quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Natal: O Grande Presente!

O Grande presente do Natal é o nascimento de Jesus! Esta é a maior graça do Natal. O Profeta Isaias afirma: “Para a terra que andava aflita não continuará a obscuridade (...) O povo que andava em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região da sombra da more, resplandeceu-lhes a luz. Porque tu quebraste toda opressão que pesava sobre o povo, e a vara que feria os seus ombros e o cetro do seu opressor. Porque toda bota com que anda o guerreiro no tumulto da batalha e toda veste revolvida em sangue, serão queimadas, servirão de pasto ao fogo (...) Porque um menino vos nasceu, um filho nos foi dado, e seu nome será Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Is 9.1,4-6). Natal é a grande declaração de amor que Deus faz à raça humana. É Deus se entregando, dando-se a todos nós. Portanto, o grande presente não é o que você dá, nem o que você recebe. O Grande presente é a entrega que o próprio Deus faz à humanidade. No dia em que entendemos o grande presente de Deus para nossa vida, nossa história nunca mais será a mesma. Estudiosos da Bíblia afirmam que a síntese dela encontra-se em Jo 3.16: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna”. Natal é Deus doando-se. Que estranha figura! Deus faz doação de si mesmo ao deixar sua glória e se tornar homem, assumindo sua forma humana no ventre de Maria. Em geral, os deuses pagãos fazem exigências, algumas destas bizarras, solicitando de seus adoradores pesados sacrifícios. Entidades são exigentes e ameaçadoras, os “espíritos das florestas”, nas religiões animistas, pedem grandes sacrifícios. Que surpresa entender que o Natal não fala de um Deus pedindo, mas de um Deus doando-se. Todos presentes que damos no Natal deveriam refletir a compreensão que temos de um Deus dadivoso. Por termos recebido o grande presente, respondemos em gratidão e amor, nos tornando bondosos, generosos e amáveis. Todo presente de natal deve ser uma resposta de amor, de alguém que, entendendo a grandeza do presente dado por Deus mesmo, resolve se dar, abençoando outras vidas. Em resumo: Natal não é primariamente uma lição para dar presente, mas para receber presente. Dar presente se torna secundário e resultado natural daqueles que entendem a necessidade de receber este presente de Deus. Corações agradecidos, que foram impactados pelo amor de Deus, agora, como resposta, resolvem doar-se e presentear outros. É um presente/resposta. Por outro lado, é impossível imaginar que alguém receba tão grande generosidade de um Deus que tão dadivoso, mantenha-se fechado e incapaz de fazer da sua vida uma dádiva aos outros. Os homens se parecem com seus deuses. Seguidores de deuses implacáveis e cruéis agem assim em relação ao seu semelhante. Seguidores de um Deus amoroso, generoso e gracioso como o que nos entregou Jesus, tornam-se essencialmente generosos. Quem entende Jesus, como o grande presente de Deus, será sempre generoso no seu estilo natural de viver.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

A Grande declaração de Amor



Natal é declaração de amor que Deus faz a toda humanidade.
Ele viu nosso fracasso estampado nas atitudes comezinhas do nosso dia a dia.
Viu nossas mãos vazias e todas as torres de Babel que construímos.
Viu o massacre que a violência humana gerava,
Nas pessoas indefesas, sem nome, sem identidade, sem reconhecimento humano.
Nos Carandirús e Candelárias sem fim.
No abuso do poder e na falta de vergonha dos que escrevem a história e mentem contra seus filhos, contra seu país, contra Deus.
Por isto resolveu presentear a humanidade vindo ele mesmo para estar conosco.
Para nos ensinar o que é viver e como viver.
Testemunhou os fracassos acumulados dos seres humanos na história dos homens.
E resolveu escrever uma página nova, repleta de boas novas.
Na linguagem de um poeta:
"Deus viu o homem desfigurar-se. Deixar de ser.
Perder a imagem divina nos escombros gerados
pelas guerras das garras e lanças e flechas
e balas e gases e chamas, granadas e bombas atômicas...
Deus viu os zoológicos humanos.
E fez de seu pranto-compaixão o ato dinâmico
De uma declaração de amor a toda humanidade:
Decretou o Natal!"
O natal acontece no meio de gente de vida monótona e sem grandes sonhos, como os pastores.
Torna-se realidade na história de gente periférica e simples, como Maria e José.
Revela-se naqueles que oraram tanto e tinham a impressão de que Deus se silenciara diante de seu clamor como Zacarias, Isabel e Simeão.
Historiciza-se num curral, numa manjedoura, nome bonito dado a um coxo simples onde os animais comem.
No povo que sofre,
Nos magos espiritualizados e utópicos,
Na cidade de Belém, pequena demais para figurar na lista das cidades relevantes de uma região insignificante como Judá.
Ali Deus resolve se revelar. O inteiramente outro se faz inteiramente nosso irmão. Deus se fez carne. Deus visita o planeta terra.
Natal é um evento sobrenatural em sua essência. A eternidade invade a história. A supra-história se torna factual, história humana. O Deus Todo-Poderoso se fez gente, no meio dos homens, Gerando esperança, criando amor, desvendando o caminho, rompendo os grilhões, transformando a opressão do povo que sofre.
Natal é declaração de amor de um Deus tão apaixonado pela humanidade que resolveu habitar entre ela.
Natal não é apenas um evento do passado, mas uma experiência existencial que se dá no coração daqueles que ainda hoje se deixam  impactar por esta grande declaração de amor que Deus fez à humanidade através de seu Filho Jesus.

