temos o controle das circunstâncias. Felizmente, após seis dias ela saiu da UTI e já está recuperada em casa, mas a situação de medo esteve presente. A fé parecia desvanecer-se

É sempre assim a dinâmica entre Fé & Medo: maior fé, maior segurança e menos medo. Maior medo, menos segurança e menos fé.

Curiosamente, 80% do nosso pensamento é dominado pelo passado ou futuro. Temos cerca de 70 mil pensamentos por dia, o que equivale a três mil pensamentos por hora e 50 pensamentos por minuto. Quanto desse tempo é consumido com medo? Quanto desse tempo é gasto no passado ou no futuro ao invés de o foco ser mantido no presente?

O problema de ficarmos presos ao passado é que as memórias podem dificultar o enfrentamento do presente ora com fantasias de que o passado era melhor, ora com culpa ou medo do que vivemos. Pessoas presas ao passado tornam-se melancólicas mais facilmente. Tentam, em vão, modificar o passado e alimentam-se de lembranças, algumas delas vergonhosas e desastrosas.

Se você foca no futuro também pode ser consumido pela “pré-ocupação” ou pela ansiedade, pelo medo do que lhe possa acontecer e isso afeta, poderosamente, sua saúde. Ansiedade traz cansaço, esgotamento físico e falta de concentração. Infelizmente, a ansiedade não ajuda em nada. Jesus disse aos seus discípulos: “qual de vós, por mais ansioso que esteja, pode acrescentar um minuto à sua existência?” A ansiedade é mórbida e paralisante. Ela gera medo, dissipa a fé e nos destrói pela insegurança.

Jesus percebia claramente a predisposição para o medo no coração de seus discípulos, pois somente no Evangelho de Mateus, por cinco vezes Ele se refere ao medo presente em seus corações, dizendo que eram “homens de pequena fé”. A ausência de fé os levava ao medo e à insegurança. Quando tinham que lidar com o medo, não eram capazes de ver quão grande era o Deus em quem criam

Nestes dias de incertezas, o que tem dominado seu coração: medo ou fé? Essas forças determinam a paz de espírito ou o desassossego e a intranquilidade. Que Deus nos dê uma ousada fé.

O Cuidado com a Terceira Idade

 



O envelhecimento populacional é um fenômeno global. Com novas drogas, melhores cuidados médicos, mais acesso à medicina moderna, as pessoas têm vivido cada vez mais. Se você vivesse na Idade Média, teria boa chance de morrer aos 32 anos ou menos porque esta era a expectativa de vida na época.

O Ministério da Saúde afirma que o Brasil já possui a quinta maior população idosa do mundo e em 2030, o número de idosos ultrapassará o total de crianças entre zero e 14 anos. O número de idosos cresce 55% por década. No mundo, o número de pessoas com idade superior a 60 anos vai chegar a 2 bilhões de pessoas até 2050.

Isso obriga o governo a pensar em políticas públicas, saúde e aposentadoria. A Previdência Social precisa projetar os próximos anos e planejar sua estrutura financeira para atender essa demanda. Trazendo para o campo pessoal, isso nos obriga, também, a olhar com sensibilidade a questão dos idosos em nossas comunidades e famílias.

Existe uma fronteira relacional que precisa ser vencida. Temos de lidar com pessoas idosas e ajudá-las em suas limitações. A nossa cultura, infelizmente, não trata os idosos com o mesmo respeito e dignidade presentes em determinadas culturas orientais.

Tanto os textos sagrados como a dinâmica familiar nos levam a considerar com mais respeito os idosos. Precisamos defender uma cultura de honra. Na Lei Mosaica, os judeus eram ensinados a levantarem-se na presença dos idosos e honrar os anciãos (Lv 19.32).

Nem sempre é tarefa fácil cuidar dos idosos, mas os filhos devem ser encorajados a cultivar atitudes de respeito e cuidado com os mais velhos. Eles aprendem vendo os pais protegendo esse grupo de pessoas mais vulnerável. Levar os pais ao médico, tirar um tempo para conversar com eles, mesmo quando já contaram a mesma história 300 vezes, levar o bolo que eles gostam de comer, estar ao lado deles e fazer caminhadas, no ritmo deles, é sempre muito importante.

Precisamos aprender que, na velhice, quando a funcionalidade diminui, é que o amor pode ser provado e aprovado, pois mostra que nos interessamos pela pessoa apenas por ser pessoa e não pelo aspecto utilitário e produtivo que, infelizmente, sempre esperamos dos outros.

Estes são grandes desafios que teremos de enfrentar: cuidar, proteger, valorizar, respeitar e honrar nossos idosos. Tudo isso é salutar e terapêutico. Traz dignidade e humanidade.