Com
o passar do tempo, vamos descobrindo que o que realmente nos dá prazer não são
coisas sofisticadas e caras, mas coisas muito simples. Meu irmão mais velho,
com o seu pragmatismo característico, costuma afirmar que, para uma criança de
4 anos, tanto faz estar na Disney World ou brincando numa piscina de plástico
no fundo do quintal de um amiguinho ou na casa da avó; diz também que a alegria
dos pais é ter a casa com os filhos e netos... Seria verdade sua afirmação ou
apenas simplismo?
Num
mundo frenético por aventuras e adrenalina, ansiosos por novas formas de prazer
e diversão, precisamos aprender a descobrir os pequenos prazeres que realmente
nos dão alegria. Um amigo me comentou que havia pensado dar uma grande festa ao
completar seus 70 anos, mas que agora está repensando, porque gostaria de ter
nesta festa apenas as pessoas que ele realmente
gostaria de ter, mas não sabe como fazer...
Uma
pessoa idosa escreveu que, à medida que gradualmente perdia a audição, pensava
no prazer da pessoa querida, no canto dos pássaros, no vento e no barulho da
chuva; com a perda gradativa da visão, passou a pensar no prazer da leitura de
um livro, na beleza do céu estrelado e da lua cheia, no charme do por de sol,
no canteiro de flores; à medida que sua dieta se tornava cada vez mais frugal,
pensava nos prazeres da comida simples e bem preparada – num feijão feito na
hora, num almoço agradável com a família e amigos. Desta forma, ia descobrindo
prazeres que a vida proporcionava e aprendia a agradecer a Deus por toda as
dádivas que havia recebido.
Cada
um possui pequenos prazeres na vida. Alguns se permitem desfrutar dos mesmos,
outros encontram dificuldades para vivenciá-los. Para mim, um dos maiores
prazeres é estar com a família, acampado à beira do rio na fazenda de um dos
meus irmãos. Tudo é muito simples, mas nada é tão reconfortante e salutar para
minha alma. Felizmente minha esposa compartilha do mesmo hobby. Isto
potencializa minha alegria.
Muitas
vezes gastamos muito dinheiro em extenuantes viagens e caros hotéis, mas não
temos sido capazes de celebrar. Eventualmente coisas simples, feitas com alegria
e singeleza de coração trazem grande contentamento. Tenho encontrado amigos que
se sentem completamente sem estresse depois de uma caminhada numa estrada de
chão, outros de apenas assentar-se do lado de fora de sua casa e contemplar o
céu estrelado. O ponto não é o que você faz, mas quanto prazer você encontra no
que faz...
Com
o passar do tempo, a gente perde a fantasia de viver para os outros, e descobre
que, a vida é essencialmente simples, e que a temos complicado demais...
Certamente existe um novo jeito de viver e contemplar a vida. Por isto Jesus
dizia: “Observai as aves dos céus... Os
lírios do campo”. Afinal, “do luar, não há mais nada a dizer; a não ser,
que a gente precisa ver o luar”.