O Melhor presente de Natal



É sempre um desafio comprar o presente adequado para as pessoas que amamos, começando dentro de casa, para a esposa (marido), filhos, pais. Já foi o tempo em que um carrinho de plástico, uma bola e uma simples boneca atendiam aos apelos e desejos dos filhos. Os presentes estão cada vez mais caros e sofisticados. Tênis custando R$ 999,00 e os tablets, Iphones, andróides facilmente dobrando esta cifra. De fato, não está nada fácil escolher o presente. E se você pretende comprar alguma lembrança para seus amigos, a tarefa ainda se torna mais complicada. O que comprar?
Criatividade é a palavra chave, mas não resolve facilmente a equação. Algumas pessoas são criativas, mas outras são péssimas para perceber e ter o “feeling” necessário. Conheci um marido tão frustrado com suas desastradas tentativas de comprar presentes, que decidiu não dar mais nenhuma lembrança nas datas especiais, mas ficava atento durante o ano para descobrir um presente, comprava e entregava imediatamente. No entanto, esta atitude pode ser frustrante quando o outro gosta do elemento surpresa e cria expectativas para datas especiais como aniversários, páscoa, dia dos namorados e natal – E quem não gosta de receber um presente nestas datas?
Dar presente pode ser um fiasco, quando aquilo que damos não possui qualquer ligação com o que o outro espera. Um presente mal escolhido transmite a idéia de desatenção aos desejos do outro. Um amigo meu comprou uma bicicleta para dar ao seu filho adolescente no natal, que era obcecado por sons, instrumentos e equipamentos eletrônicos. Ao receber o presente, ele disse sem nenhuma gratidão: “Isto aqui faz barulho?” O Pai voltou à loja para devolver o presente.
Presente é muito importante para determinadas pessoas. Algumas não ligam muito para detalhes, mas para outros isto é questão fundamental. Quando não há sintonia num casal, isto pode se tornar um grande problema. Muitos possuem uma linguagem de amor conhecida como “dar e receber presentes”. Se esta é a linguagem de amor de seu namorado (a), não se descuide porque isto pode trazer muito dissabor.
O melhor presente, porém, não tem a ver com coisas e seu custo final. O que conta mesmo é o valor agregado do gesto. Um presente apenas para cumprir tarefa, desacompanhado de outros gestos e atitudes, pode não valer muita coisa. Uma mulher recebeu um carro de presente do marido, mas o relacionamento dos dois estava passando por uma crise pesada. Ela disse que o que gostaria mesmo, é que ele se arrependesse de sua atitude, de sua rudeza e infidelidade, e voltasse o seu coração para ela. O carro, um grande presente, perdeu seu excepcional valor, por causa de outros fatores.

Um filho pode receber o presente do sonho para a maioria dos adolescentes, com todos os recursos modernos, e ainda assim, continuar distanciado e insatisfeito com seus pais. Presentes não substituem presença; carícia não substitui carinho. Uma simples lembrança num ambiente de amor causa impacto muito grande. Nem todos têm muito dinheiro para comprar caros presentes, mas todos podemos ter boas atitudes de amor que substituem a escassez dos recursos. Vale a pena o princípio da Bíblia: “Melhor é um prato de hortaliças onde há amor, que o boi cevado, e com ele o ódio”. 

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Sintomas do Stress

Não é necessário ser um expert para notar que o final do ano, com todas as suas avaliações, expectativas e festividades aumenta significativamente o nível de stress nas pessoas. Tudo pode ser facilmente observado. Olhe para as pessoas ao seu redor e você as encontrará agitadas e cansadas. No Brasil, o balancete fiscal das empresas coincide com as festas de natal, trazendo maiores exigências e cobranças. Olhe para dentro de você mesmo e vai encontrar uma pessoa mais agitada, ansiosa e tensa. Os sintomas do stress do final do ano são conhecidos: Aumento da irritabilidade, maior nível de tensão, facilidade para comportamentos reativos. Quando isto acontece, nossa resposta as pressões se torna desproporcional. Qualquer nível de provocação, por menor que seja, soa como se fosse uma agressão; o pouco se torna muito; um comentário negativo se transforma em acusação, nosso organismo se torna um vulcão prestes a explodir. Em todas as direções, o stress se torna negativo. O corpo, que abriga todas estas emoções fragmentadas sofre a descarga de substâncias tóxicas que são jogadas diretamente no organismo. Uma desavença ou briga mais acirrada, gera taquicardia, fragiliza as emoções e desequilibra todo o organismo. Em lugar da serenidade, surge a angústia, sudorese, distúrbios gastro intestinais, insônia e ansiedade. O stress atinge também os relacionamentos. Agressões verbais se tornam mais comuns, os debates mais acalorados e as acusações mais frequentes. Sob a força do stress as gritarias e grosserias se tornam mais comuns, relacionamentos familiares e empresariais tornam-se mais competitivos e selvagens. A terceira área que sofre com o stress é a espiritual. Debaixo da força do stress, as orações se tornam mais agitadas e confusas, e encontramos dificuldade em descansar e confiar na direção de Deus, que se torna alguém distante. A alma não consegue encontrar repouso e sequer se lembra que existe um Deus que deseja o melhor para nossa vida. O stress afeta a confiança e segurança espiritual. Neste final de ano, no meio de todas as exigências e provocações empresariais e contábeis, procure zonas de descanso, num churrasco com a família, numa programação religiosa, num passeio para apreciar a natureza e a vida. Estes elementos são sempre bons antídotos contra o stress.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Paraíso Perdido



Quando meu filho trabalhava no Panamá, tive a oportunidade de lhe fazer uma visita e passear pela região. Num destes giros, fizemos uma fascinante viagem e visitamos a pequena ilha Tuba Senika, no Mar do Caribe, uma região com centenas de ilhas paradisíacas da região, com areias brancas e águas mornas, todas elas administradas pelos índios da etnia Kuna.
Se existe um paraíso, este lugar é uma de suas filiais. Uma pequena área de 8.000 mt2, cercada de pés de coco (as únicas árvores que crescem no lugar), com as cabanas fincadas nas areias, águas quentes com enorme variedade de peixe, ideal para a prática de snorkel onde o tempo demorava passar, e além de comer e beber, nadávamos, líamos e dormíamos na rede por causa do calor e porque não existia qualquer pernilongo para nos roubar o sono. Minha esposa e nora disseram que poderiam viver ali pelo resto de suas vidas, apesar de toda beleza eu não fui tão conclusivo assim...
No meio deste paraíso, logo percebemos alguma coisa estranha. Havia uma tela separando a ilha. Ela destoava do ambiente sereno, deslumbrante e mágico, além de ter um péssimo gosto estético. Nossa curiosidade se aguçou. Qual era o sentido daquela cerca? Daquele protótipo do “muro de Berlim”? Desta inusitada separação semelhantes às cercas entre as fronteiras dos EUA e México, que separam os ricos dos pobres?
A pequena ilha originalmente fora uma herança dada aos dois irmãos, que se desentenderam e incapazes de fazer um acordo a dividiram pelo meio. O paraíso estava ali, mas não era ali. De repente descobrimos os efeitos do egoísmo, do individualismo e da luta pelo poder numa pequena escala. O paraíso se perdera antes de mais nada no coração dos homens. O mal se alojou definitivamente no coração da raça humana. Mesmo quando o ambiente revela um pedaço do céu, ainda encontraremos ali o ódio, a separação, a competição e a luta. Podemos estar muito perto do céu, mas ainda vivendo no inferno.
As Escrituras Sagradas nos ensinam que Jesus veio exatamente reconciliar todas as coisas em si mesmo. Ele nos reconciliou com Deus, cujo abismo se formou por causa de nossa autonomia e teonomia (termo cunhado por Henry Nouwen); Ele veio nos unir uns aos outros, reconciliando raças, irmãos separados pelo egoísmo e narcisismo, ajudando-nos a perdoar e a ser perdoado; Ele veio para nos reconciliar com a natureza, que por milênios tem sido explorada pela ganância desmedida e o anseio por lucros a qualquer custo. Finalmente, veio nos reconciliar conosco mesmo, perdidos e confusos nas nossas vaidades e futilidades, buscando irrefletidamente por sentido e propósito, andando por becos escuros da existência sem saber exatamente onde queremos chegar.

Jesus veio reconstruir o paraíso perdido. Este é o propósito do Natal.